COMPENSAÇÃO DE AUSENCIAS 1as SÉRIES – 2015
AS SITUAÇÕES DE
APRENDIZAGEM AQUI ESPECIFICADAS, SÃO OS OBJETOS DAS ATIVIDADES DE COMPENSAÇÃO
DE AUSENCIAS.
FAZER CADA ATIVIDADE
SEPARADAMENTE MESMO, SE FIZER
MANUSCRITA.
CONFIRA EM UMA LISTA AQUI DO BLOG EM
QUANTAS FALTAS VOCE EXCEDEU DE 8
(OITO) FALTAS - SENDO 4 (QUATRO)
PERMITIDAS NO SEGUNDO BIMESTRE E + 4
(QUATRO) PERMITIDAS NO TERCEIRO
BIMESTRE.
(OITO) FALTAS - SENDO 4 (QUATRO)
PERMITIDAS NO SEGUNDO BIMESTRE E + 4
(QUATRO) PERMITIDAS NO TERCEIRO
BIMESTRE.
DISTRIBUIDOS
DA SEGUINTE FORMA:
ATIVIDADE I. para os que excederam de
1 (uma) a 2
(duas) faltas .
ATIVIDADES I. e II. para os que excederam
de 3 (três) a
5 (cinco) faltas.
ATIVIDADES I., II. e
III. para os que
excederam de
6 (seis) a 9 (nove) faltas.
ATIVIDADES I., II,
III e IV. para os que
excederam de
10 (dez) a 14 (quatorze)
faltas.
ATIVIDADES I., II.,
III., IV. e V. para os
que excederam
de 15 (quinze) a 20
(vinte)
faltas.
ATIVIDADES I., II.,
III., IV., V. e VI. para
os que
excederam de 21 (vinte e uma) a
27 (vinte
sete) faltas.
ATIVIDADES
I., II., III., IV., V., VI., VII e
VIII. para os que excederam de
28
(vinte e oito) faltas em diante.
VOLUME
01
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5
A MUDANÇA DAS DISTÂNCIAS GEOGRÁFICAS E OS PROCESSOS MIGRATÓRIOS
ATIVIDADE
I.
COM UMA PESQUISA BEM FEITA E A AJUDA DO TEXTO, FAÇA UMA REDAÇÃO RELATANDO
COMO AS TAIS MUDANÇAS DE DISTÂNCIAS
INTERFERIRAM NAS FORMAS DE COLONIZAÇÃO/OCUPAÇÃO NO PASSADO.
Em Geografia, pode-se afirmar que a globalização diz respeito à
construção de novos espaços e novas relações sociais desenvolvidas nesse
quadro. Trata-se de uma nova configuração geográfica que se superpõe aos
territórios nacionais, por vezes conflituosamente, outras harmoniosamente. Isso
pode significar mudanças importantes nos próprios Estados nacionais com a
presença, em seus territórios, de pontos de rede de corporações transnacionais
e de redes técnicas, propiciando um aumento extraordinário da circulação de
capital, de bens industriais, de serviços e informações produzidos na escala
mundial.
Essa agilidade da circulação se dá porque os espaços globais são
suportes ativos dos processos socioeconômicos que ocorrem na escala mundial.
Esses negócios são alimentados pelo que há de mais avançado em tecnologias de
produção e circulação. Assim esses espaços da globalização se realizam como
expressões geográficas da nova ordem mundial.
O Brasil foi o quarto pais da América a receber a receber pessoas de
outros países.
O marco do início da imigração em nosso país foi o decreto assinado em
1808 por D. João VI, que permitia a posse de terras por estrangeiros. A partir
daí, grandes contingentes de portugueses, italianos, alemães, espanhóis,
eslavos e japoneses, entre outros, procuraram o Brasil como nova pátria.
A IMIGRAÇÃO JAPONESA
O Brasil é o país que tem a maior comunidade japonesa fora no exterior.
São 1.500.000 pessoas entre japoneses e seus descendentes. Isso resulta de uma
onda migratória proporcionada pelo Tratado de Amizade, Comercio e Navegação
Brasil-Japão, assinado em 1895. De 1908 a 1941 migraram para o Brasil 188.986
japoneses. Esse fluxo foi interrompido pela Segunda Guerra Mundial e retomado
nos anos 1950, quando vieram mais 53.555 imigrantes.
A situação se inverteu: agora são 225.000 brasileiros que estão
trabalhando no Japão. No entanto, atualmente não existe a mesma rigidez na
imigração Brasil-Japão quanto houve na imigração Japão-Brasil ocorrido no início
do século XX, na qual inúmeros camponeses pobres perfizeram os 18.557km em 52
desgastantes dias de viagem dentro de um navio, sem a possibilidade de “bater
em retirada” e retornar a sua terra natal. Todavia, algo muito interessante e
surpreendente aconteceu na geografia do mundo contemporâneo atualmente o Japão
está bem mais próximo do nosso país. Se antes essa distancia eram extensos
18.557km. Nada mudou? Mudou sim: os extensos 18.557km significam 52 dias de
navio e os atuais 18.557km correspondem a 24 horas de voo de avião. Em termos
gerais, para as populações atuais dos dois países, essa mesma distância e
outra, tem outro significado em suas vidas, mas essa não e a melhor forma de se
medir as distancias geográficas. Uma aceleração no percorrer da distancia
geográfica. Uma aceleração dada pelo desenvolvimento e pelo acesso a novos
meios tecnológicos que fizeram o espaço geográfico ser outra coisa; uma
aceleração que altera as relações entre essas duas sociedades (Brasil-Japão).
PROBLEMATIZAÇÃO DOS
FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERNACIONAIS: ACELERAÇÃO E FECHAMENTO DE FRONTEIRAS
O aumento da mobilidade geográfica de bens, mercadorias e pessoas é a
globalização das relações humanas, cujo potencial transformador já demonstrou
seu poder, embora muito ainda esteja por acontecer. Nesse novo cenário o
documento mais importante nesse mundo globalizado não é mais a carteira de
identidade e sim o passaporte.
Potencialmente as condições para que as migrações se acelerem estão
dadas:
1 – é mais fácil viajar, os meios de transportes são mais eficientes e
os custos mais baratos:
2 – pode-se fazer experiências temporárias. Porem, há restrições
político-sociais ao processo migratório. Por isso o que menos circula no “mundo
globalizado” são as pessoas. Mesmo assim, as migrações cresceram bastante em
comparação com o passado.
3 – No início do século XXI, o fechamento das fronteiras fez aumentar o número
de clandestinos, o que é difícil de estimar. Por exemplo: seriam uns sete
milhões nos EUA.
4 – Para os países de origem, as consequências por vezes são negativas,
como por exemplo, no caso da fuga de cérebros.
5 – As consequências são positivas para grupos que permanecem em razão
da remessa de recursos: em 2005 foram 225bilhões de dólares, o que representa
mais que a ajuda oficial direta para o desenvolvimento. Por vezes um imigrante
sustenta em media, dez pessoas.
A GLOBALIZAÇÃO E AS REDES
GEOGRÁFICAS
A INTERNET
A uma organização do espaço geográfico que permite que o mundo esteja
aqui e que estejamos no mundo e que a ele pertençamos. Essa nova organização
permite que os fluxos se acelerem. E essa nova ordem geográfica é uma ordem de
redes geográficas.
Os territórios nacionais possuem fronteiras, distancias geográficas,
culturais, políticas e econômicas diversas, mas o contato entre suas populações
é cada vez mais intenso e isso se dá por meio de um “concorrente” do
território: a rede geográfica. A rede geográfica tem o poder de ultrapassar as
fronteiras nacionais.
