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terça-feira, 21 de abril de 2015

TEXTO DE APOIO PARA 1ªs SERIES SITUAÇãO DE APRENDIZAGEM 1 DO VOLUME 01

1ªS SERIES



TEXTO DE APOIO PARA 1ªs SERIES



SITUAÇãO DE APRENDIZAGEM 1 DO VOLUME 01

Noções Básicas de Elementos de Cartografia  - 01 CAPÍTULO
  Neste capítulo você irá compreender alguns conceitos importantes relacionados com o universo da Cartografia. É importante ressaltar que estes conceitos serão fundamentais para a interpretação dos próximos capítulos que necessitam da cartografia como base para a introdução de novos conhecimentos a serem adquiridos pelos usuários.  Os objetivos propostos para esse capítulo são: Introdução à Cartografia: conceitos práticos e teóricos.  Desenvolvimento de atividades práticas de Cartografia.  

1.1 DEFINIÇÃO DE CARTOGRAFIA .

 Desde o surgimento das primeiras civilizações, o homem já sentia a necessidade de se orientar e de registrar dados relacionados com o espaço e o tempo.  São várias as definições de Cartografia encontradas na literatura ao longo do tempo e é interessante observar que o avanço tecnológico vem provocando constantes evoluções em tal conceito, tais como: 
A cartografia pode ser definida como um conjunto de estudos e operações científicas, artísticas e técnicas, baseado nos resultados de observações diretas ou de análise de documentação, com vistas à elaboração e preparação de cartas, mapas planos e outras formas de expressão, bem com sua utilização. 
Representação gráfica que facilita a compreensão espacial dos objetos, conceitos, condições, processos e fatos do mundo humano. 
A ciência que se ocupa da elaboração de mapas de toda espécie. Abrange todas as fases dos trabalhos, desde os primeiros levantamentos até a impressão final dos mapas. 
Cartografia é o conjunto de estudos e operações científicas, artísticas e técnicas, baseado nos resultados de observações diretas ou de análise de documentação, com vistas à elaboração e preparação de cartas, projetos e outras formas de expressão, assim como a sua utilização.  

1.2 HISTÓRIA DOS MAPAS

 Desde épocas mais remotas, o homem vem utilizando-se da confecção de mapas como meio de armazenamento de conhecimentos sobre a superfície da terrestre.  Os mapas ocupam um importante lugar entre os recursos de que a civilização moderna pode lançar mão. A produção de mapas cresce proporcionalmente ao crescimento da população, de forma a atender seus interesses nos mais variados ramos de atividade.  A história dos mapas é mais antiga que a própria história, isto se pensarmos na história como a documentação escrita sobre fatos passados. A elaboração de mapas precede à escrita. Isto pode ser concluído do fato comprovado por muitos exploradores dos vários povos primitivos que embora eles não houvessem alcançado a fase de escrita, desenvolveram a habilidade
para traçar mapas. A base do sistema cartográfico atual é atribuída por todos aos gregos. Admitiram a forma esférica da Terra, com seus pólos, equador e trópicos.  Abaixo são mostrados fatos históricos sobre os mapas descritos por: 
Anterior à escrita (babilônios, egípcios, maias, esquimós, astecas, chineses, etc.) - 4500 a 2500 AC;
Anaximandro de Mileto – primeiros mapas da Europa – 611 a 547A.C;
Eratóstenes de Cirene – calculou o perímetro da Terra –276 a 196 A. C.
Cláudio Ptolomeu escreveu sobre projeções e elaborou um mapa-múndi - 90 a 168 DC;
árabes tiveram grande influência a partir do séc XII, destaque para AL-IDRISI que elaborou Atlas e livro sobre viagens (“Livro sobre agradável excursão para quem deseja percorrer o mundo”) e foi usado como base para os grandes navegadores, no séc. XV; - Idade Média - retrocesso- mapas circulares Orbis Terrarum;
Grande avanço com as viagens de exploração das novas terras e aparecimento de especialistas em confeccionar mapas - 1400 a 1500;
Cartógrafo Gerhard Mercator - primeiro Atlas, reformulou todas as teorias e criou a projeção;
Cartográfica com meridianos retos e eqüidistantes dos pólos, usada até hoje - 1512 a 1594;
 O mapa mais antigo que se tem notícia é o de Ga-Sur (Fig1), feito na Babilônia. Era um tablete de argila cozida de 7cmx8cm, datado de aproximadamente 2400 a 2200 a.C. Representa um vale, presumidamente, o do roio Eufrates (SILVA, 1999).
 
Fig1. Mapa de Ga-Sur, feito na Babilônia,aproximadamente 2400 a 2200 a.C. 

