CARPE DIEN

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

2as SÉRIES - TEXTO DE APOIO - SIT DE APRENDIZAGEM 5 - 6 - 7 E 8 A TECTÔNICA DE PLACAS E O RELEVO BRASILEIRO - ÁGUAS





As placas tectônicas correspondem às porções da crosta terrestre (litosfera). A atividade interna da terra (terremotos, vulcanismo), atinge mais facilmente a superfície nas áreas em que ocorre o contato entre as placas (bordas) do que nas áreas centrais das mesmas. Os efeitos da pressão interna da terra nas bordas das placas são mais fortes, mais frequentes e mais perigosos e, portanto, transforma o relevo com mais intensidade.


O encontro (choque) entre as placas provoca uma destruição parcial nas suas bordas, abrindo maiores espaços para a manifestação das atividades internas, principalmente, os terremotos. 

Quando ocorre o afastamento das placas tectônicas, aumenta a largura da fissura entre elas, o que favorece a ocorrência de vulcões e terremotos. Os movimentos internos da terra atingem a superfície principalmente em áreas de fissuras, falhas e fragilidade da placa tectônica

Relevo brasileiro: 


devido ao fato de ser predominantemente de formação antiga, encontra-se bastante desgastado, resultado do longo período de exposição aos agentes erosivos (chuvas, ventos) e, por isso, não apresenta grandes altitudes. As forças internas da terra, atuando sobre a movimentação das placas, determinaram dois tipos de formação geológica no Brasil:


1- escudos ou maciços antigos

correspondem às formações geológicas mais antigas e, portanto, são mais desgastadas e, também, mais estáveis em relação à ação dos terremotos e do vulcanismo. De acordo com o grau de antiguidade dos escudos, costuma-se subdividi-los em :


A)- áreas de plataformas ou crátons- correspondem às formações rochosas muito antigas.

B)- áreas de cinturões orogênicos- embora também sejam muito antigas, são mais recentes se comparadas às áreas de crátons. São também conhecidas por dobramentos antigos.

2- bacias sedimentares

presentes na maior parte do território brasileiro, são constituídas principalmente pela deposição de sedimentos provenientes do desgaste de rochas em áreas de maior altitude. Ao longo do tempo, foram propostas várias divisões do relevo brasileiro, sendo a mais atual a divisão elaborada por Jurandir Ross, que identifica no relevo brasileiro 11 planaltos, 11 depressões e 6 planícies.


1- depressões:

 são as áreas mais baixas em relação às áreas vizinhas, geralmente formadas entre as bacias sedimentares e os escudos cristalinos. Estão presentes em grande quantidade no território brasileiro. Ex: depressão da Amazônia ocidental, depressão da bacia do rio Paraná.

2- planaltos: 

são os terrenos mais antigos e resistentes que, mesmo sofrendo um longo período de desgaste,ainda conservam uma altitude relativa. Tais altitudes são consideradas modestas, quando comparadas às grandes cadeias montanhosas do planeta, de formação geológica mais recente. Ex: serras do atlântico leste-sudeste; planaltos de Goiás e Minas Gerais.

3- planícies: 

formam-se a partir da deposição de sedimentos nas áreas mais baixas de um terreno. Em geral, localizam-se próximas ao litoral ou de grandes rios. Ex: planície amazônica; planícies costeiras.

ÁGUA: IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E AMBIENTAL


A água é considerada um recurso ou bem econômico, porque é finita, vulnerável e essencial para a conservação da vida e do meio ambiente. Além disso, sua escassez impede o desenvolvimento de diversas regiões. Por outro lado, é também tida como um recurso ambiental, pois a alteração adversa desse recurso pode contribuir para a degradação da qualidade ambiental. Já a degradação ambiental afeta, direta ou indiretamente, a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a fauna e a flora; as condições estéticas e sanitárias do meio; e a qualidade dos recursos ambientais.

ÁGUAS NO BRASIL: GESTÕES E INTERVENÇÕES


O Brasil detém 12,7% das reservas de água doce superficial do mundo e, em razão disso, é considerado um país rico nesse recurso fundamental para a manutenção da vida.
Ter a disponibilidade de água não garante à população um abastecimento justo e sustentável, o que resulta na necessidade de implantação de políticas visando a gestão inteligente desse recurso pois, trata-se de uma questão urgente, que envolve a própria manutenção da vida.
Mananciais- são todas as fontes de água, superficiais ou subterrâneas (rios, lagos, represas, lençóis freáticos), que podem ser usadas para o abastecimento das populações. Para cumprir sua função, um manancial precisa de cuidados especiais, garantidos por políticas eficientes de preservação ambiental. A expansão desordenada dos grandes centros urbanos no Brasil comprometeu sensivelmente a qualidade das fontes de água próximas às metrópoles, como no caso da cidade de São Paulo.

