CARPE DIEN

quinta-feira, 16 de maio de 2013

"Livros (leituras) não mudam o mundo. Quem muda o mundo são as pessoas. Livros (leituras) mudam as pessoas." Mario Quintana. 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

CONTEÚDO DE APOIO À PESQUISA - A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA


2ªSÉRIES - 2º BIMESTRE


CONTEÚDO DE APOIO À PESQUISA PARA O SEMINÁRIO SOBRE:

A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA 


Introdução

A indústria é uma atividade humana e econômica que transforma, em etapas sucessivas, produtos naturais em bens para o consumo. Ela apresenta como lado positivo a geração de empregos, o desenvolvimento econômico de uma região e o acesso à tecnologia, mas, por outro lado, gera poluição e agrava as desigualdades sociais.
A produção industrial moderna, no sistema capi- talista, é realizada no âmbito das empresas e dos estabelecimentos industriais. A empresa industrial é a unidade financeira de produção, que pode englobar um ou mais estabelecimentos industriais e que realiza as compras e vendas necessárias ao funcionamento da indústria.
O estabelecimento industrial é a unidade técnica de produção através da qual se obtém um produto final ou uma linha de produtos que emprega as mesmas matérias-primas ou os mesmos processos industriais. Assim, o estabelecimento industrial põe em funciona- mento os meios de produção, e a empresa industrial cria as condições para esse funcionamento (compra as matérias-primas necessárias, os equipamentos e as máquinas, paga o pessoal, consegue capitais, empréstimos, vende a produção etc.)


Indústria têxtil (Tipo instalado desde o século XIX)

Tipos

Existem diversos critérios para se classificar a produção industrial. Se tomarmos como ponto de referência o destino final da produção, podemos distinguir as indústrias de bens de equipamento e as indústrias de bens de uso ou de consumo.

Os bens de equipamento, também chamados bens de produção ou bens de capital, são os produtos industriais que não se destinam ao consumo imediato das populações, mas são utilizados para manter e ampliar a própria produção industrial.

Incluem-se nessa categoria a produção de energia, de máquinas, de ferramentas, de aparelhos, como também a própria produção de matérias-primas e de produtos semi-elaborados. Os consumidores dos bens de equipamento são as próprias empresas industriais.

Bens de uso ou de consumo são os produtos industriais destinados ao consumo imediato, não necessitando de novas transformações industriais. Como exemplo poderíamos citar o automóvel ou os calçados (bens de uso), os alimentos, as bebidas, o fumo (bens de consumo).

Outra forma de classificar as indústrias é agrupá-las em pesadas e leves, usando-se como critério o volume de investimento que elas demandam.

A indústria pesada é sempre de grande porte, transformando enormes quantidades de matéria-prima. É o caso das indústrias siderúrgicas, das petroquímicas e das indústrias de mecânica pesada. Chamam-se também indústrias de base. Além de demandar grande investimento de capital, costumam concentrar-se geograficamente na proximidade das áreas produtoras das matérias-primas ou dos grandes centros de consumo de seus produtos.

A indústria leve engloba os setores industriais cuja produção não depende de investimentos vultosos, podendo operar mesmo em pequena escala. É o caso das indústrias alimentícias, têxteis, das metalúrgicas produtoras de peças, e ainda das indústrias fabricantes de aparelhos e equipamentos de alta precisão, como máquinas calculadoras, computadores etc. A indústria leve apresenta maior dispersão geográfica que a indústria de base.

Histórico

Antes da industrialização, a organização do espaço geográfico no Brasil era do tipo “arquipélago”, ou seja, áreas relativamente independentes e sem integração umas com as outras. Cada área tinha mais relações com o exterior, sobretudo com o mercado europeu, do que com as demais áreas. As “ilhas” desse arquipé- lago eram: a cana da Zona da Mata, o tabaco de Salvador, o ouro de Minas Gerais, a borracha da Amazônia e o café do Sudeste. A industrialização promove a integração do espaço nacional, colocando fim ao “arquipélago econômico”.

No século XIX, a industrialização do país era fraca, em razão de vários fatores, como o domínio econômico da aristocracia rural agroexportadora e das relações escravagistas de trabalho. O escravo era um empecilho à industrialização, pois não participava do mercado consumidor, já que não recebia rendimentos, além do que não poderia ser demitido numa crise ou contratado numa fase de expansão. Observe, pela tabela a seguir, a “tímida” industrialização.


Fonte: Heitor Ferreira Lima, História político-econômica e industrial do Brasil


A cafeicultura foi básica para a industrialização do país, pois foi com os capitais gerados pelas expor- tações do café que se adquiriram as primeiras máquinas para as indústrias. Os imigrantes, atraídos pelo café, também contribuíram para o processo, já que dispunham do hábito de consumir produtos, ampliando o mercado interno de consumo, além de formar uma importante mão-de-obra operária para a indústria nascente. Este imigrante foi a opção para substituir o trabalho escravo, extinto em 1888. A cafeicultura desenvolveu o transporte ferroviário , sobretudo em São Paulo, direcionado ao porto de Santos, objetivando o mercado externo. Essa infra-estrutura também foi aproveitada pela indústria, que era caracterizada pelos setores de alimentação e têxtil.


Fonte: Heitor Ferreira Lima, História político-econômica e industrial do Brasil

Pela tabela, percebe-se que a industrialização nacional começou com a indústria leve ou de bens de consumo não-duráveis, não ocorrendo a implantação de indústria de bens de produção, exigindo a impor- tação de máquinas, aumentando a dependência tecnológica em relação aos países ricos. Essas indústrias verificadas na tabela exigiam baixo investimento de capital e atendiam às necessidades imediatas da população.
No campo político, surgiram as ligas operárias em 1870, que originaram os sindicatos de trabalhadores, evidenciando os conflitos entre os trabalhadores e os empresários. Aqueles reivindicavam aumento de salário, redução da jornada de trabalho e melhores condições para se trabalhar; enquanto estes respon- diam com ameaça de desemprego.
Em suma, a nossa industrialização inicial ficou conhecida por tardia, pois os países centrais já estavam bem avançados, o que garantia a hegemonia mundial.

Exercícios Resolvidos

01. Indique pelo menos três fatores positivos para uma adequada localização de indústrias.
Resposta
Proximidade das matérias-primas, do mercado consumidor, de mão-de-obra numerosa, das vias de transporte, de energia abundante etc.