AS CORPORAÇÕES
Corporação é um grupo que reúne varias empresas de diversos ramos e que
concentra muito capital e interesses sob um único controle. Há corporações que
tem empresas que atuam no ramo do petróleo, no industrial, no agronegócio, no
sistema financeiro e n produção de filmes para o cinema e televisão, por
exemplo. Isso só se explica quando os lucros crescem, os grupos econômicos vão
diversificando seus negócios e suas localizações, a fim de garantir maiores
lucros.
As empresas globais:
Após a Segunda Guerra Mundial, as grandes empresas dos países
desenvolvidos “invadiram” os países subdesenvolvidos para fabricar seus
produtos e aumentar seus mercados de consumo.
Desse modo, não só fugiram dos pesados impostos e das severas leis
trabalhistas de seus países de origem, mas também aproveitaram as vantagens da
mão de obra mais barata nas novas unidades. Como seus produtos eram feitos em
vários países, ficaram conhecidas multinacionais.
Hoje prefere-se denomina-las transnacionais,
uma vez que não são empresas de vários países, como a antiga
terminologia poderia sugerir, mas empresas de um só país cuja ação ultrapassa
fronteiras. As corporações econômicas mais poderosas transcendem os espaços
nacionais e criam um espaço global com base numa malha de redes técnicas e geográficas.
O interesse das grandes empresas é economizar tempo, aumentando a
velocidade da circulação. Os fluxos de mercadorias, de serviços, de informações
circulando rapidamente pelas redes técnicas (transportes e telecomunicações) no
mundo todo permitem o acesso a vastos mercados (e muito mais). As corporações
que tem acesso, controle e investimento nessas redes técnicas obtém desse fato
uma grande dose de poder econômico.
Nos anos de 1980, as grandes empresas transnacionais perceberam que o
modo de produção multinacional já não correspondia ao seu objetivo básico, isto
é, mais lucro e aumento dos investimentos. Portento procuraram uma forma de
aumentar esses lucros com redução de custos ( matéria-prima e mão de obra).
A empresa transnacional passou, então, a ser global, isto é, a aproveitar todas as vantagens que o espaço
mundial oferece. Ela, por exemplo, pode fazer o seu projeto nos Estados Unidos,
fabricar os componentes em Taiwan e montar o produto na Argentina. Uma
transnacional se instala sempre em lugares onde encontra vantagens para que seu
produto chegue ao mercado a preços mais baixos e com maior lucro para a
empresa. Na fabrica global, os processos de produção são mundializados, isto é, possuem
unidades de produção complementares em vários países.
OS GRANDES FLUXOS DO
COMERCIO MUNDIAL E A CONSTRUÇÃO DE UMA MALHA GLOBAL
Com o fim da velha ordem bipolar e a volta do mundo ao capitalismo, que
prioriza o lucro e propriedade privada, a economia mundial passou a funcionar
segundo a lógica desse sistema.
As mudanças fundamentais que ocorreram nessa fase do capitalismo
financeiro passou a ser chamada de globalização. Na globalização a um
crescente aumento dos fluxos de informações, mercadorias, capital, serviços e
de pessoas, em escala global. São as redes, que podem ser materiais
(transportes) ou virtuais (internet). A integração de economias, culturas,
línguas, produção e consumo através das informações, transformaram o mundo em
uma aldeia global. Com a facilidade e a rapidez dos fluxos comerciais e de
capitais, entre os países, tornou- os extremamente dependentes uns dos outros,
apesar da concorrência. Com a globalização e a economia-mundo, não se discutem
apenas problemas econômicos na aldeia global.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6
A GLOBALIZAÇÃO E AS REDES
GEOGRÁFICAS
ATIVIDADE
II.
PESQUISANDO SOBRE AS REDES GEOGRÁFICAS FAÇA UMA REDAÇÃO QUE RESPONDA
AS SEGUINTES DÚVIDAS:
- Mas o que significa essa diferença entre uma multi nacional e uma trans nacional?
A globalização e as redes geográficas
Quando se fala
em globalização, é possível se entender várias coisas, mas há uma que todos
entendem: existe uma presença muito maior do mundo em cada localidade. Isso se
expressa pela enorme presença de produtos de diversas partes do mundo e também
pelo número elevado de informações sobre o mundo. Parte expressiva do que ocorre,
do que se faz, do que se pensa em outras localidades pertence agora a nossa
realidade.
Há uma nova
organização do espaço geográfico que permite que o mundo esteja aqui e que
estejamos no mundo e que a ele pertençamos. Essa nova organização permite
queos fluxos se acelerem. E essa nova ordem geográfica é uma ordem
de redes geográficas.Palavras-chave na Geografia, como espaço e
território, hoje, devem ser acompanhadas por mais uma da mesma
importância, a rede geográfica, que é a forma principal dos espaços
da globalização.
Os territórios
nacionais possuem fronteiras, distâncias geográficas, culturais, políticas e
econômicas diversas, mas o contato entre suas populações é cada vez mais
intenso e isso se dá por meio de um "concorrente" do
território: a rede geográfica. A rede geográfica tem o poder de
ultrapassar as fronteiras nacionais. Existiria exemplo mais acabado dessa nova
realidade do que a rede técnica mundial da internet?
Veja os mapas
“Internautas, 1991-2006” e “Mundo: posse de computadores pessoais no mundo,
2002”, nas páginas 13 e 14, respectivamente. São mapas quantitativos que fazem
uso da variável visual tamanho, mapas para ver, pois devido à força
expressiva da imagem, qualquer pessoa que os veja, vai perceber que o fenômeno
representado é mais relevante nos EUA mesmo sem saber de que fenômeno se
trata. “Internautas” é um mapa ordenado que faz uso da variável visual valor
(tonalidades de uma única cor, no caso o marrom). As tonalidades mais escuras
expressam um número maior de internautas (usuário individual) em grupos de 100
habitantes (o valor mais elevado é de 87,7 por 100) e as mais claras, o
contrário. O mapa é acompanhado por um gráfico evolutivo e quantitativo que,
por sua vez, faz uso da variável visual tamanho e mostra o crescimento do
número de internautas no período de 1991-2006, indicando também o número de
vezes que o volume de internautas foi multiplicado. O mapa “Mundo” tem uma
força comunicativa poderosa e ao mesmo tempo revela de forma aguda certos
fenômenos geográficos.
Ao examinar essa
representação, é interessante ter ao lado um mapa mundi convencional. Para
definir o tamanho dos continentes, utilizou-se uma métrica numérica, uma medida
que não é a convencional com base em km2. Não foi uma métrica
territorial. Essa anamorfose sobre a posse de computadores pessoais
poderia não comunicar grande coisa se não tivéssemos todos, uma familiaridade
muito grande com as formas convencionais do mapa mundi. Mas como a temos, logo
percebemos a força comunicativa das deformações.
A linguagem das
representações cartográficas foi uma preparação para a exploração cognitiva
delas em conjunto. Afinal, elas, cada qual à sua maneira vão dar uma idéia
dessa inovação revolucionária na vida humana e na
estruturação dos espaços geográficos graças à rede técnica mundial da internet.
Redes geográficas: o espaço de ação das corporações
transnacionais.