 REDE GEOGRÁFICA.
 Entende-se como rede geográfica o conjunto formado por paralelos e meridianos, ou seja, pelas linhas de referência que cobrem o globo terrestre com a finalidade de permitir a localização precisa de qualquer ponto sobre sua superfície, bem como orientar a confecção de mapas.  Apresentação algumas definições referentes as linhas da rede geográfica: 

a) Meridianos: são círculos máximos que, em consequência, cortam a Terra em duas partes iguais de polo a polo . Sendo assim, todo os meridianos se cruzam entre si em ambos os polos. O meridiano de origem é o de Greenwich 

 b) Paralelos: são círculos que cruzam os meridianos perpendicularmente, isto é, em ângulos retos. Apenas um é um círculo máximo, o Equador

c) Latitude: é o arco contado sobre o meridiano do lugar e que vai do Equador até o lugar considerado.

d) Longitude: é o arco contado sobre o equador e que vai de Greenwich até o meridiano do referido lugar LINHA INTERNACIONAL DE DATA onde no calendário avança o dia. A Longitude pode ser contada no sentido Oeste, quando é chamada Longitude Oeste de Greenwich (W Gr.) ou negativa. Se contada no sentido Este, é chamada Longitude Este de Greenwich (W Gr.) ou positiva. 

Sua variação é a seguinte:


Mostra do sistema de coordenadas geográficas com a variação dos ângulos de latitude e longitude.  



CARTOGRAFIA: A LINGUAGEM DOS MAPAS


INTRODUÇÃO

A cartografia envolve as técnicas de criação de mapas, sendo uma ferramenta importante para a geografia. Apresenta desafios, como, por exemplo, representar uma esfera (Terra) sobre um plano (mapa-múndi), ocorrendo distorções. Um segundo desafio é descobrir a ideologia que um mapa esconde, isto é, mapas contêm visões de mundo.

Como a Terra é redonda, o Brasil, por exemplo, pode ser visto de vários ângulos e, o mais importante, todos estão corretos.



Nesta visão, o Brasil está no centro do planeta.




ELEMENTOS PRINCIPAIS DA CARTOGRAFIA

ESCALAS são a relação entre as dimensões apresentadas em um mapa e seus valores reais correspondentes no terreno.

TIPOS

NUMÉRICA – é representada por uma fração e normalmente é dada em centímetro. Exemplo:




No exemplo acima, 1 cm no mapa é, na realidade, 500.000 vezes maior. Para resolver um exercício, normalmente transforma o número em quilômetro, obtendo-se a seguinte relação: 1 cm = 5 km.

GRÁFICA — é representada por uma linha reta graduada, tendo como módulo básico o centímetro. Exemplo:

1: 12.000.000

É NECESSÁRIO SABER FAZER ESTA REDUÇÃO NA ESCALA MÉTRICA

CONTANDO ''ZEROS'' A PARTIR DA ESQUERDA VAMOS PREENCHENDO AS CASA DA ESCALA MÉTRICA

COMO NO EXEMPLO ABAIXO



Nesse caso, 1 cm no mapa equivale 12.000.000 cm ou na realidade a 120 km.

ESTA FÓRMULA AUXILIA NO CÁLCULO



ONDE ''D'' É A DISTÂNCIA NO TERRENO (REAL) ''d'' É A DISTÂNCIA NO MAPA E ''E '' É A ESCALA USADA PARA AMPLIAR OU DIMINUIR UMA ÁREA OU TERRENO

PROJEÇÕES

Projeções envolvem a representação da Terra em um plano, destacando a rede de paralelos e meridianos da esfera terrestre. Utilizam figuras geométricas semelhantes a uma esfera ou aquelas que permitem o seu desenvolvimento, destacando-se o cone, o cilindro e o plano.








Exemplos
I. PROJEÇÃO DE MERCATOR




Nessa projeção, os paralelos e os meridianos são linhas retas que se cortam em ângulos retos, porém as áreas polares mostram tamanho exagerado. É uma projeção conforme, porque tem a vantagem de conservar a forma dos continentes, mas traz a desvantagem de deformar as áreas relativas dos continentes, isto é, a deformação aumenta próximo aos pólos.

Observando a figura acima, a América do Sul aparenta ser menor que a Groenlândia, mas, na realidade, ela tem quase 18 milhões de km2 contra 2 milhões de km2 da Groenlândia. Portanto, é uma projeção cilíndrica conforme, sendo usada na navegação. Questiona-se o eurocentrismo desta projeção.


II. PROJEÇÃO DE PETERS



É uma projeção cilíndrica equivalente, que conserva a proporcionalidade das áreas relativas entre os continentes, mas as formas são distorcidas, destacando-se o alongamento dos continentes.