02. (Fuvest-SP) Relacione e justifique dois fatores relevantes que favoreceram o processo de industria- lização na cidade de São Paulo.
Resposta
– Concentração de capitais advindos do café, pois os recursos obtidos com a sua exportação perma- neciam no Brasil, diferentemente da cana no período colonial.
– Criação de mercado consumidor devido ao em- prego de mão-de-obra assalariada, exemplificada pelos imigrantes.
A Revolução Industrial Brasileira

A industrialização brasileira iniciou-se no século XIX, sem apoio do Estado, uma vez que não existia uma clara política estatal para o setor, mas, a partir de 1930, o Estado assumiu a Industrialização, o que causou uma verdadeira revolução. Os fatores eram positivos, como o êxodo rural gerado pela crise na cafeicultura, aumentando a classe operária e o próprio mercado consumidor; a redução das importações, devido à crise mundial de 1929; a substituição dessas importações, devido à Segunda Guerra Mundial.
Junto a esses fatores, Getúlio Vargas adotou uma política nacionalista calcada num desenvolvimento autônomo com base industrial, fato exemplificado pelo plano qüinqüenal de 1939; pela instalação da Compa- nhia Siderúrgica Nacional, a CSN(1941), em Volta Redonda; e pela criação da Companhia Vale do Rio Doce, a CVRD ( 1942 ), em Minas Gerais, atuando na área extrativa. Ainda no “ espírito” nacionalista, surgiu, em 1938, o Conselho Nacional do Petróleo, e a Petrobras, em 1953, objetivando controlar o petróleo para o desenvolvimento dos transportes.

Fonte: Diniz, Eli. Empresário, Estado e Capitalismo no Brasil (1930-45)

A tabela evidencia nossa revolução industrial e uma maior diversificação com metalurgia, cimento, mecânica, material elétrico, transportes, entre outras, sobretudo em São Paulo e Rio de Janeiro, por causa da infra-estrutura deixada pela cafeicultura.
O Governo Juscelino Kubitschek 

Este governo, de 1956 a 1961, adotou uma política desenvolvimentista, baseada numa maior intervenção do Estado na economia e no desenvolvimento indus- trial dependente de capitais e tecnologia estrangeiros.
Nesse contexto, foi lançado o Plano de Metas, consagrado pela frase “ Crescer 50 anos em 5”, cujos objetivos abrangiam seis grupos: energia, transporte, alimentação, indústria de base, educação e a construção de Brasília. O plano foi marcado pela invasão de multinacionais e pelo desenvolvimento da infra-estrutura, notadamente rodovias e hidrelétricas, com capital estatal. Observe, pela tabela abaixo, a entrada do capital estrangeiro.


Fonte: Luiz Carlos Bresser Pereira, Desenvolvimento e crise no Brasil.

Esse capital impulsionou as indústrias de bens de consumo duráveis, principalmente automóveis e eletro- domésticos, e aumentou o consumo dos derivados de petróleo. As multinacionais impuseram novidades de consumo, idealizadas pelo american way of life, ampli- ando o seu poder na América Latina. O resultado foi o aumento da dependência econômica e tecnológica em relação aos países ricos, sobretudo EUA e Alemanha, além da elevação do endividamento externo.

Em suma, o Plano de Metas assentava-se num tripé: capital estrangeiro , capital nacional e a indústria de base, com preocupação quanto à expansão da rede de transportes rodoviários e à produção de energia hidrelétrica.

O Milagre Econômico (1967-1973)

A partir de 1967, retomou-se o processo de desenvolvimento, graças à conjuntura favorável no plano internacional, que contava com um excesso de liquidez, ou seja, dólares à procura de aplicação. Aproveitando a situação, o ministro Delfim Netto lançou o plano de combate à inflação, assentado em duas bases: o endividamento externo para a obtenção da tecnologia estrangeira e a concentração da renda para criar um mercado consumidor.
Esse plano garantiu um crescimento econômico, mas condenou o mercado a se desenvolver de uma forma distorcida, aumentando as desigualdades sociais.



Fonte: IBGE

Outro lado negativo foi a perda da soberania nacional, em razão da dominação da nossa economia pelas multinacionais. O país cresceu economicamente 10% ao ano (PIB) e transformou-se na oitava economia do mundo capitalista, mas ganhou vários problemas, como dívida externa (1964: 2,5 bilhões de dólares; 1978: 40 bilhões) e o título negativo de campeão das desigualdades sociais. A partir daí, aumentaram muito os miseráveis (ou excluídos) do país. (Observe a charge).

Fonte: Folha de S. Paulo

O “milagre” ocorreu no Regime Militar (1964-85), marcado pela grande influência do Estado tanto na regulação da economia como também na atitude econômica. Um bom exemplo industrial organizado pelo Estado foi a criação da Suframa, a Superintendência da Zona Franca de Manaus, em 1968, atrelada à Sudam. Ela vendia terrenos para as fábricas a preços simbólicos, com incentivos à exportação e à importação, bem como isenções de impostos, como o IPI e o ICMS. O parque industrial abrangeu fábricas de motocicletas, bebidas, metalúrgicas, tecidos, relógios, motores, eletrônicos, e até uma refinaria de petróleo.

Fonte: IBGE

Das quatro superintendências do mapa, três foram criadas pelo regime militar: a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), em 1966; a Superintendência do Desenvolvimento da Região Sul (Sudesul), em 1967; e a do Desenvolvimento da Região Centro-Oeste (Sudeco), em 1968. A da Região Nordeste foi criada 1959. Elas evidenciaram a política federal de integração e desenvolvimento nacional, visando a diminuir as disparidades regionais e a concentração econômica no Sudeste.

Exercícios Resolvidos

01. (Fuvest-SP) No período compreendido entre os anos JK e o final do governo Geisel, o Brasil apresentou, entre outras características econômicas:
a) o predomínio da substituição de importações de bens de consumo e a redução das disparidades regionais.
b) grande desenvolvimento industrial dependente de tecnologia e capitais estrangeiros e maior intervenção do Estado na economia.
c) grande expansão das empresas industriais de capitais nacionais, privados e estatais, e declínio da dívida externa.
d) o predomínio da substituição de importações de bens de consumo e menor intervenção do Estado na economia.
e) grande desenvolvimento industrial dependente de tecnologia e capitais estrangeiros e a redução das disparidades regionais.
Resposta: B.Foi o período de maior invasão das multinacionais.

