1ª séries
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
OS
DESERDADOS NA NOVA ORDEM MUNDIAL: AS PERSPECTIVAS DE ORDEM MUNDIAL SOLIDÁRIA
Introdução -
Ainda são poucos os que têm acesso às informações disponíveis na rede. Segundo
o Relatório World development indicators 2006, do Banco Mundial, em 2004 cerca
de 890 milhões de pessoas estavam conectadas à Internet. É uma quantidade
enorme de usuários, mas esse número corresponde apenas a 14% da população
mundial, a maioria dos internautas está fortemente concentrada em países
desenvolvidos e em alguns países emergentes. Os Estados Unidos é o país que
possui mais pessoas conectadas à Internet em termos absolutos, com 185 milhões
de internautas, mas também é um dos países mais representativos em termos
relativos: 63% de sua população são usuários da rede. A Nova Zelândia é o país
possui mais pessoas conectadas em termos relativos: 79% de sua população são usuários
da Internet. A China e a Índia, apesar do índice relativo de conexão, têm um
grande número de internautas devido às suas enormes populações. Em menor
escala, isso também acontece com o Brasil.
Fluxos de
capitais especulativos Outra invasão típica da globalização é a dos capitais
especulativos de curto prazo, conhecidos como smart Money (“dinheiro esperto”)
ou hot money (“dinheiro quente”), que, ávidos por lucratividade, movimentam-se
com grande rapidez pelo sistema financeiro on-line.
Não se sabe
ao certo o montante, mas estima-se que o fluxo mundial de capitais
especulativos seja 1,5 trilhões de dólares por dia, investidos nas várias
modalidades de especulação financeira. Essa vultosa soma – que, em geral,
pertence a milhões de pequenos poupadores espalhados pelos países
desenvolvidos, os quais deixam seus recursos num banco ou os investem num fundo
de pensão, para garantir suas aposentadorias – é transferida de um mercado para
outro, de um país para outro, sempre em busca das mais altas taxas de juros ou
de maior segurança. Os administradores desses capitais – como bancos de
investimentos, corretoras, fundo de pensão etc.– em sua maioria não estão
interessados em investir na produção, cujo retorno é demorado, mas em
especular: realizar investimentos de curto prazo nos mercados mais rentáveis.
Os fundos de pensão, entretanto, também investem na produção.
Quando algum
mercado se torna instável ou menos atraente aos investidores, esses capitais
são rapidamente transferidos, e os países entram em crise financeira.
Fluxos de
capitais produtivos
A entrada
dos capitais produtivos é a mais demorada porque são investimentos de longo
prazo, por isso menos suscetíveis às oscilações repentinas do mercado. Esses
capitais são aplicados num território em busca de lucros, que podem ser
resultantes de custo menores de produção, baixos custos dos transportes ou dos
fretes, proximidade dos mercados consumidores e facilidades em driblar
barreiras protecionistas.
Todos esses
fatores permitem a expansão dos mercados para capitais, gerando, portanto,
maiores lucros.
Há outra
faceta, mais visível e mais antiga da globalização, que é a “invasão” de
mercadorias em quase todos os países. Com a intensificação dos fluxos
comerciais no mundo, produtos são transportados por enormes navios, trens,
caminhões e aviões, que circulam por uma moderna e intrincada rede que cobre as
grandes extensões da superfície terrestre, sobretudo nos países desenvolvidos e
emergentes. Há, assim, uma globalização do consumo, com a intensificação do comércio,
resultante da globalização da produção.
A expansão
de multinacionais Superada a destruição provocada pela Segunda Guerra, a
economia mundial voltou a crescer num ritmo mais acelerado. Dentro desse quadro
de grande prosperidade, as empresas dos países industrializados assumiram
proporções ainda maiores que na época dos trustes. Tornaram-se industrializados
assumiram proporções ainda maiores do que na época dos trustes. Tornaram-se
grandes conglomerados e se expandiram pelo mundo, ultrapassando as fronteiras
dos países em que se desenvolveram, nos quais estão as matrizes,
transformaram-se em empresas multinacionais e se encarregaram de globalizar,
gradativamente, não somente a produção, mas também o consumo. Construíram
filiais em vários países, principalmente nos subdesenvolvidos, que, ao se
industrializarem, passaram a serem chamados países emergentes, modificando a
tradicional divisão do trabalho. Hoje, dado seu elevado grau de
internacionalização, são conhecidas como multinacionais e são as principais responsáveis
pela mundialização dos capitais produtivos.
Embora não
se conheça exatamente o volume dos capitais especulativos que circulam
diariamente pelo sistema financeiro mundial, sabemos que se concentram em
poucos lugares no mundo – mais uma evidência de que os fluxos da globalização
atingem desigualmente o espaço geográfico mundial. A maior parte dos capitais é
investida em apenas alguns países.
Paralelamente
a globalização da produção e do consumo, ocorre a intensificação do fluxo de
viajantes pelo mundo (a negócio, a turismo ou imigrando) acompanhada de uma
“invasão” cultural, constituída pelo menos em sua forma hegemônica, de uma
cultura de massas que se originam, sobretudo nos Estados Unidos, a nação mais
poderosa e influente no planeta. O American way of life (o “modo norteamericano
de vida”) é difundido, por exemplo, pelos filmes de Hollywood e pelas séries
produzidas por estúdios cinematográficos ou canais de televisão pelas notícias
da CNN (Cable News Network, principal rede de notícias norte- americana sediada
em Atlanta), pelas cadeias de fast food, como a McDonald’s.