ELEMENTOS SECUNDÁRIOS DA CARTOGRAFIA

CURVAS DE NÍVEL


As curvas de nível são chamadas de isoípsas e unem pontos de mesma altitude de relevo. Esse conceito apareceu na Holanda, no século XVIII e foi usado para cartografar o fundo do rio Merwede, sendo um sistema matemático baseado em levantamentos geodésicos, no qual o marco zero metro é o mar.

As curvas de nível apresentam as seguintes características:
● Representam tanto a altitude quanto a forma de relevo.
● Quando existem grandes diferenças de altitudes em pequenos espaços, as linhas apresentam-se muito próximas umas das outras; quando o relevo é suave, as diferenças são menores e as linhas apresentam-se mais distanciadas.
● De acordo com a variação da altitude, a equidistância das curvas pode ser de 10, 20, 50 ou 100 metros.






ROSA-DOS-VENTOS


A rosa-dos-ventos é um meio de orientação importante devido à extensão do planeta e serve como vocabulário da geografia, aparecendo no nosso dia-a-dia e principalmente nos vestibulares.




É formada pelos pontos cardeais, colaterais e subcolaterais.
• Cardeais
– norte ou setentrional ou boreal
– sul ou meridional ou austral
– leste ou oriental ou nascente
– oeste ou ocidental ou poente

• Colaterais: ficam entre os pontos cardeais.
– nordeste (NE) – entre o norte e o leste;
– sudeste (SE) – entre o sul e o leste;
– sudoeste (SO) – entre o sul e o oeste;
– noroeste (NO) – entre o norte e o oeste.

• Subcolaterais: ficam entre os pontos cardeais e os colaterais.
NNE = nor-nordeste
ENE = es-nordeste
ESE = es-sudeste
SSE = su-sudeste
SSO = su-sudoeste
OSO = oes-sudoeste
ONO = oes-noroeste
NNO = nor-noroeste

COORDENADAS GEOGRÁFICAS

Conjunto de linhas imaginárias traçadas sobre a superfície terrestre, objetivando localizar qualquer lugar ou ponto.

• Latitude: é a distância em graus de um ponto qualquer da superfície terrestre à linha do Equador, variando de 0° a 90° tanto para o norte como para o sul.

• Longitude: é a distância em graus de um dado ponto da superfície terrestre ao meridiano de origem (Greenwich), variando de 0° a 180° para leste e para oeste.




Para compreender melhor as coordenadas, é fundamental lembrar-se das principais linhas imaginárias.
• Paralelos: círculos menores e paralelos ao Equador (divide a Terra em dois hemisférios).






• Meridianos: são círculos máximos que passam pelos pólos, destacando o principal: Greenwich (divide a Terra em dois hemisférios).




EXERCÍCIO

- IDENTIFIQUE AS POSIÇÕES DOS PONTOS ''A'', ''B'', ''C'', ''D'' e ''E'' QUE APARECEM NA FIGURA A SEGUIR

TEXTO DE APOIO PARA 3ªs SERIES SITUAÇãO DE APRENDIZAGEM 1 DO VOLUME 01

 3ªS SERIES

TEXTO DE APOIO PARA 3ªs SERIES


SITUAÇãO DE APRENDIZAGEM 1 DO VOLUME 01


A regionalização do espaço mundial.

A regionalização do espaço mundial é resultado do processo de Divisão Territorial do Trabalho (DIT) e se modifica com ela, pois este processo se caracteriza por uma reorganização espacial (geográfica) que viabiliza um novo padrão de acumulação capitalista. A divisão social do trabalho tem origem há aproximadamente 5.500 anos, com o aldeamento; essa divisão social foi se ‘aperfeiçoando’ até a ditar às mais diferentes regiões do mundo o que elas devem produzir e/ou consumir. Isso se deu, principalmente, nos dias atuais, porque a lógica da Divisão Territorial do Trabalho é a acumulação de capital; porém as pessoas não acumularam igualmente, originando, assim, as desigualdades que marcam o mundo contemporâneo.
Essa desigualdade combinada se reproduz por meios desiguais como a transferência de processos de trabalho mais banais para os países subdesenvolvidos e retendo para os desenvolvidos os processos de trabalho mais sofisticados, logo, o salário é menor nos países periféricos, acentuado ainda com a presença de preços de monopólio que são praticados pelas empresas altamente concentradas. Esses processos segregam o espaço mundial, criando e acentuando esse processo de divisão territorial do planeta, criando países que produzem pouco, a baixos salários para a população, enquanto outros tem uma estrutura de alta tecnologia, velocidade, etc.
O mapa mundi sempre sofreu mudanças na sua configuração, mas esse fato sofreu forte acentuação na última década do século XX, principalmente entre os anos 1989 e 1991, devido a mudanças políticas e ideológicas. Hoje as dificuldades para se regionalizar o espaço mundial são enormes.
Antes da Segunda Guerra Mundial havia uma ordem mundial multipolar, representada pelo Reino Unido, França, Alemanha e Estados Unidos, Japão e Rússia. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e, especialmente, a Segunda Guerra Mundial foram momentos de desequilíbrio nessa ordem multipolar. As potências europeias e o Japão saíram arrasadas da disputa. Então EUA e União Soviética passaram a dividir o mundo entre si; o mundo ingressou, então, numa ordem bipolar, que durou até 1991.