02. (Vunesp) O período de 1969-1973 caracterizou-se pelo crescimento acelerado da economia brasileira, ou seja, as taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) alcançaram cifras superiores a 10% ao ano. Este processo foi gerado por medidas político-econômicas implementadas pelos governos militares pós-64. Nesse período, ocorreu o que se denominou de:

a) “Milagre brasileiro”.
b) “Crescer 50 anos em 5”.
c) “Brasil ano 2000”.
d) “Plano de Metas”.
e) “Diretas já”.
Resposta: A
O “milagre” foi articulado pelo economista Delfim Netto.
Leitura Complementar:

O Pós-1985


A década de 1980 ficou conhecida como a década perdida e foi caracterizada pela recessão, inflação e desemprego, gerados por uma economia estagnada após o segundo choque do petróleo de 1979. Nesse contexto, vários setores da sociedade apontavam o fim do Regime Militar, como “saída” para a crise, mas os problemas continuaram (como a inflação elevada) com os governos civis no poder, fato que comprometeu a nossa industrialização.
Para controlar a inflação, só no governo Sarney, três planos foram tentados, mas todos fracassaram, deixando a classe média mais pobre, com a queda do poder aquisitivo dos salários: Plano Cruzado (1986), Plano Bresser (1987) e o Plano Verão (1989). Nos demais governos, Collor, Itamar e FHC, foi adotada a receita neoliberal, imposta pelos EUA e pelo FMI, na qual o objetivo visa a diminuir a participação do Estado na economia, com privatizações. Começou com as siderúrgicas e passou pela telefonia, energia e extrativismo mineral, entre outros setores.
A sociedade passou a questionar o modelo neoliberal, pois a qualidade dos serviços piorou, as tarifas ficaram elevadas e, o pior, o dinheiro obtido das vendas das empresas estatais foi usado apenas para pagar os juros da dívida externa. A reeleição de FHC, em 1998, foi explicada pelo mérito em controlar a inflação.

Para agravar a industrialização, o modelo neoliberal está inserido no processo de globalização, coordenado pelos EUA e por outros países ricos, abrindo mais a economia nacional para o grande capital, gerando falências internas, pois a concorrência é desleal. Essa modernidade imposta não foi acompanhada por reformas estruturais, fato constatado nos dois gover-nos de FHC, pois não ocorreu a reforma tributária, fundamental para nossa industrialização, reduzindo o poder de investimentos. Resultados: agravamento da exclusão social, desemprego, concentração de renda e arrocho salarial.


Concentração e Desconcentração Industrial
Fonte: MEC/FAE, Atlas geográfico, p. 28.

Quanto à distribuição espacial da indústria, o que se verifica é uma grande concentração de estabe- lecimentos na região Sudeste.
A concentração industrial na região Sudeste e, sobretudo, no Estado de São Paulo, deve-se a fatores históricos que já conhecemos. Esses fatores (a lavoura de café, entre outros) orientaram o surgimento da atividade industrial nessa região. Mas um outro fator também explica essa concentração espacial – é a interdependência que se estabelece entre as várias empresas industriais. Por exemplo, a indústria automobilística está ligada às metalúrgicas, às indústrias de autopeças, de tintas, de vidros etc.

Além disso, a concentração industrial é acompa- nhada pela concentração das demais atividades econômicas e extra-econômicas. Assim, a indústria, o comércio e o sistema bancário e financeiro dependem uns dos outros.
Por outro lado, a concentração das atividades econômicas gera um grande número de empregos, atraindo população de outras regiões e criando grandes centros populacionais, que necessitam de serviços, incluindo-se escolas, centros culturais e profissionais. Por isso, as grandes metrópoles são também os núcleos culturais mais desenvolvidos do país.
A desconcentração industrial ocorreu a partir da década de 1970, motivada pelos desequilíbrios regionais que levaram o governo a adotar medidas como incentivos fiscais e programas para as áreas periféricas, surgindo, por exemplo, os pólos petroquímicos de Camaçari (BA) e de Canoas (RS).
Na década de 1980, a crise econômica gerada pelo alto preço do petróleo atingiu a área mais industrializada do país, a região metropolitana de São Paulo, inibindo a instalação de novas unidades industriais, com desvantagens como a organização sindical forte, assustando os empresários, e a saturação da infra-estrutura viária.

Fonte: Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de S. Paulo

Observando o mapa, a concentração ocorre na Grande São Paulo, com diversidade industrial, e a desconcentração ocorre acompanhando as grandes rodovias. Na via Dutra (1), destaca-se São José dos Campos, entre outras, com indústrias aeroespacial e bélica. No Eixo Castelo Branco (2), destaca-se Sorocaba; no Eixo Anchieta – Imigrantes, sobretudo em Cubatão desenvolvem-se os ramos químico, petroquímico e siderúrgico; e no Eixo Bandeirantes, até as vias Anhangüera e Washington Luís, a agroindústria é a de destaque.
Quanto ao Espírito Santo, este estado é o menos industrializado do Sudeste, mas ali se desenvolvem os ramos metalúrgico, alimentício e o madeireiro. No Rio de Janeiro, a industrialização acompanhou a função portuária, beneficiando-se da condição histórica de conter a capital do país até a construção de Brasília. Atualmente, o forte é o setor petrolífero no norte Fluminense, na região de Macaé.

Fonte: MEC/FAE, Atlas Geográfico, p. 39.

Quanto ao Estado de Minas Gerais, o ramo alimentício marca o Triângulo Mineiro (Araguari, Uberaba e Uberlândia) e o sul, com Poços de Caldas e Alfenas. O principal ramo é o metalúrgico, transformando o rio Doce no “Vale do Aço”, devido ao complexo siderúrgico e às reservas de minerais metálicos. Mas, a cidade mineira mais famosa é Itajubá, com o segundo maior crescimento em PIB do país entre 1970 e 1996. O segredo está na associação educação-tecnologia, com universidades, mão-de-obra qualificada e indústrias com alta tecnologia, que produzem fibras ópticas, reatores, componentes eletrônicos e até helicópteros (Helibrás). Portanto, é o mais novo exemplo de tecnopolo.
Os “tecnopolos” são parques empresariais e científicos especializados no desenvolvimento da alta tecnologia e da chamada tecnologia de ponta (química fina, robótica, informática, eletrônica, raio laser etc.).
As regiões de Campinas (favorecida pela presença da Unicamp), de São José dos Campos (onde está localizado o Instituto Tecnológico da Aeronáutica – ITA) e São Carlos (que abriga a UFSCar e um campus da USP) são alguns dos centros industriais que ostentam a tecnologia mais avançada do país.
9. Nova Desconcentração
A partir da década de 1990, a nova desconcen- tração ganhou o apelido de “Guerra Fiscal” entre os Estados, pois as indústrias são disputadas entre os Estados, que oferecem terrenos e isenções. As indústrias que, por exemplo, deixam o Estado de São Paulo alegam que o processo de globalização exige custos finais mais baixos para ganhar competitividade, aproveitando as vantagens citadas, além da mão-de-obra mais barata e menos politizada. Confira a desconcentração, pela tabela:

