2AS SÉRIES TEXTO DE APOIO PARA A ATIVIDADE DAS PALAVRAS CHAVES
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ENTREGAR NA SEMANA DE 11-09 À 14-09-18
Matrizes Culturais do Brasil
Existe diferença entre os termos "raça" e "etnia"?
O termo raça tem uma variedade de definições geralmente utilizadas para
descrever um grupo de pessoas que compartilham certas características
morfológicas. Já a palavra etnia significa "gentio", proveniente do
adjetivo grego ethnikos. O adjetivo se deriva do substantivo ethnos, que
significa gente ou nação estrangeira. É um conceito polivalente, que constrói a
identidade de um indivíduo resumida em: parentesco, religião, língua,
território compartilhado e nacionalidade, além da aparência física.
Composição étnica da população brasileira
A população brasileira foi formada a partir de três grupos
fundamentais: o branco europeu, o negro africano e o ameríndio. Antes da
chegada dos portugueses, o território era habitado por milhares de povos
indígenas (sobretudo dos grupos tupi e jê ou tapuia). A partir da colonização,
a maior parte da população indígena foi exterminada, dela restando hoje apenas
alguns milhares de indivíduos.
Os negros africanos, pertencentes sobretudo aos grupos bantos e
sudaneses, foram trazidos como escravos para trabalhar na agricultura
(cana-de-açúcar, café) e na mineração (ouro e diamantes). Além dos portugueses,
outros europeus também contribuíram para a formação da população brasileira,
através da imigração, principalmente a partir de 1850 (alemães, italianos,
espanhóis).
A miscigenação desses três grupos étnicos deu origem aos mestiços:
mulatos (descendentes de brancos e negros), caboclos (de brancos e ameríndios)
e cafuzos (de negros e ameríndios). Há ainda uma parte formada por descendentes
de povos asiáticos, especialmente japoneses. Para a formação do contingente
populacional do país, a imigração em si pouco representou (pouco mais de cinco
milhões de indivíduos, desde a Independência, dos quais 3,5 milhões
permaneceram no país) e praticamente cessou a partir do final da segunda guerra
mundial.
A princípio o branco europeu, o índio e o negro e posteriormente, no
século XIX, a entrada de migrantes principalmente europeus.
Diz-se de matrizes culturais do Brasil a formação cultural de sua
população que ocorreu através da miscigenação de vários grupos étnicos. A
princípio o branco europeu, o índio e o negro e posteriormente, no século XIX,
a entrada de migrantes principalmente europeus.
Esclarecimentos necessários:
O termo etnia refere-se a agrupamentos humanos com uma unidade cultural
em comum, ou seja, possuem traços culturais que se assemelham: idiomas,
costumes, maneiras de pensar, sentir e agir. Já o termo raça, muito usado no
passado, passou por uma reavaliação. A biologia colocou esse termo em desuso,
impróprio para se referir a seres humanos, visto que se constatou que não
existem raças humanas e sim raça humana. Todos seres humanos pertencem a uma
única raça.
As etnias que formaram a matriz cultural do Brasil
Quando os portugueses chegaram aqui a terra estava totalmente povoada
por pessoas as quais foram denominadas de índios. Eram vários grupos étnicos
que possuíam semelhança e diferenças culturais, mas foram todos considerados
índios. A primeira miscigenação que ocorreu foi com o branco europeu e os
índios do Brasil.
Para Portugal tornar o Brasil produtivo usou primeiramente o trabalho
indígena, o qual não se mostrou tão interessante visto que: "Os indígenas
brasileiros, vivendo no estágio da comunidade primitiva, desconheciam a
escravidão. Ou devoravam os prisioneiros de guerra ou assimilavam-no à
tribo."(1. pp. 44-45). A solução foi trazer os negros, os quais Portugal
já conhecia da costa africana. Esses passaram a ser escravizados no Brasil no
início do ciclo da cana-de-açúcar. O negro, deslocado de sua terra e de sua
cultura, foi o terceiro elemento da formação étnica do Brasil.
Do século XVI ao início do século XIX, a constituição étnica principal
do Brasil foi o negro, o índio e o branco. No início do século XIX, várias mudanças
estruturais fizeram com que a população do Brasil aumentasse. A vinda da
família real, a necessidade de uma força armada e a grande necessidade de
povoar o território figuram entre as principais mudanças.
"Formou-se então, a primeira corrente de colonos ou imigrantes
portugueses vindos principalmente das ilhas dos Açores. Foram escolhidos, de
preferência, grupos familiares [...]" (2. p.178). Que por sinal foi uma
grande exceção na história do Brasil. Em meados do século XIX a necessidade de
mão-de-obra para a lavoura do café traria muitos migrantes em situação
extremamente difícil para trabalhar nas fazendas de café.
