7ª SÉRIE
História do Astrolábio
O Astrolábio é um antigo instrumento astronômico, utilizado no mundo árabe desde a Alta Idade Média, e disseminado pela Europa a partir do século dez. Antes da invenção do relógio mecânico e da difusão da bússola magnética, o astrolábio era o melhor dispositivo conhecido para determinação da hora (do dia ou da noite) e para a navegação (tanto em terra como no mar).
Para durar toda uma vida e resistir a viagens longas e difíceis, os astrolábios eram tradicionalmente construídos em metal maciço. Dessa forma, eram objetos preciosos, por vezes ricamente ornamentados, verdadeiras obras de arte.
Saber utilizar o astrolábio era prerrogativa exclusiva das pessoas cultas. Por muitos séculos, construir seu próprio instrumento foi, entre os eruditos, uma prova de grandes conhecimentos matemáticos, astronômicos e técnicos.
O nome "astrolábio" vem do grego, e significa algo como "pegador de estrelas". Em caravanas árabes que cruzavam vastos desertos, era usual que apenas o chefe do grupo possuísse um astrolábio, que se tornava então um símbolo de poder político e religioso, pois apenas ele era capaz determinar a direção precisa a seguir e o momento exato de certas orações islâmicas.
Por tudo isso, o astrolábio sempre possuiu uma forte carga simbólica: era um meio de comunicação direta com os céus, com os poderes cósmicos que desde a antiguidade mais remota foram concebidos como deuses e associados ao Sol, à Lua, às estrelas e aos planetas Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno (que são visíveis a olho nu). De fato, o astrolábio é um ótimo instrumento para o estudo de fenômenos que fascinam a humanidade desde os seus primórdios, como os eclipses, por exemplo.
A origem histórica do astrolábio permanece envolta em mistério: alguns pesquisadores afirmam que ele já era conhecido na Antiguidade Greco-romana, e uma antiga tradição islâmica atribui sua invenção a Ptolomeu (séc.II d.C.). O astrolábio mais antigo que chegou aos nossos dias é um instrumento árabe datado de 927 d.C, e o manuscrito mais antigo conhecido atualmente sobre o astrolábio é do séc.IV d.C. (compilado por Theon Alexandrinus).
A partir do séc. XVII, o astrolábio foi sendo gradualmente substituído pelo telescópio como instrumento de observação científica dos astros. Mas o telescópio concentra a atenção do observador em minúsculas porções do céu, exigindo ajustes minuciosos e precisão numérica, enquanto o astrolábio leva à apreensão do firmamento como um todo, de um modo divertido e lúdico. Assim, o astrolábio permanece insuperável no ensino da Astronomia fundamental.
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