TEXTO DE APOIO PARA 1ªs SERIES
SITUAÇãO DE APRENDIZAGEM 1 DO VOLUME 01
Noções
Básicas de Elementos de Cartografia - 01
CAPÍTULO
Neste capítulo você irá compreender alguns
conceitos importantes relacionados com o universo da Cartografia. É importante
ressaltar que estes conceitos serão fundamentais para a interpretação dos
próximos capítulos que necessitam da cartografia como base para a introdução de
novos conhecimentos a serem adquiridos pelos usuários. Os objetivos propostos para esse capítulo
são: Introdução à Cartografia: conceitos práticos e teóricos. Desenvolvimento de atividades práticas de
Cartografia.
1.1
DEFINIÇÃO DE CARTOGRAFIA .
Desde o surgimento das primeiras civilizações,
o homem já sentia a necessidade de se orientar e de registrar dados
relacionados com o espaço e o tempo. São
várias as definições de Cartografia encontradas na literatura ao longo do tempo
e é interessante observar que o avanço tecnológico vem provocando constantes
evoluções em tal conceito, tais como:
A cartografia pode ser definida como um
conjunto de estudos e operações científicas, artísticas e técnicas, baseado nos
resultados de observações diretas ou de análise de documentação, com vistas à
elaboração e preparação de cartas, mapas planos e outras formas de expressão,
bem com sua utilização.
Representação gráfica que facilita a
compreensão espacial dos objetos, conceitos, condições, processos e fatos do
mundo humano.
A ciência que se ocupa da elaboração de
mapas de toda espécie. Abrange todas as fases dos trabalhos, desde os primeiros
levantamentos até a impressão final dos mapas.
Cartografia é o conjunto de estudos e operações
científicas, artísticas e técnicas, baseado nos resultados de observações
diretas ou de análise de documentação, com vistas à elaboração e preparação de
cartas, projetos e outras formas de expressão, assim como a sua utilização.
1.2
HISTÓRIA DOS MAPAS
Desde épocas
mais remotas, o homem vem utilizando-se da confecção de mapas como meio de
armazenamento de conhecimentos sobre a superfície da terrestre. Os mapas ocupam um importante lugar entre os
recursos de que a civilização moderna pode lançar mão. A produção de mapas
cresce proporcionalmente ao crescimento da população, de forma a atender seus
interesses nos mais variados ramos de atividade. A história dos mapas é mais antiga que a
própria história, isto se pensarmos na história como a documentação escrita
sobre fatos passados. A elaboração de mapas precede à escrita. Isto pode ser
concluído do fato comprovado por muitos exploradores dos vários povos
primitivos que embora eles não houvessem alcançado a fase de escrita,
desenvolveram a habilidade
para
traçar mapas. A base do sistema cartográfico atual é atribuída por todos aos
gregos. Admitiram a forma esférica da Terra, com seus pólos, equador e
trópicos. Abaixo são mostrados fatos
históricos sobre os mapas descritos por:
Anterior à escrita (babilônios, egípcios,
maias, esquimós, astecas, chineses, etc.) - 4500 a 2500 AC;
Anaximandro de Mileto – primeiros mapas da
Europa – 611 a 547A.C;
Eratóstenes de Cirene – calculou o perímetro
da Terra –276 a 196 A. C.
Cláudio Ptolomeu escreveu sobre projeções e
elaborou um mapa-múndi - 90 a 168 DC;
árabes tiveram grande influência a partir do séc XII, destaque para
AL-IDRISI que elaborou Atlas e livro sobre viagens (“Livro sobre agradável
excursão para quem deseja percorrer o mundo”) e foi usado como base para os
grandes navegadores, no séc. XV; - Idade Média - retrocesso- mapas circulares
Orbis Terrarum;
Grande avanço com as viagens de exploração
das novas terras e aparecimento de especialistas em confeccionar mapas - 1400 a
1500;
Cartógrafo Gerhard Mercator - primeiro
Atlas, reformulou todas as teorias e criou a projeção;
Cartográfica com meridianos retos e
eqüidistantes dos pólos, usada até hoje - 1512 a 1594;
O mapa mais
antigo que se tem notícia é o de Ga-Sur (Fig1), feito na Babilônia. Era um
tablete de argila cozida de 7cmx8cm, datado de aproximadamente 2400 a 2200 a.C.