Por volta de 1850 -1930 chegaram ao Brasil migrantes de origem europeia
e alguns asiáticos. O Brasil vinha sendo pressionado para acabar com a
escravidão e o europeu atenderia a necessidade de mão-de-obra e ao mesmo tempo
promoveria um certo "embranquecimento" do povo brasileiro.
Durante esses oitenta anos grande levas de portugueses, espanhóis e
italianos entram no país. Também chegaram alemães, libaneses e japoneses. Todos
contribuíram muito com a formação cultural do Brasil, pois na nova terra
manifestavam seus costumes e suas crenças, influenciaram e foram influenciados.
Nossa música, nosso idioma, nossas festas populares, nossas crenças tiveram
influências significativas desses povos que aqui se fixaram.
A partir de 1930 a migração para o Brasil declinou, na segunda guerra
mundial o nível de migrantes para o Brasil se reduziu ao máximo, para depois,
entre 1949 e 1953, ter um sutil aumento nas taxas de migração, mas ainda pouco
significativas.
Fluxo de migrantes da Europa para a América. Notem que o sudeste e sul
do Brasil, Argentina e Uruguai receberam um significativo número de migrantes
europeus.
Fluxo de migrantes negros e árabes que saíram da África e vieram para a
América. Praticamente todo litoral do Brasil, a América Central (insular e
continental) e o sul dos Estados Unidos receberam muitos migrantes. Notem a
predominância dos negros.
As matrizes culturais do Brasil estão relacionadas à formação cultural
da população brasileira. As bases destas matrizes foram estabelecidas pela
miscigenação de diversos grupos étnicos.
A população do Brasil é uma mistura rica entre índios, brancos europeus
e negros. A formação desta identidade cultural começou no período colonial.
Os traços culturais dos brasileiros são muito diversificados. Essas
misturas podem ser vistas de forma bastante evidente nos cidadãos que vivem no
sul do Brasil, no norte e no nordeste.
As etnias que formaram a matriz cultural do Brasil ainda estão
presentes na cultura do país. É possível afirmar que a primeira miscigenação
que aconteceu em nosso país foi entre o branco europeu e os índios brasileiros.
Os negros, que foram trazidos ao país como escravos, constituem o terceiro
elemento da formação étnica do Brasil. Já a última fase da miscigenação dos
brasileiros aconteceu com a chegada dos imigrantes que substituíram os negros
nos trabalhos das fazendas depois da abolição da escravatura.
No último cenário da matriz cultural, que aconteceu na imigração no
século XIX, houve uma nova mistura de etnias entre brasileiros, europeus e
asiáticos. A partir dessa formação, a cultura brasileira recebeu diversas
influências externas que deram origem a nossa rica identidade nacional.
A
constituição étnica da população brasileira é formada por três principais
grupos: o indígena, o branco e o negro africano. Somos multiculturais por
formação: os imigrantes contribuíram muito na formação da população brasileira
ao lado de outros grupos e culturas, como portugueses, indígenas e africanos.
Inúmeras levas de estrangeiros chegaram ao país, principalmente ao longo do
século XIX e nas primeiras décadas do século XX. A emigração envolve o drama
dos envolvidos, que abandonaram seu país de origem, a interrogação sobre a
terra futura e a nostalgia da terra passada. No
século XX, mais um grupo étnico veio participar da formação da população
brasileira: o asiático, representado, principalmente, pelos japoneses, chineses
e coreanos. Etnia corresponde a um agrupamento humano cuja unidade repousa na
comunhão de língua, cultura e de consciência grupal. Podem existir, em uma
etnia, traços físicos comuns, entretanto não são eles que a definem, e sim o
sentimento de pertencer ao agrupamento ou à comunidade. O termo raça, por sua
vez, largamente utilizado no passado, é hoje considerado impróprio, pois a
ciência já constatou que, no sentido biológico, não existe raça humana. Durante muito tempo
utilizou-se a miscigenação da nossa população, isto é, o cruzamento entre
grupos étnicos, para se afirmar que no Brasil sempre existiu uma “democracia
racial”. No entanto, essa visão é hoje considerada um mito, pois obscurece a
realidade do preconceito e da discriminação ainda presentes na sociedade
brasileira. No passado, tal mito disfarçava o preconceito de cor em relação ao
indígena, ao negro e aos mestiços e, também, o preconceito social determinado
pela renda e pelo status social. Serviu de forma admirável à classe dominante
para mascarar as opressivas relações étnicas e sociais no Brasil.