GESTÃO INADEQUADA DAS ÁGUAS: O CASO DO RIO TIETÊ


As águas do rio Tietê, devido aos altos índices de poluição, não podem ser utilizadas para irrigar plantações, nem para o abastecimento da cidade de São Paulo. No entanto, a cidade depende da captação de água de outras cidades para garantir seu abastecimento. Assim, pode-se dizer que houve uma opção por um uso limitado do rio Tietê (sistema de saneamento) e, desse modo, ele está sendo destruído. Tal situação é um exemplo típico de uma gestão inadequada dos recursos hídricos.


REPRESA DE GUARAPIRANGA


A partir da década de 1970, a cidade começou a se expandir em direção à represa de Guarapiranga, com ocupações clandestinas que despejam esgoto sem tratamento diretamente na represa, responsável por parcela significativa do abastecimento de água da região da grande São Paulo.

A IMPORTÂNCIA DO RIO SÃO FRANCISCO


O rio São Francisco, também conhecido como “o rio da unidade nacional” ou, “o velho Chico”, corresponde a uma das mais importantes bacias hidrográficas do país. Passando por áreas próximas ao semi-árido nordestino, serve como principal fonte de sobrevivência e abastecimento das populações que habitam tais áreas. Apesar de sua importância, o rio São Francisco tem sido vítima de grandes impactos ambientais devido, principalmente, à construção de barragens e a carga de poluentes que recebe das áreas urbanas e também das áreas agrícolas.

O PROJETO DE TRANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO RIO SÃO FRANCISCO


Atualmente, o Rio São Francisco é alvo de uma obra polêmica, que tem como objetivo, até o ano de 2025, transpor para áreas mais interiores do semi-árido, parte de suas águas. Ambientalistas e políticos de estados banhados pelo rio São Francisco são contrários à obra, argumentando que a mesma pode implicar em riscos para a manutenção do rio. Já os defensores da obra argumentam que o rio não correrá riscos pois, o volume de água que será retirado não será tão significativo, a ponto de implicar em riscos ambientais. O nome do projeto vem do fato de as águas serem bombeadas para “transpor” os limites da bacia do rio São Francisco, alimentando outros rios. O projeto prevê a retirada de dois pontos do rio, ambos em Pernambuco. O eixo norte levará água a rios e açudes do Ceará, Rio Grande do Norte e oeste da Paraíba. No eixo leste, as águas serão captadas para abastecer mananciais em Pernambuco e no leste da Paraíba.
Com um custo estimado em 4,5 bilhões de reais, as críticas ao projeto aumentaram após uma avaliação do Tribunal de Contas da União, que aponta possíveis prejuízos na relação custo-benefício da obra, pois, para que a água chegue em todos os locais previstos pelo projeto, será preciso realizar centenas de pequenas obras complementares. Além disso, estudos apontam que o projeto não será suficiente para solucionar o problema do abastecimento de água da região.


3as SÉRIES - TEXTO DE APOIO - SIT DE APRENDIZAGEM 9 - A GLOBALIZAÇÃO DO CRIME








A globalização do crime


Por: Giovanna Pandartt  0






O processo da globalização trouxe consigo diversas vantagens, uma vez que minimizou fronteiras e distâncias. Porém, esse processo também acarretou algumas desvantagens e, consequentemente, novos desafios para a sociedade contemporânea. 


Do tráfico de seres humanos à fraude, da lavagem de dinheiro à ampliação de facções criminosas, do  jogo à prostituição, do roubo às ações terroristas, o crime vem se expandindo no mundo todo sem pedir licença. Os velhos crimes, com a ajuda da tecnologia e da globalização, tomam outras proporções e são redesenhados, ganhando novas modalidades.




Dentro dos últimos anos, as atividades ilícitas deixaram de conhecer barreiras e ultrapassaram as fronteiras geográficas. O crime organizado ficou ainda mais organizado. O aprofundamento do processo de globalização resultou no crescimento do fluxo de pessoas e serviços entre os países. Tudo isso contribuiu para que os criminosos expandissem suas atividades por todo o mundo.




A seguir, vamos abordar dois grandes pilares que ajudam a entender a globalização do crime.


A globalização e o tráfico de pessoas


O tráfico de pessoas – para o trabalho escravo, exploração sexual, venda de órgãos ou sacrifícios contextualizados em determinados rituais – tomou grandes proporções com a facilidade da movimentação de pessoas promovida pelas novas tecnologias. Nunca houve tantas pessoas residindo fora de seu país de origem como agora. As vítimas de tráfico são cada vez mais diversificadas, porém, mulheres, crianças e adolescentes são geralmente os grupos mais vulneráveis e mais atingidos.




A atuação de determinadas organizações, como as chinesas, que são muito bem organizadas e estruturadas, tornam o tráfico de pessoas uma das atividades ilegais mais lucrativas do mundo, superando a prostituição, o tráfico de drogas e a falsificação.