Veja, 7 de março, 2001
A região Sul, segunda em industrialização, estruturou-se nos ramos alimentício e têxtil, respectivamente, na Grande Porto Alegre (RS) e no eixo Joinville-Blumenau – Brusque (SC). Mas, crescem os ramos químico, metalúrgico e siderúrgico, sendo Florianópolis a vedete nacional com o maior crescimento do PIB, nos últimos anos.
A Região Norte, como vimos, está relacionada à Zona Franca de Manaus, enquanto no Centro-Oeste, a região menos industrializada cresce no ramo alimentício, sobretudo os frigoríficos e, atualmente, nos ramos mineral e de material elétrico. Essas regiões são prejudicadas pela deficiente rede de transporte e pelo mercado consumidor restrito.
Quanto ao Nordeste, a terceira região industrializada, a concentração ocorre na Zona da Mata ou Litoral Oriental, sobretudo na região Metropolitana de Salvador, com o pólo petroquímico de Camaçari, “alimentado” pela Refinaria Landulfo Alves, além do Distrito de Aratu, com siderurgia (Usiba); e a região Metropolitana de Recife, em Cabo e Paulista, com indústrias química, metalúrgica e de material elétrico.

Fonte: MEC/FAE, Atlas geográfico, p. 42.

Exercícios Resolvidos

01. (Fuvest-SP)
14
Fonte: BIM, CD-ROM, IBGE, 2000.
a) Que Estados apresentam menor concentração de pessoas ocupadas na indústria de transformação? Justifique sua resposta.
b) Apresente duas justificativas que expliquem a maior concentração de pessoas ocupadas na indústria de transformação em quase todos os Estados das regiões Sudeste e Sul do país.

Resposta
a) Roraima, Amapá, Acre, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Sergipe; devido ao pequeno desenvolvimento da infra-estrutura e à orientação da economia para as atividades agropecuárias e extrativas.
b) Maior desenvolvimento do setor industrial, decorrente do maior mercado consumidor, do maior acúmulo de capitais e da maior sofisticação da infra-estrutura.


02. (Mackenzie-SP) Destacam-se na expansão industrial de São Paulo quatro grandes eixos viários, exceto o:
a) eixo Dutra, ao longo do Vale do Paraíba;
b) eixo Anhangüera–Bandeirantes, onde se desta- cam Campinas e Ribeirão Preto;
c) eixo Castelo Branco, que tem como destaque Sorocaba;
d) eixo Régis Bittencourt, que abrange o Vale do Ribeira;
e) eixo Imigrantes–Anchieta, que inclui o ABCD e a Baixada Santista.
Resposta: D
O eixo Régis Bittencourt é uma área agrícola.
2ªS SÉRIES

SEGUNDO BIMESTRE DE GEOGRAFIA


SEMINÁRIO PARA AS 2ªS SÉRIES

INTRUÇÕES SOBRE O ASSUNTO MÍNIMO A SER TRATADO NO SEMINÁRIO:

TRABALHO EM GRUPO ( O MESMO GRUPO DE BIOLOGIA)

TÍTULO - COMO E QUANDO SE INICIOU A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA?

ASSUNTO MÍNIMO NECESSÁRIO:

- FASES DA INDUSTRIALIZAÇÃO;

- INDUSTRIA RETARDATÁRIA OU TARDIA;

- ERA VARGAS;

- CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL NO SUDESTE;

- SIGNIFICADO DE DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL;

- DISTRIBUIÇÃO DA ATIVIDADE INDUSTRIAL NO ESTADO DE SÃO PAULO, POR EIXOS DE INDUSTRIALIZAÇÃO (MAPA DA PÁGINA 12 DO CADERNO DO ALUNO VOL 2 DE GEOGRAFIA);

- INSERÇÃO DO BRASIL NA TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL OU TECNOLÓGICA;

- PLANO DE METAS DE JUSCELINO KUBITSCHEK "50 ANOS EM 5" 
(1956 A 1961) INDÚSTRIAS DE BENS DE CONSUMO DURÁVEIS (AUTOMÓVEIS E ELETRODOMÉSTICO);

- PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NO BRASIL DE 1880 ATÉ 1930;

- SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NO BRASIL DE 1930 ATÉ 1955;

GETULIO VARGAS:

 - PRIMEIRO GOVERNO DE POLÍTICA NACIONALISTA (1930-1945);

- SEGUNDO GOVERNO DESENVOLVIMENTISTA AUTÔNOMO DE BASE INDUSTRIAL (1952- 1954);

INSTRUÇÕES PARA A APRESENTAÇÃO

1- APRESENTAÇÃO EM CD/DVD 

(DATA COM CADA TURMA, QUANDO JÁ HAVERÁ O SORTEIO E A APRESENTAÇÃO DO GRUPO)

ATENÇÃO PARA AS DATAS
QUANDO JÁ HAVERÁ APRESENTAÇÃO APÓS O SORTEIRO DO GRUPO

2A EM 29/05/13

2B EM 29/05/13

2C EM 28/05/13

2D EM 07/06/13 

2E EM 28/05/13


2- POWER POINT - SALVAR EM - 97 -2003

3- CASO O CD/DVD NÃO ''RODE'' DURANTE PRIMEIRO SORTEIO, HAVERÁ UMA OPORTUNIDADE SEM PREJUÍZO DA NOTA (100%).
A OPORTUNIDADE SERÁ NA AULA SEGUINTE , SENSO O PRIMEIRO GRUPO A SE APRESENTAR, CASO VOLTE A OCORRER PROBLEMAS, HAVERÁ NOVA OPORTUNIDADE NA AULA SEGUINTE COM 50% DE PREJUÍZO NA NOTA.

4 - MÍNIMO DE 22 SLIDES, COM MAPAS, IMAGENS E GRÁFICOS PERTINENTES.

OBSERVAÇÃO:

NÃO HAVERÁ NENHUM TIPO CONSULTA DURANTE A APRESENTAÇÃO.


BOM TRABALHO A TODOS




terça-feira, 7 de maio de 2013


3ªS SÉRIES - 


CINCO MAIS SIGNIFICATIVAS RELIGIÕES DO MUNDO

Resumo das religiões seus conceitos e suas características, curiosidade que se acentuou apos a invasão Estadunidense no Iraque.