Hoje a dúvida é: qual a nova ordem mundial? 

Seria monopolar, com os EUA ‘dominando’ o mundo, ou multipolar, destacando-se, principalmente, o Japão, EUA, Europa, China? 

Acredito que os EUA vêm dominando o cenário mundial, ditando as “regras do jogo”, sendo auto-suficientes (e talvez acreditando demasiadamente nisso, o que pode trazer alguns problemas, tais como os atentados de 11 de Setembro de 2001). Atualmente os EUA vêm passando por uma séria crise; porém o seu papel de país dominante (e representante máximo do capitalismo) é ressaltado pelo fato de que vários setores e países do mundo sofrem os efeitos dessa crise.

A regionalização do espaço mundial e a nova ordem mundial são assuntos complexos, tendo como exemplo as várias interpretações decorrentes dos fatos que ocorrem atualmente. Surgem dessa situação os conflitos que estouram em várias partes do mundo; a fragilidade cada vez maior das economias dos países subdesenvolvidos; se não o enfraquecimento, pelo menos o desvio de função do Estado-Nação; valorização da problemática ambiental; etc. Concluindo, vemos que muitas são as ‘realidades’, muitas são as diferenças. Uma regionalização que retratasse a realidade seria aquela que não considerasse apenas as questões econômicas, mas também a diversidade cultural, as individualidades de cada nação.

A Nova Ordem Mundial

    N  Nos últimos anos, principalmente de 1989 a 1991, o mapa-múndi político sofreu transformações radicais. Novos estados-nações (países) surgiram e outros desapareceram.
          Como exemplo disso, podemos citar a antiga Alemanha Oriental, hoje uma província da Alemanha reunificada. Ou antiga Tchecoslováquia, hoje em dois novos estados-nações: a República Tcheca e a Eslováquia. Contudo, as mudanças mais surpreendentes aconteceram na Iugoslávia e na União Soviética. A Iugoslávia, além de ter sido dividida em cinco novos países(Croácia, Eslovênia, Bósnia, Macedônia e Iugoslávia), conheceu uma sangrenta guerra civil pela partilha da Bósnia-Herzegóvina. A União Soviética, por sua vez, viu-se obrigada a fragmentar-se em 15 nações independentes.
    Do ponto de vista geopolítico, é possível comparar esse período a um outro do nosso século, quando também aconteceram mudanças profundas no mapa-múndi, por ocasião da segunda guerra mundial. Nesses dois momentos ocorreram não apenas mudanças geopolíticas, mas também uma crise de uma ORDEM MUNDIAL e a emergência de uma outra.
          Antes da segunda guerra mundial havia uma ordem multipolar, ou seja, com base em vários pólos ou centros de poder que disputavam a hegemonia internacional: Inglaterra, ex-grande e exclusiva potência mundial no século XIX, em decadência hegemônica; a França e em especial a Alemanha, grandes concorrentes no continente europeu; os EUA, grande potência da América; o Japão, que se lançava numa aventura imperialista no leste e sudeste asiático; e por fim a imensa Rússia, fortemente militarizada. O final da grande guerra trouxe um novo cenário: as potências europeias estavam arrasadas e consequentemente seus impérios na Ásia e África; o Japão, igualmente arrasado, perdeu as áreas que havia conquistado no extremo oriente(Coréia, Manchúria, partes da Sibéria, etc.). Duas novas potências mundiais – EUA e União Soviética – lotearam o mundo entre si. Foi a época da BIPOLARIDADE, a nova ordem mundial, que durou cerca de 45 anos, desde o final da segunda guerra até meados de 1991.
          O mundo bipolar foi marcado pela eterna disputa entre capitalismo e socialismo, tendo os EUA e a União Soviética de cada lado, respectivamente. Os EUA, líderes político-econômicos do mundo capitalista . A União Soviética, a guardiã e o exemplo a ser seguido no mundo socialista.
          Esse Status que começou a ser mudado com a ascensão do Japão e da Europa Ocidental, que passaram a disputar a supremacia internacional com os EUA, e ao esgotamento do modelo soviético.