A globalização e o tráfico de drogas



O tráfico de drogas é um dos crimes que melhor se adaptou ao processo de globalização devido ao fato de ter suas atividades facilitadas pelo uso de tecnologias. Além disso, através de um movimento migratório comum, indivíduos experientes no mercado de drogas ou outro tipo de atividade ilícita acabam viajando pelo globo e transportando seus “conhecimentos” por onde passam.



As atividades ilícitas deixaram de conhecer barreiras e ultrapassaram as fronteiras geográficas
A globalização, intencionalmente ou não, resultou em um aumento drástico no consumo de drogas. O raciocínio é simples: enquanto houver quem consume, haverá quem fornece. Assim, a globalização forneceu ao mercado do tráfico um panorama ótimo para se trabalhar.



Conclusão


A globalização pode ser benéfica para muitos setores, mas também contribui assustadoramente com a expansão do crime pelo mundo todo. Estamos diante de um problema que grave que só poderá ser controlado ou, felizmente, eliminado, com um esforço conjunto de todas as nações.

3as SÉRIES TEXTO DE APOIO - SIT APRENDIZAGEM 8 - O TERROR E A GUERRA GLOBAL

A longa Guerra Global Contra o Terror e seus efeitos na sociedade internacional: conceitos, contradições e estudos de caso



Javier A. Vadell

Jorge Mascarenhas Lasmar 




I. INTRODUÇÃO



A Guerra Global Contra o Terror realmente transformou o mundo como o conhecemos? Quais foram seus impactos? Como podemos entender suas consequências? Quase 15 anos após os ataques de 11 de Setembro, essas questões ainda são altamente controversas e permanecem não completamente respondidas. Acadêmicos, jornalistas, políticos e mesmo o público leigo debatem calorosamente as múltiplas dimensões e perspectivas sobre essa matéria sem, contudo, chegarem a um consenso. É exatamente com o objetivo de lançar um pouco de luz sobre esse difícil debate que essa edição especial foi organizada.



Oficialmente, a Guerra Contra o Terror se iniciou em 11 de Setembro de 2001 e terminou em 25 de março de 2009 (Bukerman 2009, p. 1). Contudo, basta acompanharmos os noticiários internacionais para sabermos que a chamada Guerra Global Contra o Terror, e mais importante, seus efeitos e impactos ainda continuam e permanecem relevantes. 


A campanha liderada pelos Estados Unidos contra o terrorismo Salafista Jihadista transnacional trouxe à tona agudas diferenças e contradições em como os Estados entendem e interpretam as normas e valores da sociedade internacional.



 Assim, embora a Guerra Contra o Terror tenha sido diretamente endereçada a grupos terroristas transnacionais, as ações adotadas pelos Estados para combatê-los expôs profundas tensões, limitações e contradições (pré)existentes na sociedade internacional. 



Essa nova realidade social somada à constatação de que algumas de suas instituições são ineficazes no combate ao problema da violência transnacional intriga tanto acadêmicos quanto policy-makers. Mas o mais importante significado da Guerra Global Contra o Terror reside no fato de que essa política foi elaborada tendo em vista tanto os Estados da Sociedade Internacional quanto os terroristas. 



Em retrospecto, percebe-se que algumas das ações adotadas sob o rótulo da Guerra Contra o Terror deliberadamente tentaram redesenhar e reconstruir entendimentos compartilhados sobre a atual ordem internacional.


O problema é que, durante a Guerra Fria, a sociedade internacional foi informada por um entendimento que constituía o mundo como estando dentro de uma bipolaridade material e ideacional. Conforme destaca Wendt (1994199519992006), o significado da polaridade na sociedade internacional pode variar conforme a estrutura social que a informa. Portanto, se aceitamos essa premissa, o significado das normas, valores e instituições internacionais também são informados concomitantemente pela estrutura social e ideacional dentro do qual estão inseridas (Buzan 2004a, pp. 161–204; Hurrell 20022007). 



Portanto, durante a Guerra Fria, os Estados construíram normas e procedimentos que mediavam suas relações ao codificarem, de maneira concreta, padrões de interação compartilhados e mecanismos de controle social que refletiam – ao mesmo tempo em que constituíam – uma estrutura social de rivais ou inimigos.




Contudo, o fim da Guerra Fria trouxe uma nova realidade social. Algumas das antigas normas e instituições da sociedade internacional entraram em uma profunda crise de significado, não apenas devido ao fim incontestável da Guerra Fria, mas também devido ao que parecia ser o fim de uma estrutura social de inimigos que até então norteava as interações entre as grandes e superpotências.


 O fim das referências das estruturas materiais e ideacionais bipolares da Guerra Fria trouxeram uma ilusão liberal-globalista (em sua vertente liberal ou crítica) de que o Estado nacional perderia importância frente ao ímpeto libertador ou opressor dos “mercados globais” da globalização. Da mesma forma, frente à nova realidade social, vários autores acreditavam que o domínio do mercado liberal limitaria tremendamente o uso da força pelos Estados em suas relações internacionais impulsionando-os para uma nova era de pacifismo. 