Representa um vale, presumidamente, o do roio Eufrates (SILVA, 1999).
Fig1.
Mapa de Ga-Sur, feito na Babilônia,aproximadamente 2400 a 2200 a.C.
REDE GEOGRÁFICA.
Entende-se como rede geográfica o conjunto
formado por paralelos e meridianos, ou seja, pelas linhas de referência que
cobrem o globo terrestre com a finalidade de permitir a localização precisa de
qualquer ponto sobre sua superfície, bem como orientar a confecção de
mapas. Apresentação algumas definições
referentes as linhas da rede geográfica:
a)
Meridianos: são círculos máximos que, em
consequência, cortam a Terra em duas partes iguais de polo a polo . Sendo
assim, todo os meridianos se cruzam entre si em ambos os polos. O meridiano de
origem é o de Greenwich
b) Paralelos: são círculos que cruzam os meridianos perpendicularmente, isto é, em ângulos retos. Apenas um é um círculo máximo, o Equador
b) Paralelos: são círculos que cruzam os meridianos perpendicularmente, isto é, em ângulos retos. Apenas um é um círculo máximo, o Equador
c)
Latitude: é o arco contado sobre o meridiano do lugar
e que vai do Equador até o lugar considerado.
d)
Longitude: é o arco contado sobre o equador
e que vai de Greenwich até o meridiano do referido lugar LINHA INTERNACIONAL DE DATA onde no calendário avança o dia. A Longitude pode ser contada no sentido Oeste, quando é chamada Longitude Oeste de Greenwich (W Gr.)
ou negativa. Se contada no sentido Este, é chamada Longitude Este de Greenwich
(W Gr.) ou positiva.
Sua variação é a seguinte:
Sua variação é a seguinte:
Mostra do
sistema de coordenadas geográficas com a variação dos ângulos de latitude e
longitude.
CARTOGRAFIA: A LINGUAGEM DOS MAPAS
INTRODUÇÃO
A cartografia envolve as técnicas de criação de mapas, sendo uma ferramenta importante para a geografia. Apresenta desafios, como, por exemplo, representar uma esfera (Terra) sobre um plano (mapa-múndi), ocorrendo distorções. Um segundo desafio é descobrir a ideologia que um mapa esconde, isto é, mapas contêm visões de mundo.
Como a Terra é redonda, o Brasil, por exemplo, pode ser visto de vários ângulos e, o mais importante, todos estão corretos.
Nesta visão, o Brasil está no centro do planeta.
ELEMENTOS PRINCIPAIS DA CARTOGRAFIA
ESCALAS são a relação entre as dimensões apresentadas em um mapa e seus valores reais correspondentes no terreno.
TIPOS
NUMÉRICA – é representada por uma fração e normalmente é dada em centímetro. Exemplo:
No exemplo acima, 1 cm no mapa é, na realidade, 500.000 vezes maior. Para resolver um exercício, normalmente transforma o número em quilômetro, obtendo-se a seguinte relação: 1 cm = 5 km.
GRÁFICA — é representada por uma linha reta graduada, tendo como módulo básico o centímetro. Exemplo:
1: 12.000.000
É NECESSÁRIO SABER FAZER ESTA REDUÇÃO NA ESCALA MÉTRICA
CONTANDO ''ZEROS'' A PARTIR DA ESQUERDA VAMOS PREENCHENDO AS CASA DA ESCALA MÉTRICA
COMO NO EXEMPLO ABAIXO
Nesse caso, 1 cm no mapa equivale 12.000.000 cm ou na realidade a 120 km.
ESTA FÓRMULA AUXILIA NO CÁLCULO
ONDE ''D'' É A DISTÂNCIA NO TERRENO (REAL) ''d'' É A DISTÂNCIA NO MAPA E ''E '' É A ESCALA USADA PARA AMPLIAR OU DIMINUIR UMA ÁREA OU TERRENO
PROJEÇÕES
Projeções envolvem a representação da Terra em um plano, destacando a rede de paralelos e meridianos da esfera terrestre. Utilizam figuras geométricas semelhantes a uma esfera ou aquelas que permitem o seu desenvolvimento, destacando-se o cone, o cilindro e o plano.