 A Regionalização do Espaço Mundial

          Existem inúmeras divisões do espaço geográfico mundial, mas podemos separar duas formas de regionalização mais conhecidas e utilizadas. Uma é a setorização da Terra por critérios naturais, em especial pelos continentes. A outra é a divisão do espaço mundial por critérios sociais ou político-econômicos: o Norte(países ricos e industrializados) e o Sul(países pobres ou subdesenvolvidos).
          A primeira classificação tem como base a geologia, ou seja, o resultado de uma divisão natural operada ao longo do tempo geológico, que separou os continentes.
          A segunda forma de classificar toma como referência a sociedade. É uma divisão do espaço com base em elementos político-econômicos. O homem aqui é visto como agente principal, transformando o seu meio natural.
          De forma simplificada, podemos afirmar que aqueles estudos que têm na Terra(natureza) o seu referencial, fazem parte da chamada geografia tradicional.
          Por outro lado, também simplificando um pouco, podemos dizer que aqueles estudos que referenciam-se na sociedade, enquadram-se na chamada geografia crítica. Trata-se de uma geografia que entende o espaço geográfico como produto da atividade humana.

 Dos Três Mundos à Oposição Norte/Sul 

          A regionalização do espaço mundial com base em critérios sociais sempre está ligada ordem internacional que prevalece num certo momento, ao equilíbrio instável dos países e os grupos de países, à disputa (ou cooperação) entre as grandes potências mundiais. Após 1945 o mundo dividiu-se em três "mundos" ou conjuntos de países: o primeiro mundo(países capitalistas desenvolvidos); o segundo mundo (países socialistas ou de economia planificada);
e o terceiro mundo (áreas periféricas ou subdesenvolvidas, com frequência marcadas por disputas entre capitalismo e socialismo).
          Para entendermos a regionalização atual, dos anos 90 e início do século XXI, temos que estudar a crise do segundo mundo e como essa crise vem reforçando a oposição entre o Norte e o Sul.

Os Sistemas Socioeconômicos

          Capitalismo e socialismo são dois tipos de sistemas bastante diferentes entre si. Podemos dizer que o capitalismo caracteriza-se por apresentar uma economia de mercado e uma sociedade de classes. O socialismo, por sua vez, basicamente constitui-se por uma economia planificada e uma sociedade teoricamente sem classes.
          A sociedade capitalista é dividida basicamente em duas classes sociais: a burguesia, composta pelos capitalistas, donos dos meios de produção (fábricas, bancos, fazendas, etc.), e o proletariado(urbano e rural), que vive de salários, trabalhando para os donos do capital. No entanto, existem indivíduos que não se enquadram em nenhuma destas classes, como por exemplo os profissionais liberais (advogados com escritório próprio, médicos c/consultório particular, etc.).
          Na economia planificada, o elemento principal do funcionamento do sistema econômico (produção, consumo, investimentos, etc.) é o plano e não o mercado. Nesse sistema os meios de produção são públicos ou estatais, quase não existindo empresas privadas.
   Teoricamente, não deveria haver estratificação social nesse sistema, mas o que se verificou na prática foi o surgimento de uma elite burocrática que dirigia o sistema produtivo, constituindo-se em nova classe dominante.

 O Reforço das disparidades entre o 
Norte e o Sul

          Com a crise do mundo socialista, aumenta a oposição entre o Norte e o Sul. Isso, porque deixa de haver o conflito LESTE/OESTE, ou seja, entre o socialismo real o capitalismo.
          As duas superpotências das últimas décadas tinham um poderio avassalador e nenhum conflito importante no plano mundial deixava de ter a participação direta ou indireta delas.
          Nessa época, a oposição entre o Norte rico e o Sul pobre nunca transparecia claramente, porque estava sempre abafada pelo conflito LESTE/OESTE.
          O segundo mundo chegou a abranger cerca de 32% da população mundial no início dos anos 80, mas hoje ele praticamente não existe mais. Assim, colocando-se os antigos países socialistas mais pobres ou menos industrializados (China, Mongólia, Camboja, Vietnã, Cuba, etc.) no Sul subdesenvolvido, e os mais industrializados (Rússia, Hungria, Polônia, República Tcheca, etc.) no Norte, temos a oposição entre o Norte desenvolvido, com 23% da população mundial, e o Sul com 71% desse total demográfico. Esta é a principal oposição mundial dos anos 90.