Essa visão da nova realidade internacional, com uma clara conotação economicista, pode ser representado em sua versão otimista pelo famoso artigo, e posteriormente livro, de Francis Fukuyama, O fim da História (Fukuyama 19891992).
De fato, esses novos padrões liberais de interação entre os Estados, consolidados de maneira quase universal após o fim da Guerra Fria, desafiaram as teorias acadêmicas sobre polaridade e a instituição da “administração das grandes potências” (Buzan 2004b, pp. 34–35). Assim, pode-se dizer que o fim da Guerra Fria se iniciou um período de ressocialização no qual o comportamento das grandes potências em relação umas às outras não confirmou totalmente as previsões prevalentes da tradição neorealista e, dessa forma, desconcertou a comunidade acadêmica. 


De fato, a realidade posterior à Guerra Fria não foi marcada nem pela consolidação de uma única hiperpotência capaz de dominar o sistema internacional (conforme o entendimento realista de unipolaridade) nem as demais grandes potências remanescentes se balancearam contra esse único hegemon(idem, p. 35).



Todavia, Buzan está correto ao afirmar que a interação entre as grandes potências no pós Guerra Fria foi menos problemática do que os desafios criados pelo desalinhamento entre a realidade e as teorias de relações internacionais (ibidem). Isso porque a interação entre as grandes potências desde o fim da Guerra Fria representou uma renegociação de suas identidades e papéis que ainda não atingiu sua forma final ou definitiva. 



Assim, a Guerra Global Contra o Terror se choca contra esse cenário ao funcionar com uma política de (re)organização normativa. Se o comportamento unilateral adotado pela única superpotência durante a Guerra Contra o Terror não é uma novidade histórica, ele de fato resulta na consolidação de novas identidades e na institucionalização de novos papéis dentro da sociedade internacional ao reintroduzir o uso da força como um de seus importantes elementos constitutivos. 



Mais notadamente, percebe-se que a maneira como a Guerra Contra o Terror foi conduzida permitiu a construção de um modelo de uso da força não apenas socialmente aceito pela sociedade internacional mas também moldado para se conformar dentro dos parâmetros ditos liberais. Se por um lado isso foi possível por focar em um inimigo externo à sociedade internacional de Estados, por outro, essa política reforçou o Estado e suas fronteiras, bem como a retomada do uso da força como importantes elementos constitutivos tanto da sociedade internacional quanto da própria noção do que deve ser uma grande potência ou uma superpotência.



Ao amplificar a distância política e militar entre os países através da disparidade de suas capacidades de engajarem em atividades militares (presumidamente) socialmente aceitas no sistema internacional, a Guerra Contra o Terror acabou por agravar a hierarquia existente no sistema internacional. 


Não obstante, o comportamento unilateral da superpotência e as discordâncias geradas por esse comportamento também demonstram que as identidades coletivas que a Guerra Contra o Terror tenta construir, até o presente momento, estão apenas superficialmente internalizadas e portanto instáveis. Tudo isso gera um ambiente de incerteza e instabilidade que parece indicar que mudanças na política internacional apenas vão assumir uma forma permanente se, e quando, a Guerra Contra o Terror se tornar socialmente percebida como simbolizando o novo entendimento de fato da realidade do sistema internacional. Se isso acontecer, a mudança resultante será sustentável e altamente significativa. 



Apesar dos discursos de não aceitação dessas mudanças, os fatos parecem indicar um inegável movimento tácito em direção a um novo entendimento social da unipolaridade em que vivemos.


Assim, a Guerra Contra o Terror pode ser entendida como uma aposta sutil no processo de (re)organizar o atual significado social de polaridade e política internacional entre os Estados. Portanto, a operacionalização da Guerra Contra o Terror acaba por delinear, de uma maneira mais clara, as expectativas subjacentes acerca dos padrões de interações entre os Estados. 



Consequentemente, a Guerra Contra o Terror tem um impacto e significado simbólico, e mesmo psicológico, sobre a sociedade internacional ao institucionalizar não apenas um novo entendimento sobre a realidade internacional mas também ao levantar o limite do que é considerado um comportamento aceitável por parte da superpotência dentro de uma estrutura social liberal que Wendt classificaria como de amigos/rivais.



Portanto, a relevância dos eventos resultantes de 11 de Setembro de 2001 vão muito além de uma questão meramente teórica. Gerou-se uma tensão transformadora para as relações internacionais com implicações tanto teóricas quanto práticas. Logo, os autores desta edição abordam três importantes aspectos da Guerra Global Contra o Terror a fim de contribuírem para o entendimento dessas importantes e inacabadas mudanças: conceitoscontradições e estudos de caso.