Vamos esclarecer
um dos enigmas da globalização e do mundo contemporâneo: a diferença entre
termos que parecem ter o mesmo significado. Entre empresa e corporação a
diferença é: uma corporação é um grupo que reúne várias empresas de diversos
ramos e que concentra muito capital e interesses sob um único controle. Há corporações
que têm empresas que atuam no ramo do petróleo, no industrial, no agronegócio,
no sistema financeiro e na produção de filmes para cinema e televisão, por
exemplo. Isso só explica que, quando os lucros crescem, os grupos econômicos
vão diversificando seus negócios e suas localizações, a fim de garantir maiores
lucros. A empresa é individual, só atua em um ramo.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7
OS GRANDES FLUXOS DO COMÉRCIO MUNDIAL E A CONSTRUÇÃO DE UMA MALHA GLOBAL
ATIVIDADE
III.
DEPOIS DE UMA PESQUISA MUITO BEM FEITA SOBRE O ASSUNTO, FAÇA UMA
REDAÇÃO EXPLICANDO COMO ACONTECE A COMPRA/VENDA NOS DIAS DE HOJE.
O
comércio é por definição uma forma de relação humana que implica colocar em
contato grupos sociais diferentes. Na origem da história humana para um grupo A interessava obter de outros
grupos aquilo que não se conseguia produzir, aquilo que somente outros grupos
possuíam. Esse gênero de relação exigia estender relações sobre espaços mais
amplos, obrigava a abrir caminhos, rotas e construir portos, estimulava a
criação de novos meios de transporte e impunha a criação de estruturas para os
comerciantes. Como se vê, o comércio é uma atividade humana produtora de novos
espaços humanos e uma atividade que ensinou o ser humano a lidar com a
distância geográfica.
No mundo contemporâneo tudo isso intensificou
extraordinariamente. Com os novos meios disponíveis, as atividades comerciais
aumentaram o poder de uma das forças propulsoras da "fabricação" de
novos espaços e do aperfeiçoamento dos meios de superação da distância entre
as realidades geográficas. Vamos pensar nas marcas de produtos comerciais que
frequentam nosso dia-a-dia. Qual a origem nacional da marca? Numa série de
produtos (roupas, calçados e eletrônicos, por exemplo) onde é a localidade da
fabricação? São duas coisas diferentes: um produto pode ter uma marca de
origem americana e ser produzido na China. Uma marca pode ser francesa e seu
produto pode ser, ao menos em parte, produzido no Brasil.
Isso
revela a complexidade das relações atuais, num mundo globalizado, embora uma
relação comercial, ao pé da letra, resuma-se à saída do local de produção (ou
ponto de venda) até o ponto do consumo.
Os
fluxos de produtos que chegam até nós vêm do mundo, de um sistema produtivo e
comercial que se organiza na escala mundial, não somente dos nossos vizinhos,
do mundo ocidental ou do extremo oriente.
O comércio como acelerador dos fluxos; aceleração dos fluxos intensificando
o comércio
O
mundo contemporâneo é complexo. Isso não quer dizer complicado, como é comum se
pensar. Complexo significa que cada realidade isolada é sempre produto do
conjunto da realidade total, ou das diversas realidades em relação. Durante os últimos 50 anos as exportações mundiais
aumentaram em volume, nove vezes mais rápido que a produção mundial. Produz-se
mais, mas se comercializa entre países muito mais ainda. Quer dizer que boa
parte da produção antigamente circulava mais no interior dos próprios países
onde eram produzidas; hoje a produção circula muito mais numa escala geográfica
mais ampla: circula o mundo.
O
comércio não cresceu por si só, porque tem mais gente comprando bens. O
comércio cresceu porque uma série de
eventos e transformações cruzadas nesse nosso mundo propiciaram essa
condição (e que já estudamos): a aceleração dos fluxos, as redes técnicas, a
força das transnacionais e suas redes geográficas, a geopolítica, a ordem
mundial e a ação das potências, que permitiram nesses últimos 50 anos que os
mercados nacionais nada mais fossem que "seções" de um único e imenso
mercado mundial. Outros exemplos de eventos que propiciaram o crescimento do
comércio: desenvolvimentos tecnológicos, a multiplicação dos meios de compra e
informação sobre os produtos, o afrouxamento das fronteiras dos Estados
nacionais territoriais etc. A imagem dos fluxos comerciais no mundo
contemporâneo é forte. Nunca o planeta pareceu tão pequeno, tal a dimensão dos
fluxos e as distâncias que eles percorrem. Longos trajetos, outrora feitos
apenas por aventureiros, atualmente são as principais rotas comerciais do
mundo. Rotas oceânicas percorridas por navios que ancoram em portos,
abarrotados e congestionados de mercadorias, e rotas aéreas que chegam em
pontos antes inalcançáveis resultam da busca desenfreada por novos mercados,
por novos consumidores.
O comércio, obviamente, não ocorre somente na
escala mundial, isto é, na relação entre continentes e países diferentes. Os
fluxos ocorrem internamente dentro de uma região, numa escala inferior:
produção no país/continente e consumo no país/continente.O grande desafio da
cartografia contemporânea não é localizar com precisão fenômenos geográficos,
pois isso já está pronto e atualizado pelas imagens de satélite; o grande
desafio está em conseguir expressar visualmente as relações espaciais que se
desenvolvem num mundo cada vez mais complexo, ou seja, a utilização da
linguagem. Para se produzir um mapa, antes de tudo, é preciso ter acesso às
informações, à base de dados que será objeto da representação. Na cartografia
temática contemporânea, há uma tendência em se preferir as projeções do tipo da
de Buckminster Fuller ou a de Bertin para a representação de fluxos comerciais
(lembre-se do mapa do tema 5, dos fluxos migratórios). Elas aproximam os blocos
continentais, eliminam as imensas distâncias oceânicas e dão uma idéia mais
expressiva e real do que são os fluxos no mundo contemporâneo. Projeções como a
de Peters ou a de Mercator têm uma proeminência muito grande dos oceanos e
expressam visualmente distâncias longuíssimas entre o extremo da Ásia e as
Américas, por exemplo. A seta é compreendida, universalmente, como símbolo
gráfico adequado para representara direção dos fluxos, pois permite expressar
quantidade com a manipulação de seu tamanho (largura). Setas largas estarão
representando fluxos de maior quantidade; mais estreitas, o contrário. Definir
símbolos de comunicação não dá margem a diferentes interpretações. O que se vê
tem sempre que ter sempre um único significado. Os blocos continentais no fundo
do mapa devem ter uma única cor para todos. Uma cor leve e neutra para não
ofuscar as setas. Define-se uma única cor para as setas e elas não podem se
sobrepor umas às outras. Se fossemos montar um mapa com o tema “Comércio
mundial de mercadorias”, constariam dados do comércio que poderiam ser
representados cartograficamente em quadrados ou círculos (quanto maior,
significa maior o volume negociado) ou por setas, e os números poderiamos
colocar em uma legenda (resultando em uma representação quantitativa, pois
apresenta números).
Hoje, os fluxos mais importantes no comércio
mundial de mercadorias estão entre a Ásia e a América do Norte, entre a Ásia e
a Europa Ocidental e entre a América do Norte e a Europa Ocidental. O fluxo da
Ásia para a América do Norte é maior, mesmo com a imensa distância oceânica
(que foi superada por conta da globalização, que encurtou as distâncias,
realidade no mundo contemporâneo). O fluxo gira em torno da
América do Norte, Europa e Ásia, mas os maiores fluxos ocorrem entre os países
desenvolvidos para os subdesenvolvidos (tanto saída como entrada de
mercadorias). Já os menores fluxos estão entre os próprios países
subdesenvolvidos (tanta saída como entrada de mercadorias). A Ásia aumentou significamente suas exportações,
principalmente para os EUA e Europa e se consolidou como um grande pólo
exportador. Muitas transnacionais, que normalmente tem sede nos EUA e Europa,
começaram a produzir nos países deste continente (China, por exemplo), para
baratear a produção. E a mão-de-obra é farta e barata, aumentando a produção em
grande escala e negociação de seus produtos por preços mais baixos. Os EUA são o maior
comprador nesse tipo de relação e isso é uma participação fundamental, pois
esse país é um grande mercado. Seu papel, como exportador, é um pouco menor, o
que contraria uma visão de país forte (aquele que mais vende e que menos
compra). Mas essa visão não corresponde ao modo como a economia global se
organiza atualmente. Nesse modelo, importação e exportação não têm o mesmo peso
de épocas anteriores. Por isso, os EUA não perderam sua importância no comércio
internacional. O peso
do comércio em escala regional (no mesmo continente, país ou região) ainda é
grande, mas o comércio entre os continentes, ou seja, escala global
(inter-região) está crescendo cada vez mais.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8
REGULAMENTAR OS FLUXOS ECONÔMICOS
NA ESCALA MUNDIAL: É POSSÍVEL
ENCONTRAR UM BEM COMUM?