Conheça o cristianismo, a religião de Jesus

O cristianismo é uma das chamadas grandes religiões. Tem aproximadamente 1,9 bilhão de seguidores em todo o mundo, incluindo católicos, ortodoxos e protestantes. Cristianismo vem da palavra Cristo, que significa messias, pessoa consagrada, ungida. Do hebraico mashiah (o salvador) foi traduzida para o grego como khristos e para o latim como christus.A doutrina do cristianismo baseia-se na crença de que todo o ser humano é eterno, a exemplo de Cristo, que ressuscitou após sua morte. A fé cristã ensina que a vida presente é uma caminhada e que a morte é uma passagem para uma vida eterna e feliz para todos os que seguirem os ensinamentos de Cristo, baseados na fraternidade e no amor ao próximo.Os ensinamentos estão contidos na Bíblia, dividida entre o Antigo e o Novo Testamento.O Antigo Testamento trata da lei judaica, ou Torah. Começa com relatos da criação e é todo permeado pela promessa de que Deus, revelado a Abraão, a Moisés e aos profetas enviaria à Terra seu próprio filho como Messias, o salvador.O Novo Testamento contém os ensinamentos de Cristo, escritos por seus seguidores. Os principais são os quatro evangelhos ("mensagem", "boa nova"), que são quatro versões mais ou menos semelhantes da vida de Cristo, escritas pelos apóstolos Mateus, Marcos, Lucas e João. Também inclui os Atos dos Apóstolos (cartas e ensinamentos que foram passados de boca em boca no início da era cristã, com destaque para os textos de São Paulo) e o Apocalipse (texto até hoje polêmico e que narra, basicamente, como seria ao fim do mundo).O nascimento do cristianismo se confunde com a história do império romano e com a história do povo judeu. Na sua origem, o cristianismo foi apontado como uma seita surgida do judaísmo.Quando Jesus Cristo nasceu, na pequena cidade de Belém, próxima a Jerusalém, os romanos dominavam a Palestina. Os judeus viviam sob a administração de governadores romanos e, por isso, aspiravam pela chegado do Messias, apontado na Torá como o enviado que os libertaria da dominação romana.Segundo a Bíblia, até os 30 anos Jesus viveu anônimo em Nazaré, cidade situada no norte do atual Israel. Aos 33 anos seria crucificado em Jerusalém e ressuscitaria três dias depois. Em pouco tempo reuniu seguidores (os 12 apóstolos) e percorreu a região pregando sua doutrina e fazendo milagres, como ressuscitar pessoas mortas e curar cegos, o que lhe garantiu rápida popularidade.Mas, para as autoridades religiosas judaicas ele era um blasfemo, por não seguir à risca os ensinamentos da Torah. Também não dava mostras de que seria o líder que libertaria a região da dominação romana. Ele apenas pregava paz, amor ao próximo. Para os romanos, era um agitador popular, que não reconhecia a divindade do imperador de Roma.Após ser preso e morto, a tendência era de que seus seguidores se dispersassem e seus ensinamentos fossem esquecidos. Ocorreu o contrário. É justamente nesse fato que se assenta a fé cristã. Como haviam antecipado os profetas no Antigo Testamento, Cristo ressuscitou, apareceu a seus apóstolos que estavam escondidos e ordenou que se espalhassem pelo mundo pregando sua mensagem de amor e paz. Apóstolo quer dizer enviado.O cristianismo firmou-se como uma religião de origem divina. Seu fundador era o próprio filho de Deus, enviado como salvador e construtor da história junto com o homem. Ser cristão, portanto, seria engajar-se na obra redentora de Cristo, tendo como base a fé em seus ensinamentos.Rapidamente, a doutrina cristã se espalhou pela região do Mediterrâneo e chegou ao coração do império romano. São Pedro, um dos 12 apóstolos, se tornou o primeiro bispo de Roma e o primeiro papa. A ele, Jesus teria dito: "Tu és Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja". Igreja significa reunião.A difusão do cristianismo pela Grécia e Ásia Menor foi obra especialmente do apóstolo Paulo, que não era um dos 12 e teria sido chamado para a missão pelo próprio Jesus. As comunidades cristãs se multiplicaram. Surgiram rivalidades. Em Roma, muitos cristãos foram transformados em mártires, comidos por leões em espetáculos no Coliseu, como alvos da ira de imperadores atacados por corrupção e devassidão.Em 313, o imperador Constantino se converteu ao cristianismo e concedeu liberdade de culto, o que facilitou a expansão da doutrina por todo o império. Antes de Constantino, as reuniões ocorriam em subterrâneos, as famosas catacumbas que até hoje podem ser visitadas em Roma.O cristianismo, mesmo firmando-se como de origem divina, é, como qualquer religião, praticado por seres humanos com liberdade de pensamento e diferentes formas de pensar.Assim, à medida que foi ganhando terreno, também enfrentou rachas -sua grande ferida viva do passado e do presente.Desvios de percurso e situações históricas determinaram os rachas que dividiram o cristianismo em várias confissões (as principais são as dos católicos, protestantes e ortodoxos).O primeiro grande racha veio em 1054, quando o patriarca de Constantinopla, Miguel Keroularios, rompeu com o papa, separando do cristianismo controlado por Roma as igrejas orientais, ditas ortodoxas. Bizâncio e depois Constantinopla (a Istambul de hoje, na Turquia), seria até 1453 a capital do império romano do Oriente, ou Império Bizantino.O império romano do Ocidente já havia caído muito tempo antes, em 476, marcando o início da Idade Média. E foi justamente na chamada Idade Média, ainda hoje um dos períodos mais obscuros da história, que o cristianismo enfrentou seus maiores desafios, produzindo acertos e erros.Essa caminhada culminou com o segundo grande racha, a partir de 1517. O teólogo alemão Martinho Lutero, membro da ordem religiosa dos Agostinianos, revoltou-se contra a prática da venda de indulgências e passou a defender a tese de que o homem somente se salva pela fé. Lutero é excomungado e funda a Igreja Luterana. Não reconhece a autoridade papal, nega o culto aos santos e acaba com a confissão obrigatória e o celibato dos padres e religiosos. Mas mantém os sacramentos do batismo e da eucaristia.Mais tarde, a chamada Reforma Protestante deu origem a outras inúmeras igrejas cristãs, cada uma com diferentes interpretações de passagens bíblicas ou de ensinamentos de Cristo.Atualmente, está em curso um movimento de reunificação cristã. Teve início há cerca de 40 anos, a partir do famoso Concílio Vaticano II (1962-1965) promovido pela Igreja Católica. Cresce a percepção de que o cristianismo precisa restabelecer sua unidade.O chamado ecumenismo envolve o diálogo do cristianismo também com as outras grandes religiões, como o islamismo, o judaísmo, o hinduísmo e o budismo.O caminho será longo, mas a hora é a de acabar com fanatismos, que nada têm de religioso e são origem de tantos males.