II. CONCEITOS




Inicialmente, Héctor Saint-Pierre discute algumas importantes questões conceituais para se entender a atual realidade internacional do terrorismo. Em seu texto, o autor discute o termo “terrorismo” como conceito-chave e intencionalmente mutável. Segundo ele, em realidade, o significado de terrorismo deriva de decisões políticas contextuais que conduzem ao emprego da força. O conceito “extensional” de terrorismo levanta alguns perigos. Simplesmente, lembra Saint-Pierre, abre as portas para a arbitrariedade e sua aplicação depende de razões e motivações meramente políticas.



 A crítica do autor vai além. A definição dessa arbitrariedade gera importantes questões ontológicas e epistemológicas que impedem o desenho estratégico e dificulta o enfrentamento das ameaças. Nesse sentido, o autor propõe limitar o emprego do termo “terrorista” como adjetivo que qualifique certas ações violentas e evitar substantivá-lo em grupos ou estratégias. Como forma de amenizar esse problema, Saint-Pierre propõe uma abordagem “vitimiológica” ao estudo do terrorismo devido a sua “fertilidade heurística e capacidade explanatória” de certas formas de violência.




III. CONTRADIÇÕES



Em seguida, Reginaldo Nasser, Tomaz Paoliello e Rashmi Singh abordam relevantes aspectos das contradições e mudanças originadas pela Guerra Global Contra o Terror para a sociedade internacional. Dessa forma, Reginaldo Nasser e Tomaz Paoliello partem de uma questão crucial na problemática da Guerra ao Terror: após os atentados terroristas de 11 de Setembro e o cenário da invasão ao Iraque, estamos diante de uma nova forma de se fazer guerra? Com o foco na utilização de empresas militares de segurança privada na luta contra o terrorismo no Iraque, bem como um processo de terceirização de serviços de inteligência e de segurança por parte do governo dos Estados Unidos, os autores exploram o papel dos atores privados no cumprimento de fins estratégicos dentro do contexto das chamadas guerras assimétricas.



 Já Rashmi Singh aponta uma interessante contradição entre o discurso e prática da Guerra Global ao Terror. A autora analisa práticas específicas dos Estados Unidos em sua luta e tentativa de securitização da Al Qaeda como a maior ameaça existencial ao “mundo civilizado” após os atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001. Segundo a autora, a contradição reside no paradoxo de que foi exatamente a securitização bem-sucedida da Al Qaeda que possibilitou a adoção de políticas profundamente não liberais pelos Estados Unidos, como forma de conter a mencionada “ameaça existencial”.




IV. ESTUDOS DE CASO




Finalmente, partindo de um enfoque mais empírico, dois estudos de caso analisam os impactos da Guerra Global Contra o Terror nos âmbitos regionais e doméstico. Danny Zahreddine e Rodrigo Teixeira focam a ordem regional de Oriente Médio quase 15 anos após os atentados de 11 de Setembro. 



O artigo oferece uma análise partindo da relevância das potências regionais para o equilíbrio de poder naquela região focando em questões centrais: os atentados alteraram de maneira significativa a ordem regional de Oriente Médio? 


Alteraram-se as relações de poder entre as potências regionais nessa região? 


Se sim, de que maneira? 


E, finalmente, como compreender essas transformações? 


A partir da definição dos conceitos de potência média, emergente e regional, os autores aplicam algumas técnicas estatísticas como a Análise de Componentes Principais (ACP), para analisar os períodos de 1980, 1990, 2001 e 2011. 



Os resultados demonstram que as principais forças regionais que historicamente atuaram na região continuam presentes e, portanto, a ordem regional vigente é semelhante à existente no início da década de 1990. Por fim, os autores destacam que as principais transformações na região se deram no campo ideacional, em função do aumento da ação de forças transnacionais.



Já Jorge Lasmar aborda o caso brasileiro no contexto internacional do terrorismo após os atentados de 11 de Setembro. O autor afirma que o Brasil é um objeto de pesquisa muito interessante, mas pouco explorado, para os estudos de terrorismo e violência política. 


A aparência de que o Brasil não é um país ameaçado por grupos terroristas internacionais se deve principalmente a duas causas: a ausência de ataques terroristas em solo pátrio e a postura de negação do governo brasileiro.



 Contudo, o autor chama a atenção de que os ataques terroristas são apenas uma das várias etapas do chamado “ciclo de atividades terroristas”. Assim, esse artigo aprofunda-se na temática abordando seus desdobramentos mais complexos, ligados à série de atividades interconectadas que compõem as “atividades terroristas”. 



Nesse sentido, o artigo se propõe tanto a discutir as limitações que a atual legislação e desenho institucional das forças de inteligência e segurança impõem ao combate do terrorismo internacional pelo Brasil quanto identificar as importantes consequências e impactos que isso pode ter para o nosso país. Dois fatos recentes acontecidos após o envio do artigo para o prelo evidenciam a importância e atualidade desta discussão. 