ATIVIDADE IV.
A PARTIR DAS INFORMAÇÕES DO TEXTO
FAZER UMA REDAÇÃO TRATANDO DE RESPONDER O TÍTULO
Regulamentar os fluxos
econômicos na escala mundial: é possível encontrar um bem comum?
A mobilidade humana ampliou-se, não
há dúvidas. Na escala mundial as relações da globalização articulam uma malha
de redes geográficas, alimentadas por redes técnicas, que se constituem numa
nova configuração geográfica, acelerando impressionantemente os fluxos de bens
econômicos e de pessoas. É certo que os bens econômicos (mercadorias, capitais,
serviços, informações) circulam com muito mais desenvoltura nessa dimensão global
do que os seres humanos. Mas também há constrangimentos na circulação dos
fluxos econômicos. Aliás, mais que constrangimentos: há conflitos.
Vale relembrar uma razão: a ordem mundial
existente se estrutura no interior da relação entre os países. No entanto,
essas relações são desiguais:
1. alguns países são potências que
atuam agressivamente;
2. agora há também corporações
privadas bem mais poderosas que muitos países;
3. de modo geral, os fortes e os
fracos nessa ordem só têm uma referência ao relacionar-se, que são seus próprios
interesses. E sem dúvida isso vai
significar problemas para a livre circulação dos bens econômicos; aliás, essa
livre circulação dos bens econômicos vai significar problemas para cada país.
A regulamentação dos fluxos econômicos mundiais é objeto
de muitos debates, pois há muitas críticas sobre a globalização que liberaria
forças que, em tese, causariam prejuízos às economias nacionais. Os Estados
nacionais territoriais - inclusive os países mais ricos, quando percebem seus
interesses nacionais contrariados, clamam por regras. É no interior desse
quadro que se vêm estruturando organizações internacionais que procuram
regulamentar os fluxos econômicos.
Do GATT à
OMC: um percurso espinhoso que se dirige ao desconhecido
Em 1948, período de esgotamento da
Segunda Guerra Mundial, o cenário mundial (não era bem a escala mundial, mas
sim Europa ocidental e EUA) favorece a busca da eliminação de qualquer tipo de
conflito. Afinal, a tragédia estava vertendo sangue naquele momento e os custos
para remover as ruínas e erguer um novo sistema econômico se anunciavam
astronômicos.
Para se dinamizarem, as economias
dependiam de relações econômicas para além da escala nacional. Dependiam da
remoção dos protecionismos, uma
chave importante para a interpretação dos conflitos e das proposições para
resolver a questão dos fluxos econômicos internacionais.
Leia atentamente o texto informativo sobre os organismos
econômicos internacionais na página 34 do caderno do aluno. Nele encontra-se um
panorama sintético dos caminhos percorridos nos últimos 50 anos para se
estabelecer meios e regras na ordem dos fluxos econômicos mundiais.
Num mundo de menores desigualdades
econômicas - mundo que não existe – os países buscam um bem comum através de
acordos, tratados, sanções, punições e protecionismos. Os países se movem pela
lógica geopolítica. As referências e os objetivos a serem alcançados por cada
país são os interesses de cada um. Agindo assim, não é mais fácil chegar à
guerra do que à harmonia?
Algo específico, que une as relações econômicas e a
Geopolítica, se encontra no texto e deve ser notado para desenvolver-se uma
linha de raciocínio: o acordo comercial (GATT) foi concebido para promover a paz e combater o protecionismo, que é
o "promotor da guerra". Para o horror dos economistas, a vida real,
nesse caso, invade a lógica econômica. O que é o protecionismo comercial? E por
que isso causaria guerra? Se proteger pode causar a guerra, nesse caso, a
proteção ganha o sentido de agressão. Não é interessante? Vale raciocinar sobre
isso, refletindo sobre o caso atual que o texto destaca no seu final: os EUA e
a União Européia praticam o
protecionismo em relação à sua agricultura, pois temem a circulação
mais livre dos produtos agrícolas dos países emergentes e pobres, o contrário
da filosofia que estaria na base da fundação da OMC.
VOLUME 02
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
ESTRUTURAS E FORMAS DO PLANETA TERRA: OS MOVIMENTOS E O TEMPO NA
TRANSFORMAÇÃO DAS
ESTRUTURAS DA TERRA
ATIVIDADE V.
Os Movimentos
e o Tempo na Transformação
das
Estruturas da Terra
O
planeta Terra é formado por três esferas: a Litosfera, que é o conjunto de tudo
que é sólido no Planeta, a Hidrosfera e o conjunto das águas e a Atmosfera é o
conjunto dos gases que existem no Planeta Terra. Juntas formam a Biosfera, um
termo que foi introduzido pelo geólogo austríaco Eduard Suess em 1875. A
Biosfera é o conjunto dos seres vivos e seus habitats na Terra.
LITOSFERA: É a camada sólida da Terra, formada por rochas ígneas, sedimentares e metamórficas e ela cobre toda a superfície terrestre, desde montanhas, continente e as profundezas dos mares e oceanos.
LITOSFERA: É a camada sólida da Terra, formada por rochas ígneas, sedimentares e metamórficas e ela cobre toda a superfície terrestre, desde montanhas, continente e as profundezas dos mares e oceanos.
HIDROSFERA: é todas as águas do planeta, os quais formam uma camada
descontínua sobre a superfície da Terra.
ATMOSFERA:
é uma das esferas que compõe a Biosfera, onde surge, mantém e se desenvolve a
vida. A Atmosfera é uma camada que envolve um corpo celeste, pode ser propicia
a vida ou não, dependerá dos gases que é formada. No nosso caso, a Terra, a
Atmosfera ajuda no surgimento e desenvolvimento da vida.
- -Composição das Esferas que compõem o Planeta Terra:
a)
-Litosfera: materiais pesados
como; ferro, silício, magnésio e outros.
b) -Hidrosfera: Composta por Água.
Compreende todos os rios, lagos, lagoas, mares e todas as águas subterrâneas,
bem como as águas marinhas e salobras, águas glaciais e lençóis de gelo e vapor
de água.
c)
-Atmosfera: Composta por gases diversos e é dividida em camadas, a
TROPOSFERA que é a mais baixa, a ESTRATOSFERA que é intermediária e a
IONOSFERA. Os gases predominantes são: Nitrogênio (78%), Oxigênio (21%) e
outros gases (1%).
- -Movimentos de cada uma das esferas:
- -Litosfera: Como a litosfera não é uma massa uniforme, unida, ela é composta por placas, chamadas de placas tectônicas e estas se movimentam com certa liberdade e os motivos estão relacionados ao conteúdo abaixo delas que é pastoso e dinâmico. Os movimentos das placas tectônicas são denominados de Tectônica de Placas.