As Disparidades tendem a aumentar

          A oposição entre o Norte e o Sul tem ainda outro motivo para se acentuar: as desigualdades internacionais, que vêm aumentando desde os anos 80 e devem se agravar ainda mais até o início do século XX. O PNB dos ricos sempre tem aumentado, enquanto os de grande parte dos países pobres têm diminuído, especialmente na África. De forma resumida, podemos dizer que isso se deve ao seguinte: enquanto as economias mais avançadas estão atravessando a chamada Revolução técnico-científica, com substituição de força de trabalho desqualificada por máquinas, com a expansão da informática, etc., os países mais pobres só têm duas coisas a oferecer – matérias-primas e mão de obra barata -, e esses elementos perdem valor a cada dia. Somente os países com uma força de trabalho qualificada (resultado de um ótimo sistema educacional) e tecnologia avançada é que possuem condições ideais para o desenvolvimento..
 O Subdesenvolvimento
          De forma sucinta, podemos definir o subdesenvolvimento como uma situação econômico-social caracterizada por dependência econômica e grandes desigualdades sociais.
 Subordinação ou dependência econômica
          Todos os países do Sul ou do terceiro mundo são economicamente dependentes dos países desenvolvidos. Tal dependência manifesta-se de três maneiras:
 I. Endividamento externo – normalmente, todos os países subdesenvolvidos possuem vultosas dívidas para com grandes empresas financeiras internacionais.
 II. Relações comerciais desfavoráveis – geralmente, os países subdesenvolvidos exportam produtos primários (não industrializados), como gêneros agrícolas e minérios. As importações, por sua vez, consistem basicamente de produtos manufaturados, material bélico e produtos de tecnologia avançada (aviões, computadores, etc.). Esta relação comercial revela-se terrivelmente desvantajosa , pois os artigos importados têm valor agregado bem maior do que os exportados, e ainda se valorizam mais rapidamente.
 III. Forte influência de empresas estrangeiras – nos países subdesenvolvidos, boa parte das principais empresas industriais, comerciais, mineradoras e às vezes até agrícolas é de propriedade estrangeira, possuindo a matriz nos países desenvolvidos. São as chamadas multinacionais. Uma grande parcela dos lucros dessas empresas é remetida para suas matrizes, o que provoca descapitalização no terceiro mundo.

 Grandes Desigualdades Sociais

          Em todos os países subdesenvolvidos, a diferença entre ricos e pobres é muito mais acentuada do que nos países desenvolvidos. Por exemplo, na Colômbia, 2,6% da população possui 40% da renda nacional; no Chile, 2% dos proprietários possuem 50% das terras agrícolas. Dessa forma, a população de baixa renda acaba sofrendo de sérios problemas de subnutrição, falta de moradias, atendimento médico-hospitalar inadequado, insuficiência de escolas, etc.

 Como Definir a Nova Ordem? 

A nova ordem costuma ser definida como multipolar. Isso quer dizer que existem vários pólos ou centros de poder no plano mundial. Hoje temos três grandes potências mundiais de poderio econômico, tecnológico e político-diplomático: EUAJapão e a União Europeia. Assim, o século XX começou com uma ordem multipolar, passou para a bipolaridade e termina com uma nova multipolaridade. Que diferenças existem entre a multipolaridade deste fim de século e aquela do início?
          A primeira grande diferença é que no início do século havia somente um agente no cenário internacional: o Estado Nacional (como, por exemplo, Inglaterra, Alemanha, etc.) e tudo girava ao redor de suas relações econômicas e político-militares. Já nos dias hodiernos há um relativo enfraquecimento do estado-nação e um fortalecimento de outros agentes internacionais – a ONU, em primeiro lugar, e também as empresas multinacionais e as diversas organizações mundiais (governamentais e não governamentais) que atuam nas áreas ambiental, econômica, cultural, técnica, etc.
          Em segundo lugar, no início do século vivia-se uma situação de pré-guerra: as rivalidades entre potências conduziam inevitavelmente a conflitos bélicos entre si, o que ocorreu efetivamente de 1914 a 1918 e novamente de 1939 a 1945. Hoje isso é extremamente improvável de acontecer, pois no lugar de uma disputa acirrada pela hegemonia mundial, existe uma crescente cooperação , uma interdependência, inclusive com a criação de mercados regionais ou blocos econômicos. Dessa forma, as três grandes potências são ao mesmo tempo rivais e associados, possuem alguns interesses conflitantes e inúmeros outros em comum.