Por um lado, o envio de ex-prisioneiros de Guantánamo ao Uruguai diante do reconhecimento do governo uruguaio de que não irá monitorar estes indivíduos, somados à livre circulação de pessoas dentro do Mercosul, reforçam a afirmativa de que o Brasil pode não estar imune à penetração de ideologias radicais ligadas ao terrorismo internacional. 



Isso é ainda mais reforçado quando pensamos na recente prisão de um jovem brasileiro de 18 anos na Bulgária sob a acusação de terrorismo. Segundo as autoridades da Bulgária, esse jovem, natural de Formosa (GO) e recém convertido ao Islã, foi preso quando tentava entrar na Turquia de carro, com dois marroquinos, para se juntar ao Estado Islâmico na Síria. Esses três jovens já vinham sendo investigados desde junho de 2014 e tiveram seus e-mails interceptados após terem contatado o Estado Islâmico. 



O brasileiro, de iniciais K.L.R.G., já era objeto de um pedido de prisão feito pela Espanha junto à Interpol por atividade terrorista e, até o momento desta publicação, aguarda o julgamento de um pedido de extradição para a Espanha. Esse caso demonstra, por exemplo, como atuais falhas e omissões da legislação brasileira como a não extradição de nacionais ou a não internalização legislativa de resoluções obrigatórias da ONU (como a Resolução n. 2 178 do Conselho de Segurança que obriga os Estados Membros da ONU a criminalizarem viagens para campos de treinamento ou para se juntar a grupos terroristas) podem trazer importantes limitações na capacidade brasileira de lidar com esse fenômeno.



Para uma discussão detalhada sobre os critérios e definições de potências regionais, grandes e superpotências ver Buzan (2004b, capítulo 5). Aqui usamos o conceito de hiperpotência para designar teoricamente e criticamente a pretensão de um Estado a detentor da capacidade de dominar unilateralmente o sistema como um todo, ver Buzan (idem, p. 69) e Dunne (2003, p. 308).

Veja-se, por exemplo, os discursos presidenciais de países como a França, Rússia e China sobre multipolaridade na sociedade internacional.

3as SÉRIES TEXTO DE APOIO - SIT APRENDIZAGEM 7 - AS CIDADES GLOBAIS

 

Cidades Globais

Definição: 

 O que são, características principais, exemplos, importância, definição.

 
Também conhecidas como metrópoles mundiais, as cidades globais são aquelas que possuem influência em nível mundial. Portanto, as cidades globais possuem influência nos centros urbanos do próprio país e também em regiões de outros países do mesmo e de outros continentes.
 
 
Importância
 
As cidades globais possuem grande importância para a economia mundial. Recebem estudantes, trabalhadores qualificados e pesquisadores do mundo todo. Geram, além de riqueza, quantidade significativa de conhecimentos científicos de qualidade. Em função da vida cultural dinâmica, são também importantes centros culturais, recendo grandes quantidades de turistas anualmente. São importantes no processo de globalização econômica e cultural, que vem ocorrendo no mundo nas últimas décadas.


 
Principais características:



Elevada concentração populacional;
 
- Economia forte, dinâmica e diversificada;


- Forte urbanização;


 
- Mercado de trabalho intenso, dinâmico e diversificado;


 
- Elevada diversidade de serviços (administrativos, educacionais, financeiros, científicos e tecnológicos);


 
- Existência de diversificadas opções culturais (museus, galerias de arte, centros culturais);


 
- Existência de instituições de ensino e centros de pesquisa de alta qualidade;


 
- Setor de telecomunicações com elevado nível de desenvolvimento tecnológico;


- Bolsa de valores com importância no mercado financeiro internacional;


 
- Sistema de transportes complexos e diversificados (rodoviárias, metro, avenidas, aeroporto internacional, etc);


 
- Possuem sede de bancos e empresas multinacionais.
 


 
Exemplos de cidades globais



Tóquio (Japão)
 
Londres (Reino Unido)
 
Paris (França)
 
Chicago (Estados Unidos)
 
Los Angeles (Estados Unidos)
 
Milão (Itália)
 
Cidade de Cingapura (Cingapura)
 
Hong Kong (China)
 
São Paulo (Brasil) 
 
Cidade do México (México)
 
Nova Iorque (EUA)
 
Pequim (China)
 
Madri (Espanha)
 
 
Você sabia?
 
- Grande parte das cidades globais se concentram nos Estados Unidos, Japão e União Europeia.



3as SÉRIES TEXTO DE APOIO SIT APRENDIZAGEN 6 - FLUXOS DE IDÉIAS E INFORMAÇÕES

3as SÉRIES  - MATERIAL DE APOIO AOS ESTUDOS - SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6


Vamos abordar os fluxos Imateriais, conteúdos e temas relativos aos fluxos de informação, responsáveis por uma nova qualidade de comunicação entre os povos, com grandes impactos culturais no mundo. 