Exemplos
I. PROJEÇÃO DE MERCATOR
Nessa projeção, os paralelos e os meridianos são linhas retas que se cortam em ângulos retos, porém as áreas polares mostram tamanho exagerado. É uma projeção conforme, porque tem a vantagem de conservar a forma dos continentes, mas traz a desvantagem de deformar as áreas relativas dos continentes, isto é, a deformação aumenta próximo aos pólos.
Observando a figura acima, a América do Sul aparenta ser menor que a Groenlândia, mas, na realidade, ela tem quase 18 milhões de km2 contra 2 milhões de km2 da Groenlândia. Portanto, é uma projeção cilíndrica conforme, sendo usada na navegação. Questiona-se o eurocentrismo desta projeção.
II. PROJEÇÃO DE PETERS
É uma projeção cilíndrica equivalente, que conserva a proporcionalidade das áreas relativas entre os continentes, mas as formas são distorcidas, destacando-se o alongamento dos continentes.
ELEMENTOS SECUNDÁRIOS DA CARTOGRAFIA
CURVAS DE NÍVEL
As curvas de nível são chamadas de isoípsas e unem pontos de mesma altitude de relevo. Esse conceito apareceu na Holanda, no século XVIII e foi usado para cartografar o fundo do rio Merwede, sendo um sistema matemático baseado em levantamentos geodésicos, no qual o marco zero metro é o mar.
As curvas de nível apresentam as seguintes características:
● Representam tanto a altitude quanto a forma de relevo.
● Quando existem grandes diferenças de altitudes em pequenos espaços, as linhas apresentam-se muito próximas umas das outras; quando o relevo é suave, as diferenças são menores e as linhas apresentam-se mais distanciadas.
● De acordo com a variação da altitude, a equidistância das curvas pode ser de 10, 20, 50 ou 100 metros.
ROSA-DOS-VENTOS
A rosa-dos-ventos é um meio de orientação importante devido à extensão do planeta e serve como vocabulário da geografia, aparecendo no nosso dia-a-dia e principalmente nos vestibulares.
É formada pelos pontos cardeais, colaterais e subcolaterais.
• Cardeais
– norte ou setentrional ou boreal
– sul ou meridional ou austral
– leste ou oriental ou nascente
– oeste ou ocidental ou poente
• Colaterais: ficam entre os pontos cardeais.
– nordeste (NE) – entre o norte e o leste;
– sudeste (SE) – entre o sul e o leste;
– sudoeste (SO) – entre o sul e o oeste;
– noroeste (NO) – entre o norte e o oeste.
• Subcolaterais: ficam entre os pontos cardeais e os colaterais.
NNE = nor-nordeste
ENE = es-nordeste
ESE = es-sudeste
SSE = su-sudeste
SSO = su-sudoeste
OSO = oes-sudoeste
ONO = oes-noroeste
NNO = nor-noroeste
COORDENADAS GEOGRÁFICAS
Conjunto de linhas imaginárias traçadas sobre a superfície terrestre, objetivando localizar qualquer lugar ou ponto.
• Latitude: é a distância em graus de um ponto qualquer da superfície terrestre à linha do Equador, variando de 0° a 90° tanto para o norte como para o sul.
• Longitude: é a distância em graus de um dado ponto da superfície terrestre ao meridiano de origem (Greenwich), variando de 0° a 180° para leste e para oeste.
Para compreender melhor as coordenadas, é fundamental lembrar-se das principais linhas imaginárias.
• Paralelos: círculos menores e paralelos ao Equador (divide a Terra em dois hemisférios).
• Meridianos: são círculos máximos que passam pelos pólos, destacando o principal: Greenwich (divide a Terra em dois hemisférios).
EXERCÍCIO
- IDENTIFIQUE AS POSIÇÕES DOS PONTOS ''A'', ''B'', ''C'', ''D'' e ''E'' QUE APARECEM NA FIGURA A SEGUIR