- -Hidrosfera: Os movimentos são vários, a água é uma substância líquida e portanto muito maleável, o movimentos da litosfera pode causar os tsunamis, o vento aumenta as ondas e causa tempestades e estas enchentes, e temos o ciclo da água: evaporação, condensação e precipitação, entre outros.
- -Atmosfera: Esta se movimenta conforme a ação do sol, das temperaturas, a força de atração da terra, com o resfriamento de certa camada há pressão formando os ventos, as massas de ar, a rotação da terra também influencia, por ser a menos densa é a que mais se movimenta, a Litosfera é a que menos se move.
3)-
Alterações das esferas:
- -Litosfera: Esta vem se alterando desde a formação da Terra, em processo muito lento, mas constante. O resfriamento do Planeta foi moldando a litosfera, depois seu reaquecimento e as eras glaciais, além do movimento chamado Tectônica de Placas, este movimento pode causar dobramentos formando montanhas e cordilheiras, os terremotos e o vulcanismo, inclusive no fundo dos oceanos, além das ações intempéricas, erodindo os morros, montanhas, formando bacias sedimentares. No intemperismo estão as ações do sol, da chuva, dos ventos, do gelo e degelo. A Ação do homem também altera muito o relevo, mas as maiores são de origem natural, geológica.
- -Hidrosfera: São alterados alguns volumes, como a quantidade de água gasosa, de gelo, aumento dos oceanos, alagamentos, enchentes, estão relacionados ao movimento, mas a estrutura em si, do componente da água cuja fórmula é H²O. A visão em si também pode mudar, dependendo do dia, das condições atmosféricas a visão das águas superficiais pode variar.
- -Atmosfera: As alterações na atmosfera são muitas, as maiores relacionadas ao clima, poluição, ao estado climático do momento.
As
alterações das esferas estão ligadas entre si, são fatores correlacionados, e
em qualquer delas que houver uma alteração se refletirá sobre a Biosfera, em
nós também.
4)-Transferência
de matérias entre as esferas: Um caso clássico de transferência de materiais de
uma esfera para outra é quando a água em estado líquido e aquecida a 100 graus
passa para o estado gasoso, passando, assim a fazer parte integrante da atmosfera.
Há também o inverso, na água há oxigênio que é um componente da atmosfera, o
movimento das águas causa a capitação de oxigênio. Por outro lado temos as
infiltrações de água no solo, deixando a terra úmida, a poeira, micro
partículas da litosfera, na atmosfera e nas águas barrentas. Estão o tempo todo
em interação.
5)-As três esferas e os seres humanos: Os seres humanos só estão na face da terra devido os recursos favoráveis em cada uma delas e também pela interação constante entre as mesmas. Se formos fazer uma análise minuciosa, cada uma delas vai parecer a mais importante. A litosfera nos dá o abrigo, é em cima dela que caminhamos e descansamos, ela nos dá o alimento para o nosso desenvolvimento mas se não houvesse a atmosfera para filtras os raios solares nenhum vegetal teria em cima da litosfera, por outro lado sem a participação da hidrosfera estes vegetais não cresceria e não frutificariam, para caminhar sobre a litosfera necessitamos de ar, de temperaturas adequadas, de umidade no ar e fontes para matar a nossa sede, em nosso abrigo para descanso, repouso é a mesma coisa, precisamos de um ar limpo, rico em oxigênio, temperaturas ambiente adequada, de novo estamos usando os recursos das três esferas, por isso o local onde vivemos é chamado de Biosfera, ou Esfera da Vida, é a união da Litosfera, Hidrosfera e Atmosfera.
6)-Que
contribuição estamos dando na manutenção da Esfera da Vida (Biosfera)? São 7
bilhões de seres humanos sobre a litosfera, segundo algumas estimativas, todos
se apropriando dos recursos naturais que o Planeta nos disponibiliza. Esta
apropriação infelizmente é feita de uma forma muito irregular, uns pegam o que
querem outros não tem acesso quase que nem o mínimo. Um exemplo é a questão da
água, são mais de um bilhão de pessoas no mundo que não tem acesso regular à
água e outras gastam a vontade. Um americano gasto em torno de 400 litros de
água diários enquanto um queniano sobrevive com 5 litros para todas as suas
necessidades, muitos de nós somente numa descarga do vazo sanitário é muito
mais que isso.
Quando se cobra economia de água as pessoas não gostam, acham que tem água sobrando, tem sim, mas não própria para o consumo, de toda á água existente praticamente não chega a 1% de água disponível para ser consumida por nós e por todos os seres vivos. Se não bastasse a ínfima quantidade ainda contaminamos muito a água, sorte que ela é muito dinâmica, se recupera no seu ciclo, mas nem toda ela é recuperada e é preciso tomarmos cuidado para que as futuras gerações não sofram ainda mais.
Quando se cobra economia de água as pessoas não gostam, acham que tem água sobrando, tem sim, mas não própria para o consumo, de toda á água existente praticamente não chega a 1% de água disponível para ser consumida por nós e por todos os seres vivos. Se não bastasse a ínfima quantidade ainda contaminamos muito a água, sorte que ela é muito dinâmica, se recupera no seu ciclo, mas nem toda ela é recuperada e é preciso tomarmos cuidado para que as futuras gerações não sofram ainda mais.
Na
Litosfera o homem escava, ocupa espaços, destrói até montanhas na extração de
minérios, inunda grandes áreas, derruba o manto vegetal que protege a terra das
erosões, faz queimadas exterminando milhares de espécies vegetais e animais e
isto tudo atinge também a Atmosfera pelas fumaças de queimadas e outros gases
venenosos que são lançados diariamente pelas indústrias. Muitas indústrias
agridem as três esferas ao mesmo tempo, contamina os solos, a água e a
atmosfera. O Homem está destruindo a sua própria morada. Um fato irônico, quem
mais se apropria dos recur5sos naturais são os que mais destroem, os que mais
agridem, que mais poluem.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
ESTRUTURAS E FORMAS DO PLANETA
TERRA: OS MOVIMENTOS DA CROSTA
TERRESTRE
ATIVIDADE VI.
PESQUISAR SOBRE A HISTÓRIA
DO AFASTAMENTO DOS CONTINENTES, COMO E QUANDO ACONTECEU? FAZER UMA REDAÇÃO COM
AS INFORMAÇÕES.
Estruturas e formas do planeta Terra: os movimentos da crosta
terrestre
Com a compreensão de que os movimentos da estrutura terrestre se
desenrolam num tempo longo, podemos desenvolver boa parte das teorias sobre a
dinâmica das esferas terrestres. Mas, e quanto aos movimentos bruscos, que em
tempos mais curtos podem provocar alterações nas formas da superfície
terrestre, como a explosão de um vulcão? E um movimento mais lento, como a
abertura dos oceanos? Podemos adiantar que, as teorias e pesquisas inovadoras
de James Hutton e Charles Lyell não foram capazes de explicar todos os
fenômenos que ocorrem na litosfera terrestre.
Um pensamento
original e ousado: a deriva continental
Um mapa é uma linguagem espacial e nele é adequado apresentar
informações do espaço ou que estão no espaço. Num mapa é muito difícil
representar o tempo. Cada mapa é um retrato de um único tempo, de um presente.