Os fluxos financeiros, que junta­mente com os primeiros, constituem os dois grandes motores da globalização atual, oca­sionando rápidas e intensas transformações em boa parte das regiões e sociedades do mundo.



Em 15 de abril de 2008, a imagem “Representação gráfica dos detritos espaciais em volta da Terra”, na página 16 do caderno do aluno, foi uma das que foram divulgadas pela Agência Espacial Européia (ESA, na sigla em inglês), retratando o lixo espacial na órbita da Terra. 



De acordo com a agência, desde o primeiro lançamento (1957) até janeiro de 2008, cerca de 6 mil satélites fo­ram enviados para a órbita terrestre. Na data de divulgação das imagens, a estimativa era de que apenas 800 deles estariam ativos, dos quais 45% localizados a uma distância de até 32 mil quilômetros da superfície terrestre.



Ex­plorando as nuances ambientais e tomando-a como mote para refletir sobre a amplitude do atual meio técnico-científico-informacional, pergunto: O que vocês entendem pela expressão "sociedade da informação" e quais impactos conhecem das tecnologias de comunicação na cultura e na economia mundiais?



A acele­ração contemporânea altera a natureza do espaço geográfico, imprimindo um novo ritmo às ações humanas. Certas ino­vações técnicas contribuíram para a mudança na rela­ção espaço-tempo no atual período técnico-científico-informacional.



            Apesar de ainda não haver homogeneidade na distribuição desses bens (telefone, radar, fotografia, rádio, bomba atômica, transistor, circuito integrado) citados no texto, eles influenciam em demasia nossa vida cotidiana, e boa parte dessas novas criações acabou revolucionando um dos setores mais importantes da atividade humana: as comunicações.



            A aceleração contemporânea é entendida como o momento em que eclodem forças concentradas da sociedade em sua relação com a natureza, e justamente o resultado da proliferação de invenções técnicas em vários setores da atividade humana é que aumenta os ritmos e os fluxos do espaço geográfico.



            Os satélites são uma das mais signi­ficativas novidades técnicas de transporte de informações. Ope­rados por meio de estações transmissoras e receptoras de sinais instaladas em terra, os sa­télites contribuíram para quatro importantes mudanças:



1. A distância está deixando de ser uma bar­reira para a difusão das informações, pois, agora digitalizadas, podem ser transferidas para regiões que possuam os equipamen­tos necessários (antenas receptoras), onde esses fluxos são absorvidos;



2. Cada vez mais, a fala, as imagens e os tex­tos são transmitidos de maneira semelhan­te, por meio de impulsos eletromagnéticos;



3. Desenvolveu-se a chamada "sociedade da informação": cada vez mais as pessoas pre­cisam de informações para o seu trabalho (dados sobre a economia, outras culturas, suas atividades profissionais) e também para o seu lazer (produção de filmes, televisão a cabo). 




"Informação" é diferente de "comunicação" 




E não podem ser tratadas como sinônimos. A comuni­cação se faz com informações, mas nem todas as relações comandadas pela infor­mação realizam plenamente a comunica­ção.


 A diferença é sutil, mas importantís­sima. 


O telefone é quase sempre um meio de comunicação: nele os participantes têm papel comum.Ambos podem falar e ouvir. Por sua vez, a televisão é um meio de informação que não realiza a comuni­cação por inteiro. Não há posição comum entre o emissor e o telespectador. O emis­sor fala, enquanto o receptor assiste e ouve. Para a Geografia, é de grande valor a separação entre meios de comunicação e meios de informação;


4. Também está havendo a associação entre as tecnologias de computação e de comu­nicação, por intermédio das mensagens por bits eletrônicos. Bit é uma unidade de medida da informação, assim como o grama para o peso e os centímetros para a distân­cia; é a conjunção de partes das pala­vras binary digit - dígito binário -, em inglês, linguagem que permite a trans­missão e a decodificação de mensagens pelos computadores). O exemplo mais importante da atualidade é a internet.



 Os fluxos de informações e as redes sociais



 

Estudo de caso: as redes televisivas


   mundiais




Para aprofundar o conteúdo relativo aos fluxos imateriais, vamos recorrer a certos temas familiares: o das redes tele­visivas mundiais, consideradas como fontes de fluxos de informação que carreiam (levam) impactos cul­turais expressivos, inclusive na nossa vida.



Durante o século XX, as trocas internacionais de filmes e bens culturais - como cinema, fo­tografia, rádio e televisão, material impresso, literatura, música, artes visuais etc. - foram im­portantes para o desenvolvimento da indústria do entretenimento. Entretanto, atualmente a intensificação das trocas comer­ciais entre países, somada à exacerbação do consumo (características indissociáveis – inseparável – da glo­balização), alçou o comércio mundial de bens culturais a uma posição jamais vista. 