          A ordem mundial era tida como dicotômica ou dualista, ou seja, predominava a oposição entre o bem e o mal, entre o capitalismo e o socialismo. A nova ordem é pluralista, ou seja, possui várias frentes de oposição, como RICOS/POBRES; CRISTÃOS/MUÇULMANOS (ISLÂMICOS); INTERESSES MERCANTIS/CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA, etc.


segunda-feira, 20 de abril de 2015

TEXTO DE APOIO PARA 2ªs SERIES SITUAÇãO DE APRENDIZAGEM 1 DO VOLUME 01

2ª SERIES

TEXTO DE APOIO PARA 2ªs SERIES 

SITUAÇãO DE APRENDIZAGEM 1 DO VOLUME 01



A GÊNESE GEOECONÔMICA DO TERRITÓRIO BRASILEIRO


Entender a formação geoeconômica do território brasileiro é um ponto de partida para o desenvolvimento de outros conteúdos da Geografia do Brasil. Tornar claro os processos que levaram à constituição do chamado “arquipélago econômico”, no decorrer da economia colonial brasileira, contribui para que percebam os diversos períodos e características de integração entre as regiões brasileiras ocorridas no século XX e ainda em curso na atualidade. As Geografias históricas e econômicas, sem dúvida, têm muito a oferecer a esse propósito, contribuindo com noções-chave muitas vezes angariadas (obtidas) de outras áreas do conhecimento, mas que tomadas de uma perspectiva geográfica, ajudam a esclarecer a paulatina (vagarosa) organização espacial e a dinâmica dos processos de povoamento e alocação de infraestruturas no território brasileiro de ontem e de hoje.
Nos mapas “Brasil: a economia e o território no século XVI”, “Brasil: a economia e o território no século XVII”, “Brasil: a economia e o território no século XVIII” e “Brasil: a economia e o território no século XIX” nas páginas 4, 5, 6 e 7 no caderno do aluno, identificamos em relação às atividades econômicas, no território brasileiro, uma organização em “coágulos”, ou seja, em “ilhas” ou “arquipélagos” econômicos, com um traçado das ferrovias concentrado próximo ao litoral e com pouca penetração no interior do território. O funcionamento da economia colonial ocorreu de acordo com a lógica do comércio triangular atlântico, submetida ao monopólio mercantil e controle metropolitano (mais simplificadamente, aos mandos e desmandos de Portugal). No caso do Brasil, isso fez com que, no Período Colonial (de 1500-1534 até 1808-1822), as cidades tenham se concentrado na franja costeira com adensamentos em algumas áreas (como o Saliente Nordestino e os Recôncavos das Baías de Todos os Santos e da Guanabara e em estuários e baixadas costeiras, como é o exemplo da Santista). A mineração de metais e pedras preciosas foi responsável pela interiorização do fato urbano nas Minas Gerais e Goiás; a extração das drogas do sertão (determinadas especiarias, como cacau, canela,baunilha, cravo, castanha e guaraná, extraídas do chamado sertão brasileiro na época das entradas e das bandeiras), por sua vez, promoveu esporádico assentamento urbano na Bacia Amazônica e no Golfão Maranhense. O avanço do complexo cafeeiro paulista, no século XIX e início do XX, foi o principal motor do processo de interiorização do crescimento urbano, que avançou pelo Planalto Paulista ao longo do traçado das ferrovias, que escoavam o café para o porto de Santos.
              A colonização é uma relação entre uma sociedade que se expande e os lugares onde ocorre essa expansão, configurando uma conquista territorial ou uma adição de território ao patrimônio do colonizador. Exemplo: casos do Brasil e da América espanhola no colonialismo dos séculos XVI ao XIX, e da África e da Ásia no neocolonialismo (séculos XIX e XX). Entretanto, os sentidos da colonização (de exploração e de povoamento) interferem na produção e organização dos espaços geográficos coloniais e na herança na atualidade. A colônia representa a consolidação de domínio territorial, o que implica apropriação de terras, submissão das populações defrontadas e também exploração dos recursos presentes no território colonial. Exemplos: casos do Brasil, da África e da Ásia.
           A conquista e domínio territoriais sintetizam a essência da colônia e podem ser consideradas um traço comum na maioria dos processos coloniais de exploração (envolvendo, inclusive, o uso da violência). No período inicial da colonização, os europeus apropriaram-se de uma natureza e de territórios já humanizados, em maior ou menor grau, por povos que viviam no que viria a ser o atual território brasileiro. Desse modo, é justo afirmar que o “Brasil indígena antecede o Brasil lusitano e o Brasil contemporâneo”.
             A economia colonial não se restringe apenas à economia do período em que o Brasil foi colônia de Portugal, ou seja, até 1822, ano correspondente à nossa independência política formal, mas prolonga-se até praticamente 1860-1870. Isso porque o que caracterizava a economia colonial eram as relações escravagistas de produção que o Brasil manteve até 1888, quando foi promulgada a Lei Áurea. Por esse critério, a implantação do capitalismo no Brasil se deu quando foram introduzidas as relações assalariadas de produção.
            A divisão internacional do trabalho, de modo simplificado, é a divisão do trabalho ou da produção, imposta pelos países colonizadores (metrópoles) às suas colônias, cabendo a estas o fornecimento de produtos primários e a compra de produtos manufaturados e industriais na interdependência econômica estabelecida com aqueles. A acumulação primitiva de capital trata-se do processo de acumulação de riquezas ocorrido na Europa, entre os séculos XVI e XVIII, que possibilitou grandes transformações econômicas ocorridas com a primeira Revolução Industrial (séculos XVIII e XIX).
              Espaços extrovertidos são espaços geográficos produzidos e organizados para atender o mercado externo. Exemplos: espaço da agroindústria da cana-de-açúcar (séculos XVI e XVII), espaço da mineração (séculos XIX e XX), espaço do café (século XIX e XX) etc.;
            O termo “arquipélago econômico” expressa a falta de integração entre as economias regionais que se constituíram como espaços relativamente autônomos de produção e consumo, guardando relações mais estreitas com os mercados externos do que entre si. Vale esclarecer que a expressão se aplica à economia e à configuração geoeconômica do território brasileiro no início do século XX, marcadas pela fragmentação em “ilhas” regionais, em grande parte resultantes da economia colonial.
            A história territorial dos países de passado colonial não somente revela alguns componentes centrais de sua formação, como também traz à tona elementos essenciais para uma melhor compreensão de suas características territoriais contemporâneas. Nessa perspectiva, relações complementares entre os aspectos estudados e o povoamento do litoral, a monopolização do acesso à terra, o poder político das elites locais, os modos de apropriação da natureza e de usos dos recursos naturais etc. tiveram grande importância.

