CARPE DIEN

sexta-feira, 29 de abril de 2011

2ªS SÉRIES - O que é a Rodada Doha

O que é a Rodada Doha. Para iniciantes.

Rodada Doha é como ficou conhecida a reunião de países desenvolvidos e em desenvolvimento em torno de suas mútuas exportações e importações. Tem o nome de Doha porque aconteceu em 2001 em Doha, capital do Catar.
Como já devem ter percebido, existe uma mania ou facilidade em batizar esses eventos com o nome da cidade que os sedia, em sua criação ou primeira realização.
Acho que desde os primórdios é assim. Uns mais conhecidos para exemplificar? Concilio de Trento, Tratado de Tordesilhas, Tratado de Versalhes, Convenção de Genebra, Protocolo de Kyoto, Rio-92 e etc…
Estou certo que você pode lembrar de muitos outros. Ou então, quando vir o nome de um local precedido de alguma coisa que lembre uma reunião, é isso.
Bem, voltando então à Rodada Doha, o que temos são os países ricos que querem abertura dos mercados nos países pobres para seus produtos industrializados. Embora que liderados pelos USA, Bloco Europeu e Japão, já não são tão fortes como antigamente.
Do outro lado temos os países em desenvolvimento, com o Brasil como seu lider mais expressivo por sua pujança agrícola e pioneiro no modelo viável do biocombustível.
Com o Brasil estão a India, a China e, praticamente todos os paises em desenvovimento, remediados e pobres do mundo que já não são tão fracos como antigamente.
Querem que os países ricos parem de ajudar tanto seus agricultores incompetentes e liberem as importações de produtos agrícolas dos países pobres.
Políticamente, os países ricos não podem deixar de ajudar seus agricultores, por questões sociais locais e de votos.
E os países pobres só abrem suas fronteiras para produtos industrializados importados, se os países ricos abrirem também as suas para nossos produtos agrícolas.
Abertas, em ambos os casos, essas fronteiras até que são. O que acontece é que são produtos sobretaxadas e isso inviabiliza os negócios, pois ficam muito caras.
“Eles” não podem comprar nossos produtos agrícolas porque causaria transtorno em seus países com desemprego no campo e perda de votos.
“Nós” não podemos abrir para comprar seus produtos industrializados porque isso irá prejudicar nossa indústria, prejudicar a balança comercial e prejudicar nosso parque industrial, que ficará sem estímulo para se desenvolver.
Quem perde, são “eles”. Mais dia, menos dia, terão que “morrer” com seus dólares para comprar comida e combustível alternativo “nosso”. Pode demorar, mas sabem que terão de fazer isso.
Está cada vez mais difícil para eles, conciliar a produção de comida e combustível da terra arável. E a pressão dos ecologistas, oprime-os a cada eleição.
Eu os vejo como alguém com um peso nos pés, numa piscina vazia e com uma torneira a enche-la. Enquanto a água não chegar na altura do nariz, vão respirando. Depois, terão que ceder.
E o Brasil tem uma teoria hujmanitária de muita lógica para a questão. São muitos os países pobres que poderiam produzir biocombustível minorando a pobreza no mundo, o aquecimento global e, principalmente, a fome.
A fome, querem fazer acreditar que é por causa do biocombustível, que bem sabemos no Brasil, não é verdade.
Canaviais até podem tomar terras de outras culturas mas isso não acontecerá porque o mercado é auto-regulável. (O agricultor que planta feijão não irá mudar de cultura se estiver contente com os preços, oras…)
Donde foi que o chanceler Celso Amorim já estava de saco cheio e perdeu a paciência chamando os ricos de mentirosos, citando Joseph Goebbels.
Isso é apenas uma noção para quem nada sabia sobre a tal Rodada Doha. Seus meandros e desdobramentos, claro, são bem mais complexos.
http://www.clubeletras.net/blog/politica/o-que-e-a-rodada-doha-para-iniciantes/