Apenas para se ter idéia, segundo dados do Relatório do desenvolvimento humano 2004, do PNUD, em 1980 esse mercado movimentou cerca de 95 bilhões de dólares em todo o mundo, passan­do, em 1998, para mais de 380 bilhões, tendo apre­sentado, assim, um aumento de quatro vezes.



A globalização e a revolução nos meios de transporte e de co­municação 


impulsionaram o aumento do po­der das empresas, particularmente das grandes corporações transnacionais. No setor de produção de informações e de comu­nicação, o processo não foi diferente: assim como existem grandes empresas que fabri­cam e vendem carros, roupas e computadores, atualmente também há empresas especializa­das em produzir e vender artigos relacionados ao mundo da informação e da cultura de mas­sa.



Desde a década de 1980, as novas tecnologias das comunicações por saté­lite possibilitaram a intensificação do proces­so de difusão cultural e de informações. Entre os efeitos importantes dessa inovação tecno­lógica, destaca-se a formação de poderosas redes mundiais de televisão, que atualmente dispõem de alcance global. 


Ao lado disso, o número de aparelhos de televisão por mil ha­bitantes mais que duplicou em todo o mundo: em 1980, essa relação era de 113‰ (por mil); em 1995, 229‰; e, desde então, aumentou para mais de 243‰.



Veja o poder das grandes empresas de telecomunicação: foi por meio de grandes emissoras norte-americanas que boa parte do mundo foi informada sobre acon­tecimentos trágicos e guerras recentes que colocaram os Estados Unidos em evidência: as guerras contra o Iraque (1991 e 2003) e os bombardeios no Afeganistão (2001), os atentados ao World Trade Center e ao Pentá­gono (11 de setembro de 2001) e muitos ou­tros eventos. 


De que maneira e intensidade a formação de nossas opiniões sobre esses atos de violência pas­sados e outros da atualidade esteve ou está baseada nas imagens, nos textos e nos comen­tários que os jornalistas nos transmitiram?



Em nosso país, como em muitos outros, poucas notícias sobre os conflitos e acontecimentos citados foram veiculadas segundo a versão dada por emissoras de outras nacionalidades e proce­dência geográfica, como as européias ou ára­bes, que contam com elevada audiência no Oriente Médio e entre os imigrantes árabes que vivem na Europa.



As emissoras árabes transmitem com frequência uma interpretação diferente dos canais televisivos ocidentais sobre fatos im­portantes da realidade mundial. No contexto televisivo do mundo árabe, em que os canais de televisão se caracterizam pelo conformis­mo diante dos fatos e pela reverência aos po­deres políticos constituídos, existem emissoras que, contrariamente, não aceitam se submeter a um controle direto ou indireto dos poderes políticos que impõem uma forte censura em face das demais.


Por um lado, ser informado sobre o que está ocorrendo em outras partes do mundo é fundamental para que nosso próprio conhecimento ou cultura sejam ampliados (ou mesmo modificados), no tocante ao mundo em que vivemos e aos nossos próprios espaços de vivência. Em contrapartida, frequentemente, a informa­ção que nos chega já está manipulada por redes de comunicação, cujo governo (no caso, dos Estados Unidos) foi protagonista direto das guerras anteriormente citadas. É necessário rever hábitos e atitudes quanto às fontes de aqui­sição de informações, como também refletir sobre a qualidade do que lemos, escutamos e assistimos. 




Rede global e economia especulativa



A expressão "es­pecular" significa fazer operações financeiras ou comerciais com bens negociáveis, a fim de tirar proveito da variação de preços. Com a globalização, ocorreu um aumento da atividade especulativa sobre as moedas.


internacionalização das fi­nanças e o aprofundamento da economia especulativa se tornaram possíveis, em grande parte, graças a dois conjuntos de fatores:a) a liberalização e a desregulamentação das economias nacionais, estimuladas pelo neoliberalismo;


b) o avanço nos últimos 20 anos da tecnologia eletrônica, que permite a movimentação instantânea de dinheiro entre as bolsas de valores de todo mundo por intermédio das redes de computadores integradas em escala global.


As bolsas de valores são instituições nas quais se negociam ações e títulos, ou seja, documentos que certificam a propriedade de um bem ou valor. Atualmente, são poucas as regiões do mundo que não são influenciadas de algum modo pelas operações do sis­tema financeiro globalizado, ou pelo excesso de capital financeiro acumulado, ou pela total falta dele, ou, por vezes, pela "fuga" desse capital.


Os países em desenvolvimento são os que acabam sofrendo mais com essa mobilidade financeira no mundo. Países como Brasil, Argentina e México tomam uma série de medidas para que os capitais fi­nanceiros permaneçam depositados em seus bancos (ou que sejam investidos nas bolsas de valores), com a finalidade de aumentar a quantidade de dinheiro disponível ao desen­volvimento de seus territórios.