Se um único mapa é um retrato, para mostrar mudanças deve-se mostrar um retrato
de outro momento, depois outro e assim por diante, criar uma sequência, como na
linguagem verbal (para compreender o que se quer falar, passar). Chamamos de
cartografia dinâmica, uma coleção de mapas colocados em sequência, como a
“Coleção de mapas sobre a deriva continental: da Pangeia até nossos dias”. Os
mapas mostram continentes se formando e se afastando. Mostram oceanos se
abrindo. Eles estão representando um processo natural de escala planetária em
cinco tempos:
- o primeiro mapa
representa a Terra há 225 milhões de anos, no Período Permiano, a época em que
se inicia a abertura dos oceanos;
- no segundo mapa,
Período Triásico, 25 milhões de anos depois, o grande bloco terrestre observado
no primeiro mapa já apresenta fragmentos e espaços preenchidos pela água;
- no terceiro mapa,
Período Jurássico, essas aberturas já são maiores, após a passagem de mais 65
milhões de anos;
- no quarto mapa,
Período Cretáceo, essas aberturas estão ainda maiores, após mais 70 milhões de
anos;
- até o mapa atual,
65 milhões de anos depois, essa abertura só fez aumentar.
Os blocos continentais que estavam se formando como fragmentos de
uma única massa continental (Pangeia) parecem peças de um quebra-cabeça. A
América do Sul não parece se ajustar bem à costa ocidental da África? Esse
processo representado nos mapas é o de abertura dos oceanos por entre
fragmentos de um único bloco continental, o que representa a formação dos
continentes que conhecemos.
Os mapas mostram uma dinâmica da natureza, numa temporalidade mais
ou menos rápida para a natureza, mas muito longa para o ser humano. Eles estão
mostrando que a crosta terrestre não é fixa, e que estamos sobre algo que se
movimenta como se fosse uma balsa.
Hutton e Lyell não perceberam essa movimentação e assim, não
fizeram estudos a respeito. Essa é a lacuna que será preenchida no conhecimento
geológico que Hutton e Lyell legaram para o século XX.
No início do século XX, as pesquisas científicas sobre o mundo
natural ainda eram alvo de censura (por exemplo, a censura religiosa) como no
passado. O conhecimento geológico estabelecido não considerava essa hipótese de
um movimento de afastamento dos continentes. Quando, em 1912, o geofísico e o
meteorologista alemão Alfred Lothar Wegener (1880-1930) apresentou essa
hipótese, ele foi tratado como um aventureiro, um irresponsável, um “herege”,
até pelos seus colegas cientistas. Seus contemporâneos não estavam preparados
para essa ideia um tanto desconcertante e não foi fácil para ele suportar a aversão
dos discordantes. E os mapas apresentados expressam exatamente o que ele
pensava.
A Geologia não sabia explicar os movimentos que geravam os
terremotos e tinha pouco entendimento sobre os vulcões, ou seja, muitas
perguntas estavam sem respostas. Graças a isso, apostar num movimento da crosta
tal como imaginou Wegener era bem razoável como hipótese. Afinal, além dos
processos lentos bem apreendidos por Hutton, existiam outros movimentos que
permaneciam misteriosos. Pesquisas posteriores encontraram nas costas da África
e da América do Sul fósseis de vegetais idênticos, em estratos rochosos
antigos. Se forem idênticos não é porque estavam próximos, se afastando depois,
ao longo de 200 milhões de anos? Isso se confirma com a presença, nos dois
lados, de estruturas geológicas e rochas também idênticas. Parece não haver
dúvida: um dia esses blocos continentais integravam um único continente.
Wegener teve de fato uma intuição genial e revolucionária que inaugurou uma
nova era nos conhecimentos sobre a Terra. Aqueles que o censuravam estavam
pouco abertos para o novo. Após a morte de Wegener, e depois de constatado o
valor de sua hipótese, os geofísicos aproveitaram a porta aberta e foram mais
longe na interpretação das estruturas da Terra. Como e por que se dava esse
movimento? Os geofísicos notaram que esse movimento de afastamento era possível
porque a crosta terrestre era formada por pedaços ou placas, e não por uma
única capa de rochas. Essa grande revolução científica aconteceu nos anos 1960.
Novas informações no campo da Geofísica marinha propiciaram um melhor
conhecimento do fundo dos oceanos e avançou-se no conceito de falhas, na
localização precisa dos terremotos etc. Nascia assim a teoria Tectônica de
Placas com os trabalhos de J. Morgan, X. Le Pichon e D. McKenzie, entre outros
autores. Atualmente, não há Geologia sem considerar a deriva continental, como
ficou conhecida a visão de Wegener e a teoria das placas que compõem a crosta
terrestre.
Uma cartografia das
placas tectônicas
A
crosta terrestre é formada por placas que flutuam sobre um material viscoso
chamado magma. Inicialmente admitiu-se a existência de 6 placas; hoje estão
identificadas aos menos 15 placas: Placa Eurasiática, Placa das Filipinas,
Placa Australiana, Placa da Antártica, Placa da Índia, Placa da Arábia, Placa
Africana, Placa Sul-Americana, Placa Nazca, Placa Caribenha, Placa Cocos, Placa
Juan de Fuca, Placa Norte-Americana, Placa do Pacífico e Placa de Scotia. No
interior de algumas placas se encontram os blocos continentais, normalmente,
nas placas maiores. No “Mapa da placas tectônicas”, os continentes estão
representados com seu contorno. Por exemplo, na Placa Norte-Americana se
encontra os EUA, o Canadá, o México, a Groenlândia e um segmento da Ásia.
As áreas de encontro das placas são fundamentais para se entender
certos eventos geológicos como o vulcanismo e os terremotos. Por exemplo:
nota-se que o Japão situa-se no encontro de duas ou três placas
(Norte-Americana, Eurasiática e a Placa das Filipinas), e isso tem
consequências na instabilidade geológica que ali ocorre. A existência dessas
placas e o fato de elas se movimentarem trazem para a superfície terrestre
consequências que já se sabe e que, aliás, foi por onde essa descoberta
começou: a deriva continental.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
ESTRUTURAS E FORMAS DO PLANETA
TERRA: A PRODUÇÃO DAS FORMAS DA
SUPERFÍCIE TERRESTRE
ATIVIDADE VII.
DEPOIS DE FAZER UMA BOA
PESQUISA,
FAZER UMA REDAÇÃO
EXPLICANDO COMO
SÃO
OS AGENTES NATURAIS QUE
PRODUZIRAM
E AINDA MODIFICAM O
RELEVO
DA TERRA, O QUE TERÁ FEITO
SURGIR
AS CORDILHEIRAS, E OUTROS
FENOMENOS
MAIS QUE MODIFICAM A
TERRA
ATÉ OS DIAS DE HOJE?
Estruturas e formas do planeta Terra: a
produção das formas da superfície terrestre
A ciência geológica chega ao final do século XX com todo um
conjunto de teorias e interpretações que são sustentadas por pesquisas e dados
obtidos de forma bastante sofisticada. Somaram-se duas abordagens:
1. a que explica os
processos geológicos lentos e uniformes que ocorrem no conjunto dos blocos
continentais;
2. a que explica os
grandes movimentos das placas que deram origem aos continentes e aos oceanos e
que, ao mesmo tempo, manifestam-se por meio de eventos bruscos e ocasionais (no
tempo humano), como os terremotos e o vulcanismo de um modo geral.
As formas da superfície terrestre e sua geomorfologia (o relevo)
são produtos desses processos que a Geofísica e a Geologia descrevem. Mais
importante do que saber onde ficam, por exemplo, as grandes cadeias montanhosas
da Terra, será compreender por que elas estão ali e não poderiam estar em
outras posições. Ao se discutir o relevo terrestre, provavelmente o que vem
primeiro à mente das pessoas, em geral, são as formações que mais fascinam e
chamam nossa atenção: as grandes cadeias montanhosas (mais conhecidas como
cordilheiras), com seus picos elevados, cercados de fantasias e de várias
aventuras criadas e encenadas na literatura e no cinema.