terça-feira, 14 de abril de 2015



ATIVIDADE DIAGNOSTICA DE GEOGRAFIA, INDIVIDUAL ,PROFESSORA BETH – GEO

VALOR, 2(DOIS) PONTOS NA MÉDIA PARA SEGUNDO BIMESTRE.

O OBJETIVO DA ATIVIDADE É QUE EU AVALIE SUA CAPACIDADE DE ENTENDIMENTO DE UM TEXTO E COMO É CAPAZ DE ME EXPLICAR. 

LEIA ATENTAMENTE O TEXTO E REGISTRE O QUE ENTENDEU, COM SUAS PALAVRAS, SOBRE AS OBSERVAÇÕES FEITAS POR BILL GATES. ESCREVA EM ORDEM DE 1 AO 11 (PULE LINHA ENTRE UM E OUTRO) NÃO ECONOMIZE PALAVRAS. POIS FICA MAIS FACIL DE EXPLICAR.

 DATA FINAL DE 
ENTREGAR ATE DIA 28 DE ABRIL 2015 EM FOLHA COMUM DE CADERNO, SEM BARBICHA COM CANETA AZUL OU PRETA, PARA A PROFESSORA BETH DE GEO.
CONTENDO NO CABEÇALHO: NOME COMPLETO, NÚMERO, TURMA, DATA E O TÍTULO.
''COISAS QUE NÃO SE APRENDEM NA ESCOLA''


Bill Gates enumerou em uma conferência em uma escola secundária, 11 coisas que os estudantes não aprenderiam na escola.
  
Aqui vão elas:

1) A vida não é fácil. Acostume-se com isso.

2) O mundo não está preocupado com sua auto-estima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele antes de sentir-se bem.

3) Você não ganhará R$ 20.000,00 por mês assim que sair da escola. Você não sera vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição, antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.

4) Se você acha seu professor rude, espere até ter um Chefe. Ele não terá pena de você.

5) Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo da sua posição social. Seus avós têm uma palavra diferente para isso: eles chamam de “oportunidade”.

6) Se você fracassar, não é culpa dos seus pais. Então não lamente seus erros, aprenda com eles.

7) Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora. Eles só ficaram assim, por pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são ridículos. Então, antes de salvar o planeta para a próxima geração, querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto.

8) Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não parece com absolutamente NADA na vida real. Se pisar na bola, está despedido: RUA. Faça certo da primeira vez.

9) A vida não é dividida em semestres. Você não terão sempre os verões livres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.
10) Televisão não é a vida real. Na vida real as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boate e ir trabalhar.

11) Seja legal com os CDF’s (aqueles estudantes que os demais julgam que são uns bobos). Existe uma grande probabilidade de você ir trabalhar para um deles.