Saiba mais sobre o Islamismo, a religião de Allah

O islamismo é a religião que mais cresce no mundo: 15% ao ano. São hoje mais de 1,2 bilhão de pessoas (7 milhões só nos EUA). Uma em cada cinco pessoas na Terra é muçulmana, outro nome dado aos seguidores do islamismo.Essa religião nasceu com a revelação do livro sagrado dos muçulmanos, o Alcorão. Foi revelado ao profeta Muhammad por volta de 622 d.C., em Meca (Arábia Saudita). Muhammad (570-632 a.C) recebeu e recitou o Alcorão aos seus companheiros, que o escreveram. A religião mais conhecida era, até então, a dos cristãos (e, em menor número, a judaica). Muhammad recebeu a palavra diretamente de Deus, como Abrahão, Moisés e Jesus. Assim como a Bíblia, o Alcorão também ensina que há apenas um Deus, que existe céu (com anjos) e inferno (com demônios), e que sua lei deve ser seguida à risca. Também é repleto de metáforas, provérbios e sentenças, que podem ser bem ou mal interpretados. Para os seguidores dessa religião, Jesus Cristo foi realmente um profeta enviado por Deus, mas sua missão não teria chegado ao final. Sua palavra não foi compreendida e aceita pelos judeus. Por isso houve a necessidade que viesse um outro profeta, que teria contato direto com o Onipotente. Ele veio completar a mensagem de Jesus, diz a tradição. Esse homem que traria a lei divina foi Muhammad, cujo nome foi traduzido incorretamente para o português como Maomé. A religião de Allah (como Deus é chamado pelos islâmicos) não aceita adoração de imagens e nem música instrumental, apenas percussão. Tampouco permite sexo antes do casamento. Mas, pelas leis religiosas, o homem pode casar com até quatro mulheres. Também como há um aviso divino no último livro da Bíblia, para que nenhuma palavra ou letra seja alterada, retirada ou incluída (no Apocalipse de São João, 22, 18-19), o mesmo acontece com o Alcorão. Como foi ditado por Deus, nenhum ser vivo pode tocar em seu texto original. Todo muçulmano que tiver saúde e dinheiro suficiente deve ir pelo menos uma vez na vida até Meca, na Arábia Saudita, onde está a Mesquita Sagrada. Lá, o fiel deve dar sete voltas em torno da primeira grande edificação sagrada, a Caaba. Há outras atividades e locais que devem ser visitados, como o Monte Arafat e a cidade de Medina _para onde Muhammad migrou quando foi perseguido em Meca. Essa saída de Muhammad de Meca é chamada de hégira ("migração") e marca o início do calendário muçulmano. Marca o momento em que todo um povo pagão passou a seguir os preceitos do islamismo. O ano muçulmano é medido pelas 12 revoluções completas da Lua em torno da Terra. Numa média, seu ano é 11 dias menor que o nosso ano solar. Em 26 de março de 2001, entramos no ano 1422 de seu calendário. Durante o controle de Meca, surgiu com força a idéia e sensação coletiva de que todos os muçulmanos são irmãos e que devem combater todos os homens até que reconheçam que só há um Deus. Cinco pilaresO Islamismo tem cinco fundamentos obrigatórios para quem quer segui-lo à risca:1) Testemunhar que só há um Deus2) Rezar cinco vezes ao dia3) Dar 2,5% de seu lucro líquido para as pessoas mais carentes4) Jejuar no mês de Ramadã5) Peregrinação à MecaEm outra semelhança com o mundo cristão, os muçulmanos também sofreram uma cisão, como a que ocorreu entre católicos e protestantes. No seu caso, a divisão é entre os sunitas e xiitas, que disputam o direito à sucessão de Muhammad. Só que os sunitas representam 90% dos muçulmanos no mundo.Assim como no cisma cristão, um dos motivos da luta entre sunitas e xiitas é saber quem deveria liderar o islamismo depois da morte do profeta, e também quem teria a "propriedade" da interpretação correta da palavra de Deus. Mas, na verdade, a palavra é uma só.