Os agentes naturais
que produzem o relevo da Terra
Observe o “Mapa-múndi do relevo terrestre” nas páginas 28 e 29 do
caderno do aluno. As cores utilizadas
para mostrar as altitudes dos terrenos ficaram conhecidas como escala
hipsométrica. Apesar de consagrada em todos os atlas geográficos, essa escala
ocasiona uma série de problemas relativos à linguagem cartográfica. Podemos
chegar a conclusão que o verde-escuro representa grandes florestas, o
verde-claro, matas mais abertas, o marrom-escuro, terra desmatada. Se
identificarmos que os tons de verde representam as terras mais baixas,
concluímos que a mais baixa é o verde-claro e não o verde-escuro, como a
legenda indica. Esse mapa, sem a legenda, pode enganar seu observador em razão
de várias armadilhas visuais – e somente a convenção da legenda pode esclarecer
o equívoco. Isto é, a legenda, um elemento verbal e numérico, é o que decifra o
visual, o que é um grande erro cartográfico. O fenômeno que o mapa representa é
único: as altitudes. E não se pode usar várias cores para representar um único
fenômeno. Este tem uma diferenciação interna e, portanto, seria mais adequado
que a distinção se fizesse no interior de uma única cor, com valores do mais
claro para o mais escuro, usando, assim, as tonalidades da cor: menores
altitudes – menor valor da cor (tom claro) e maiores altitudes – maior valor da
cor (tom escuro). No entanto, consagrou-se nos atlas escolares esse tipo de
mapa, mesmo com problemas de linguagem.
As cordilheiras vão
aparecer como manchas de marrom mais escuro e roxo. Essas áreas têm médias de
altitude acima de 4 mil metros. Por que estão ali? Sempre, desde que a Terra
existe, estiveram ali? Ou será que o caso das cordilheiras é tal como o dos
oceanos, que possuem apenas mais ou menos 200 milhões de anos? O que terá feito
surgir as cordilheiras? Quando elas surgiram?
A poderosa cordilheira do Himalaia foi erguida quando a Placa
Indiana se chocou com a Placa Eurasiática, enquanto os Andes surgiram da
colisão entre o assoalho do Oceano Pacífico (Placa de Nazca) e a América do Sul
(Placa Sul-americana). São eventos que acontecem na crosta terrestre e, por
essa razão, se classificam como agentes internos. Vale também chamar a atenção
para o seguinte: “Os créditos por esculpir a superfície da Terra normalmente
vão para as violentas colisões entre as placas tectônicas, os fragmentos móveis
da cobertura rochosa do planeta. [...] Mas mesmo o incrível poder das placas
tectônicas não consegue explicar algumas das principais características da
superfície do planeta”. (GURNIS, Michael. Os processos que esculpem a Terra). Sendo
assim, há outras forças internas que operam. E o que sabemos sobre o interior
da Terra?
Vamos ler sobre a estrutura interna da Terra na página 30 do
caderno do aluno. Um detalhe nesse texto sobre a estrutura interna da Terra
chama a atenção: há uma área na crosta terrestre em que ela possui uma extensão
máxima (65 km de espessura). Trata-se da área em que as placas tectônicas foram
soerguidas, dando origem às cordilheiras, às cadeias montanhosas. Mais uma vez
fica claro o papel do que se denomina agente interno na formação do relevo.
Uma questão fundamental para mobilizar as duas vertentes do saber
geológico: aquela que trata dos processos geológicos lentos e uniformes
(erosão) e aquela que trata dos movimentos das placas tectônicas. Sabemos como
e quando se formou uma cordilheira (mais ou menos 60 milhões de anos atrás), a
dos Andes, por exemplo. Mas será que atualmente ela possui as mesmas
características do seu período de formação? Ou ela se transformou?
Os movimentos das placas tectônicas podem erguer uma cordilheira
gigantesca, porém uma lenta e discreta erosão, desde que tenha tempo, pode
arrastá-la inteira para o oceano ou para as terras mais baixas. Erosão é um
agente produtor do relevo da Terra e que opera diretamente na superfície, no
ambiente externo e, por isso, ela é tratada como um agente externo na
construção do relevo da Terra.
Uma Geografia das
formas da superfície terrestre
Depois de refletir sobre as forças e os tempos envolvidos na produção
do relevo da Terra, vamos refletir as formas da superfície e sua distribuição
geográfica. O relevo da Terra é uma interface entre a ação dos agentes internos
(placas tectônicas) e dos agentes externos (erosão). Para se ter uma ideia mais
aproximada da Geografia das formas da superfície terrestre, será necessária um
pouco mais de atenção ao processo erosivo. A erosão se dá sobre a crosta
terrestre, que é formada de rochas, e é realizada pelo trabalho das águas
(pluviais, fluviais, mares e geleiras), do vento (atuação muito significativa
em áreas áridas e semiáridas), da temperatura (por intermédio da dilatação e
compressão das rochas) e pela influência das condições climáticas de um dado
local em diferentes tempos.
O intemperismo físico resulta notadamente da influência climática,
enquanto o intemperismo químico resulta da atuação e conjugação de diferentes
elementos. No caso das áreas tropicais, a ação das chuvas aliada às altas
temperaturas intensifica o processo de intemperismo químico. Em áreas áridas, a atuação eólica associada à
aridez produz formas dinâmicas, como é o caso das dunas. A declividade do
relevo amplia a ação da água como agente erosivo. A erosão não tem a mesma
velocidade, isto é, não erode da mesma maneira rochas duras e rochas mais moles:
rochas mais duras (normalmente em clima seco) têm erosão menos eficiente, mais
lenta e rochas moles (em clima chuvoso), a erosão é mais rápida, mais
eficiente.
Na superfície terrestre, encontram-se múltiplas combinações de
várias situações climáticas com várias condições dos estratos rochosos que
compõe os blocos continentais. As rochas reunidas formam conjuntos maiores,
verdadeiras estruturas de dois tipos: os que têm origem nos movimentos das
placas tectônicas (maciços cristalinos, formados por rochas que são magma que
vazou solidificado, e cadeias montanhosas); e bacias sedimentares, formadas por
material produzido pela erosão.
Temos pontos de mais de 4.800 metros de altura e outros de 100
metros em relação ao nível do mar. Vamos ler o texto “Encontrando as formas de
relevo”, na página 34, que cria uma situação para identificação dos tipos de
relevo.
De um modo geral, as terras muito baixas estão à beira-mar.
Planaltos são constituídos de terras elevadas em relação ao nível do mar,
normalmente acima de 700, 800 metros de altitude, sendo ou não planas, assim,
podem conter irregularidades nos seus terrenos.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
RISCOS EM UM MUNDO DESIGUAL:
DESASTRES NATURAIS E
PREVENÇÃO
– UMA CONSTRUÇÃO DO
ESPAÇO
GEOGRÁFICO
ATIVIDADE VIII.
APÓS PESQUISAR SOBRE OS
FENOMENOS E CATASTROFES NATURAIS E PROVOCADOS, FAÇA UMA REDAÇÃO FALANDO DO
DESASTRE OCORRIDO NUM MUNICIPIO DA CIDADE DE MARIANA – MINAS GERAIS.
Riscos em um mundo desigual: catástrofes e prevenção – uma
construção do espaço geográfico.