Conheça um pouco da história do Judaísmo

A história do judaísmo começa com Abrahão, por volta do ano 2.100 a.C. Abrahão morava na Mesopotâmia quando recebeu uma mensagem de Deus ordenando-o a abandonar sua terra natal e a seguir para um novo local, onde seria "fundado" o povo de Deus. A esse povo Deus garantiu bençãos, favores e sua predileção. O local escolhido foi a terra de Canaã.Abrahão obedeceu e partiu. Mais tarde, quando morreu, seu poder foi passado ao filho Isaac e deste para Jacob, que por sua vez o dividiu entre seus 12 filhos. Um deles era José, que mais tarde seria vendido como escravo ao faraó, rei do Egito. José era tão sábio e foi tão querido pelo faraó (rei do Egito) que ganhou um cargo e poderes imensos: chegou a ser uma espécie de vice-rei. Imediatamente José tratou de dar a seus irmãos mais terras, para que as cultivassem. Assim os israelitas começaram a prosperar. Esse foi o problema: prosperaram tanto e se tornaram tão ricos e tão numerosos que assustaram o reino egípcio. Resultado: foram subjugados militarmente e submetidos à escravidão. O faraó ainda não estava satisfeito. Pretendia interromper de forma definitiva sua expansão: decidiu que todos os varões que nascessem nas famílias israelitas deveriam ser mortos. E assim foi feito, e de forma cruel. Às meninas, no entanto, era dado o direito à vida. Um desses bebês, cujo destino certo era a morte, foi escondido por seus pais dos soldados egípcios. Os pais conseguiram isso durante três meses. Quando a vida do bebê passou a correr perigo iminente, seus pais o colocaram numa cesta e o soltaram no rio Nilo. Quis o destino que uma das filhas do faraó visse o cestinho boiando nas águas e ouvisse o choro do bebê. Ela tratou de resgatá-lo e o menino ganhou o nome de Moisés, ou Moschê, que pode significar "retirado" ou "nascido das águas". Moisés cresceu e estudou dentro do reino egípcio, sempre muito bem tratado, apesar de sua salvadora saber que era filho de hebreus.Um dia, enquanto ainda vivia no reino, Moisés foi visitar seus "irmãos" hebreus e viu um deles ser ferido com crueldade por um egípcio. Irado, Moisés matou o egípcio e escondeu seu corpo na areia. Mas as notícias correram rapidamente: o faraó soube do crime e decidiu mandar matar Moisés. No entanto, ele conseguiu fugir para a terra de Madiã. Foi ali que ele conheceria sua primeira mulher, filha do sacerdote local, chamada Séfora. Ela lhe deu um filho, que ganhou o nome de Gerson (que significa "hóspede")."Porque sou apenas um hóspede em terra estrangeira", diz Moisés no capítulo 2, versículo 22 do Êxodo. Passaram-se os anos, o faraó que perseguia Moisés morreu, mas os israelitas (ou hebreus) continuavam sob o jugo egípcio. Diz a Bíblia que Moisés se compadeceu do sofrimento de seu povo e clamou a Deus pelos seus irmãos. Deus o ouviu. Deus apareceu para Moisés pela primeira vez numa fogueira de sarça, feita no monte Horeb. E lhe disse: "(...) Eis que os clamores dos israelitas chegaram até mim, e vi a opressão que lhes fazem os egípcios. Vai, te envio ao faraó para tirar do Egito os israelitas, meu povo (Êxo, 3, 9-10)." Apesar de achar que nem o novo faraó nem seus próprios irmãos acreditariam nele, Moisés fez o que Deus mandou. Voltou ao Egito e contatou o faraó. Este parecia inabálavel na decisão de manter os hebreus escravos.O faraó só mudou de idéia depois que viu seu reino ser atingido por dez pragas enviadas diretamente por Deus. Finalmente, ele permitiria a libertação dos israelitas. Na verdade, foi uma expulsão. É aí que começa a primeira grande movimentação de um povo na história. A Bíblia fala em 600 mil vagando pelo deserto durante 40 anos, em direção à terra prometida. Atravessaram o golfo ocidental do Mar Vermelho. Nasce o JudaísmoDurante essas quatro décadas Deus comunicou-se diretamente com Moisés e deu todas as leis a serem seguidas por seu "povo eleito". Os dez mandamentos, o conjunto de leis sociais e penais, as regras dos alimentos, os direitos sobre propriedades... Enfim, tudo foi transmitido por Deus a Moisés, que retransmitia cada palavra ao povo que o seguia. Era o nascimento do Judaísmo. A missão não foi fácil nem para Deus: durante os 40 anos que "acompanhou" os israelitas no deserto, o Todo-Poderoso voltou a constatar os terríveis defeitos da natureza humana. Cansados, sem esperança e desconfiados de Moisés, muitos iriam atacá-lo e criticá-lo. A incredulidade e a desobediência dos israelitas eram tamanhas que, algumas passagens, Deus pondera em destrui-los e a dar a Moisés outro povo (a primeira vez que Deus "lamenta" ter criado a raça humana está em Genesis 6, 6).Mas Moisés não queria outro povo. Clamou novamente a Deus para que perdoasse os erros dos israelitas. Era com eles que queria seguir até a terra prometida. Deus aquiesceu. Moisés levou a cabo sua missão. Subiu as planícies de Moab ao monte Nebo, em frente a Jericó (hoje uma área sob controle palestino) e legou aos seus descendentes o Torah (o Velho Testamento). "Eis a terra que jurei a Abraão, Isaac e a Jacó dar à tua posteridade. Viste-a com os teus olhos, mas não entrarás nela (disse Deus). E Moisés morreu." (Deut, 34, 4-5). "Não se levantou mais em Israel profeta comparável a Moisés, com quem o Senhor conversava face a face." (Deut, 34, 10). E os judeus passaram a seguir apenas as leis do Torah. Jesus Cristo não é aceito como filho de Deus, como diz o Novo Testamento, conjunto de livros que é desconsiderado pela religião judaica.

Saiba mais sobre o Hinduísmo

A religião dos deuses Hinduísmo, mais do que uma simples religião, é um complexo conjunto de doutrinas e práticas religiosas que surgiram na Índia cerca de 4.000 anos atrás. Em sânscrito a palavra hinduísmo escreve-se "sanatana dharma", que significa "a lei permanente". São cerca de 650 milhões de adeptos dessa religião no mundo. A base do hinduísmo está nos chamados Quatro Livros Sagrados dos Vedas (Rigveda, Samaveda, Yajurveda e Artharvaveda). O conhecimento que deu origem a esses livros possivelmente vinha pela tradição oral e talvez até pela pintura. No século 10, foram compilados. A origem dos Vedas seria um povo ário de origem indo-européia, que teria chegado à região dos rios Indo e Ganges cerca de 3.500 anos atrás e lá se estabelecido. O hinduísmo é uma das primeiras religiões a ter como fundamento a crença na reencarnação e no carma, bem como na lei de ação e reação _que milhares de anos depois, no século 19, seria encampada pelo espiritismo. Para os hindus, tudo reencarna. Não só pessoas, mas animais também. Assim como o islamismo e o cristianismo, o hinduísmo também ganhou status de ordem política, já que ele ensina que a lei (dharma) criou os humanos e a própria natureza sob um sistema de castas. Cada indivíduo pertence à casta que merece. Quanto mais alta a casta, em tese, maior evolução espiritual essa pessoa tem. A religião não busca a felicidade neste mundo. Sua principal orientação é para que o homem se liberte de todo o carma e das reencarnações, e atinja um estado conhecido como nirvana. O Paraíso bíblico, para os hindus, é esse. Para atingir esse "lugar" é necessário praticar ioga e meditação diariamente, por toda a vida. e fazer o bem, claro. Trata-se de uma religião politeísta (com vários deuses e deusas). Entre eles Brahma, o deus principal e criador, que com Shiva e Vishnu. Formam a tríade divina ("traduzindo" para os cristãos, Pai, Filho e Espírito Santo); também há Varuna, o deus dos deuses; Agni (patriarca dos homens e deus do fogo) e muitos outros, como a deusa Maya (ilusão), que comanda este mundo "ilusório". Ratos, vacas e serpentes são animais considerados sagrados. Por isso, ratos se tornaram uma praga praticamente indestrutível na Índia onde calcula-se que haja cerca de 3,5 bilhões deles, mais de três vezes a população do país. Segundo a tradição, Brahma teve quatro filhos que deram origem às quatro castas: brâmanes (os que saíram da boca de Brahma), são a mais elevada; os xátrias (os que saíram dos braços de Brahma), que são os guerreiros; os vaicias (os que saíram das pernas de Deus ou Brahma), são os camponeses e comerciantes; os sudras (aqueles que saíram dos pés de Brahma), são os servos e escravos. Os párias, a quinta categoria, não são uma casta. São pessoas que cometeram "crimes" e que desobedeceram às leis sagradas. Seus filhos automaticamente são párias também. Socialmente são considerados um "nada". A eles é proibido viver nas cidades e até mesmo ler qualquer um dos livros sagrados.


Budismo

China e no Tibet por motivos políticos. Em outros países asiáticos, porém, ele passou por uma fase de renovação, associando-se muitas vezes a movimentos nacionalistas. O reavivamento do budismo na Índia teve início em fins do século XIX, com a fundação da Sociedade Mahabodhi pelo missionário cingalês Anagarika Dharmapala. Mais tarde, Ambedkar associou o budismo ao movimento contra as castas, apelando para que os párias ou intocáveis se convertessem ao budismo. Gandhi, Tagore, Nehru e outros líderes demonstraram grande simpatia pela doutrina budista. No Ocidente, onde seu estudo sistemático ocorreu a partir do século XIX, o budismo teve boa acolhida, chegando mesmo a se formarem pequenas comunidades.

Budismo no Japão

O movimento budista adquiriu no Japão características de uma verdadeira religião oficial. Os primeiros templos foram construídos pela corte imperial ou pela nobreza e os monges eram a princípio considerados funcionários estatais. Graças a sua associação com o poder, o budismo era procurado não por sua doutrina, mas pelos rituais mágicos dispensadores de prosperidade e saúde. Fundindo-se com elementos da religião nativa, o budismo deu origem a um sincretismo búdico-xintoísta que subsiste na época moderna.

0 Budismo no Sudeste Asiático

No Século III a.C., o budismo foi introduzido no Sudeste Asiático pelo filho do imperador indiano Açoka, príncipe Mahinda, que o difundiu na ilha de Ceilão, onde a doutrina logo obteve grande aceitação. Posteriormente, dividiu-se em três escolas. Por iniciativa dos reis budistas da ilha foi feita uma compilação das escrituras em línguas páli. No século V, os letrados Budaghosa e Dhammapala escreveram grande número de comentários e textos filosóficos, disseminando ainda mais o budismo. No século XI, os cholas da Índia meridional invadiram o Ceilão e eliminaram o budismo, que foi depois reintroduzido a partir da Birmânia. A forte colonização portuguesa, holandesa e inglesa não conseguiu eliminar o budismo na região. Ao contrário, a partir de 1756, com a chegada de dez líderes monásticos tailandeses, o movimento chegou a ter um reflorescimento no Sudeste Asiático, tornando-se a mais importante religião do Ceilão. Na Birmânia ele penetrou por volta do século V, inspirando a construção de inúmeros templos. Quando os mongóis invadiram o país no século XIII, o budismo sofreu um revés, mas conseguiu sobreviver em algumas regiões, e é hoje bastante difundido no país.

Budismo no Tibet e na Mongólia

As tribos tibetanas tinham, no início, um culto primitivo como religião, o Bon-po. O budismo só chegou à região a partir da Índia e do Nepal no século IV da era cristã. Mas seu reconhecimento oficial só ocorreu no século VII, quando os textos budistas foram traduzidos através de um alfabeto tibetano, composto especificamente para isto. No século XV, o monge Tsong-Kha-Pa introduziu reformas: criou uma comunidade que usava gorros amarelos, em oposição aos conservadores, que usavam gorros vermelhos. Os dalai-lamas, os dirigentes máximos dos gorros amarelos, começaram, então, a exercer o poder temporal. No século XVII, teve início o movimento missionário na Mongólia, na Manchúria e no norte da China, estendendo-se, no século seguinte, aos confins da Sibéria oriental.

Budismo na China

Embora criticado pelas escolas de pensamento chinesas, o budismo, desde a sua introdução na China, logo se adaptou à índole e cultura do país, sem perder suas características fundamentais. Enorme foi sua influência sobre os usos, os costumes e até mesmo sobre as próprias escolas filosóficas chinesas. Muitas doutrinas apenas esboçadas no budismo indiano foram desenvolvidas e aprofundadas na China. Apesar dessa nítida influência, existe uma controvérsia sobre a época da introdução do budismo nesse país. Apontam-se os anos 2 e 65 da nossa era, como as datas mais prováveis. Na segunda metade do século I, monges budistas chegados da Ásia central pregavam o Dharma na capital e nas províncias, sob proteção do imperador. A absorção do budismo pelos chineses foi facilitada pela semelhança de alguns de seus conceitos com as idéias do taoísmo. Contudo, o celibato dos monges e seu afastamento das atividades produtivas chocavam-se com os princípios básicos da ética familiar e do pensamento social e político da China, o que provocou numerosas críticas, longas polêmicas e mesmo perseguições.

Budismo no Ocidente e no Brasil

Datam do período helenístico as primeiras aproximações do budismo com o mundo ocidental. Mercadores indianos que viviam em Alexandria propagaram sua fé budista pela região. Clemente de Alexandria foi o primeiro autor ocidental a citar em suas obras o nome de Buda. Marco Polo, em seu livro de viagens, apresenta um resumo da vida de Çakyamuni (outro nome de Buda) em sua descrição da ilha de Ceilão. Na França, no século XIX, começou o estudo filosófico do budismo. Na Inglaterra e na Alemanha também houve uma concentração de estudos sobre o budismo científico. Em 1845, Jean-Louis Burnouf publicou sua importante Introduction à l'histoire du bouddhisme indien (Introdução à história do budismo indiano), livro que teve grande repercussão. Max Müller, na Inglaterra, publicou, pela Universidade de Oxford, sua coleção de livros sagrados do Oriente. Teve muita importância também para a divulgação do budismo o poema "The Light of Asia" ("A luz da Ásia"), de Edwin Arnold, publicado em 1879. Nos Estados Unidos, o coronel H. S. Olcott, defensor de um sincretismo entre as principais tradições religiosas ocidentais e orientais, estudou o budismo e o difundiu entre os americanos. Em 1906 fundou-se a Sociedade Budista da Inglaterra; em 1929, por iniciativa de uma budista americana, Constance Lounsbery, foi criada uma instituição semelhante na França. No Brasil, na década de 1920, formou-se um primeiro grupo de budistas, radicado no Rio de Janeiro, liderados por Lourenço Borges. Murilo Nunes de Azevedo, em 1955, reavivou-o, juntamente com o escritor Nelson Coelho, mais ligado ao budismo Zen. Após a segunda guerra mundial os budistas imigrantes se organizaram no Brasil, com centros de atuação em São Paulo e Rio de Janeiro.
2ªs SÉRIES

TRABALHO DE PESQUISA INDIVIDUAL


ASSUNTO: CONTEÚDO DA SITUAÇÃO 1 DO VOLUME 2 DE GEOGRAFIA


SUGESTÃO - RESPONDER ANTES AS QUESTÕES


APRESENTAR O TRABALHO MANUSCRITO, EM FOLHA ALMAÇO, COM  IMAGENS E/OU DESENHOS IMPRESSOS