Eventos catastróficos para os seres
humanos resultam do movimento das esferas terrestres. Aqueles associados à
litosfera, como terremotos e explosões vulcânicas, podem ter grande magnitude e
muitas vezes nos fazem pensar nas nossas limitações para poder intervir
diretamente sobre eles e nos precavermos diante desses eventos naturais. Quais
os efeitos dessas catástrofes sobre as diversas sociedades, em especial os
efeitos no espaço geográfico? Esses efeitos são maiores ou menores em função da
desigualdade social existente no planeta? Quais as ações humanas diante das
catástrofes? Como preveni-las, quando há condições de fazê-lo?
Vulcões que explodem e devastam os lugares
e terremotos que abalam cidades levando destruição são eventos distantes de
nossa realidade. Esses são eventos relacionados em sua grande maioria às zonas
de encontro das placas tectônicas e, por estarmos no centro da Placa
Sul-americana, dificilmente nos atingem.
Em nosso contexto (urbano), por exemplo,
uma área de risco ligada às questões de ordem geológica são os deslizamentos,
que são parte do processo erosivo e costumam levar grande perigo às populações
desses locais: muitas moradias precárias se encontram em morros, terrenos de
elevada inclinação e sem cobertura vegetal.
Como se proteger dos
eventos geológicos
Os eventos geológicos podem ter duas origens distintas: associados
aos movimentos internos da crosta (tectonismo) ou externos, vinculados aos
processos erosivos, de desgaste da crosta. Sem dúvida, os mais perigosos para o
ser humano, os que produziram maiores tragédias, são os de grande escala
provocados pelo movimento das placas tectônicas: terremotos e explosões
vulcânicas. O mapa “Anamorfose de mortos em terremotos”, na página 39 do
caderno do aluno, representa um desses fenômenos. A medida utilizada é um
índice, o número de mortos por cada milhão de habitantes, o que pode ser
observado no “Gráfico sobre terremotos”, na mesma página, e que foi organizado
a partir do mesmo banco de dados que deu origem ao mapa. Essa é uma anamorfose
que mantém as posições geográficas e o que é possível das formas (e não a
extensão territorial) dos blocos continentais e de suas regiões internas.
Assim, vemos regiões de dois continentes (África e América do Sul), onde os
índices de morte em terremoto são bem baixos, representadas por um traço bem
fininho. Nas áreas aumentadas, os índices são mais elevados, como no leste
asiático. Dessa maneira, por exemplo, o Japão está quase do mesmo tamanho que a
América do Sul ou a África. Se observarmos as zonas de encontro das placas no
“Mapa das placas tectônicas”, na página 20, associamos os índices de mortos em
terremotos. O que explica o desenho do centro e do sul da África é o fato de
ser um segmento do bloco continental que se encontra no centro da placa
tectônica africana.
Para chegar mais próximo da complexidade da questão das mortes em
terremotos, é preciso ter em conta mais um dado da realidade: entre 1975-2000,
estima-se que tenham morrido 471 mil pessoas em decorrência de terremotos.
Dessas, 52% foram na China e 16% no Irã. O maior número de vítimas num único
tremor foi em 1999, na Turquia (18 mil pessoas), mas esse número foi atribuído,
em parte, à pobreza e à fragilidade das habitações, e nem tanto à força do
tremor. Encontrou-se aí uma variável fundamental para entender os desastres
ligados a terremotos e explosões vulcânicas: há populações mais protegidas e
preparadas para os impactos dos desastres naturais que outras, e isso vai
interferir no número de vítimas. Para tornar mais concreta ainda essa variável
fundamental, vamos ler dois casos nas páginas 41 e 42: o do vulcão Nevado Del
Ruiz e do vulcão Vesúvio.
No primeiro caso, em Armero morreram ¾ da população da cidade, ou
seja, quase todo mundo. O intervalo entre a explosão do vulcão e a enxurrada de
lama foi de 8 horas. Uma maneira fundamental de prevenir desastres provocados
por erupções vulcânicas deve ser a combinação de informações científicas:
monitoramento da atividade do vulcão somada a estratégias coordenadas para
rápida evacuação da população dos locais de risco. Caso isso existisse em relação
ao vulcão e à comunidade de Armero, a tragédia não teria sido tão grave. A
baixa eficiência desse controle foi responsável pela envergadura da tragédia.
Já o segundo caso, é um bom exemplo de controle passivo eficiente pelos
seguintes motivos: existe um observatório com equipamentos e cientistas
estudando cotidianamente o vulcão, que está ativo, e nenhuma erupção pegará de
surpresa a população, como no caso do Nevado Del Ruiz. Os estudos não ficam
apenas na atividade atual do vulcão, volta-se no tempo para saber qual é a sua
verdadeira potência, visando aperfeiçoar os planos de proteção e evacuação.
Para ter idéia do risco ao qual as populações estão submetidas e como é
desigual o controle passivo, segundo as condições dos países, veja: existem alguns
milhares de vulcões no mundo, mas somente cerca de 500 são ativos e bem
estudados, outros 150 são monitorados e pouco se sabe sobre o restante.
As catástrofes como
elementos de construção do espaço
Uma das catástrofes mais impressionantes
dos últimos tempos foi o tsunami no Oceano Índico (foto página 44 no caderno do
aluno). Estamos diante de um evento natural que combina movimentos de duas
esperas naturais: movimentos da litosfera mais os movimentos da hidrosfera.
Tsunami ou maremoto é uma série de ondas
de água causada pelo deslocamento de um grande volume de um corpo de água, como
um oceano ou um grande lago. Vamos ler o texto “Tsunami do Índico: uma
catástrofe regional de amplitude mundial” na página 45 do caderno do aluno. A
placa tectônica indiana subiu sobre a microplaca birmanesa, que seria um
fragmento (não se tem certeza se é uma placa independente) da placa
eurasiática. Esse movimento brusco produziu grande perturbação nas águas
oceânicas, o que gerou o maremoto, o tsunami. Ele foi um evento que ocorreu em
dezembro de 2004. Todos sabiam de sua ocorrência. Nesses cinco anos, vocês
ouviram falar de terremotos no Peru e no Paquistão? E sobre o terremoto do dia
6 de abril de 2009, no centro da Itália (região de Abruzzo), no qual morreram
mais de 300 pessoas? O tsunami atingiu áreas turísticas, vitimando um grande
número de pessoas de diversas nacionalidades. Isso fez aumentar a repercussão
para além da escala regional. A repercussão do tsunami em escala mundial
significou uma forma de aproximação dos povos, visto que a solidariedade que se
organizou veio de lugares dos quais, no passado, não viria. Essa ocorrência
ajuda a construir uma nova Geografia das relações entre os povos. Várias
possibilidades de reflexões interessantes existem sobre os significados de um
evento dessa dramaticidade para a humanidade, e muitas vão nos ajudar a pensar
melhor no que chamamos relações homem-natureza. O que está acontecendo agora
nos países vitimados pelo tsunami? Como foi retomar a vida depois da
devastação? Como construir novos espaços? Pensar de outra maneira na
localização geográfica da ocupação do espaço nas regiões litorâneas, reavaliar
a qualidade das edificações, rever o sistema de proteção, como o monitoramento
das condições oceânicas, os meios para o alerta geral e para a evacuação. Será
que os países atingidos têm condições econômicas e sociais para incorporar essa
experiência e os novos saberes para construir espaços humanos mais bem
protegidos e mais dignos?
O evento do tsunami está agora humanizado
(ele não é mais um evento da natureza apenas), a ação geográfica do ser humano
na região estará fortemente influenciada pelo que aconteceu e pelo que pode
acontecer. Nesse sentido, pode-se dizer que o tsunami, que antes destruiu,
agora é um dos construtores do espaço.