Globalização
Migração E Xenofobia
A
globalização provoca varias reações contrárias, e um caso que se tornou muito
divulgado na mídia mundial nos anos 90 foi a reação tomada pela população
européia, em especial a população alemã e francesa, que se viram ameaçada pelo
grande contingente populacional, que adentraram em seu território em virtude do
processo de globalização. Com a interligação dos mercados e uma maior
circulação de pessoas, ficou mais fácil migrar de países periféricos para os
países centrais do capitalismo. No caso da Europa, Alemanha e França, foram os
dois países que mais sentiram o fluxo migratório, porém a população local não
aceita essa entrada de imigrantes, muitos ilegais, em seu país, o que ocasiona
o aparecimento de uma crescente xenofobia a esses imigrantes.
O
Unilateralismo (militar) do EUA
O mundo
passou a ver uma nova forma de poder exercida pela maior potencia econômica
militar e política do final do século XX. Os EUA passaram a ditar as regras do
jogo político, através do seu unilateralismo, que acabou dando ao mundo, uma
nova ordenação política, pois a partir da desintegração da URSS, ele (EUA)
demonstrou quem realmente iria tomar conta do mundo.
Nos anos 90,
os EUA interviram em varias regiões do mundo, principalmente no oriente médio e
na região dos Bálcãs na Europa.
Porém, essas
intervenções não poderiam se fazer caso eles não detivessem o maior poderio
bélico do mundo.
O
unilateralismo dos EUA ocasionou a intervenção nos Bálcãs, e no,oriente médio,
no Iraque, a ONU através do seu conselho de segurança vetou uma eventual
intervenção militar, no entanto, os EUA passaram por cima da ONU, e através da
OTAN lideraram uma intervenção militar, que para muitos se tratou apenas de uma
demonstração de poder dos EUA ao mundo e em especial ao continente europeu.
Nacionalismo
– Minorias Étnicas E Separatístmo
Com o fim da
guerra fria, o mundo aprendeu a conviver com os mais variados conflitos. A ONU,
órgão encarregado de zelar pela paz no mundo, conta com 54 missões de paz em
regiões afetadas por guerra ou em via de pacificação. Assumiu também a
administração da província do Kosovo, os preparativos para a independência do
Timor Leste e os acordos para o novo governo do Afeganistão, últimas regiões a
sofrer violentos combates que resultaram em milhares de mortos.
Guerras
entre Estados-nações, guerras civis (dentro de um mesmo país), guerrilhas,
ocupações de territórios à força e movimentos separatistas dentro de
Estados-nações acontecem em todos os continentes, na atualidade, à exceção da
Oceania. Disputa de territórios, soberania do Estado Nacional, questões de
fronteiras, recursos minerais, rivalidades étnicas e até mesmo a água
constituem os principais motivos dos conflitos da globalização.
É também
muito comuns grupos separatistas tentarem chamar a atenção do mundo para seus
problemas através de atos terroristas. Esse tipo de atentado acaba por tornar
esses grupos pouco simpáticos perante a opinião pública. Entre as mais antigas
e ativas organizações ligadas ao terrorismo estão o ETA e o IRA, ambas na
Europa.
Quem são os
Refugiados?
- São
vítimas da decomposição social, territorial e nacional dos países do centro da
África e do oeste, onde se situa Ruanda, e das guerras que surgem em consequência;
- São
vítimas da instabilidade do Oriente Médio, e da atual guerra no Iraque;
- São
vítimas da guerra civil na antiga Iugoslávia (Bósnia - Herzegovina, Kosovo, por
exemplo), produto da desagregação do socialismo;
- São
vítimas ainda da Guerra do Vietnã
-
Fundamentalmente ocorrem em (ou entre) países frágeis em termos econômicos;
- Países com
dificuldades de se adaptar às novas condições da ordem mundial;
- Países com
dificuldades de se adaptar às novas condições da ordem mundial;
- Países que
se tornam espaços frágeis, sem controle do Estado, sem que essa exerça suas
funções;
- Países em
que a miséria se desenvolve, e que ficam muito mais vulneráveis a catástrofes
naturais, como secas e inundações;
- São
conflitos marcados pela decomposição, pela intensificação dos ódios étnicos,
que acabam gerando massacres pavorosos, ações de extermínio, como ocorreu em
Ruanda;
- São
guerras acompanhadas por fuga maciça de populações, em geral camponesas,
aldeãs, como no caso de Beah;
- Fogem para
países vizinhos e são instalados em campos de refugiados;
- Passam a
ser assistidos por instituições de caráter global, ONU, Cruz Vermelha, ONOs diversas,
e por esse caminho ingressam como párias na ordem mundial
Alto
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados – ACNUR.
O Alto
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), com sede em Genebra,
Suíça, foi criado em 1950 pela Assembleia Geral das Nações Unidas com o intuito
precípuo de proteger os refugiados e promover soluções duradouras para sanar os
problemas que os rodeiam. A função básica do ACNUR é oferecer proteção àqueles
que estão na condição de refugiado.
O ACNUR, no
exercício de suas competências, trabalha pela efetividade do direito de asilo,
fazendo com que aqueles que estão na situação de refugiado possam gozar desse
direito. O órgão prima pelo cumprimento do Direito Internacional, como espécie
de agente fiscalizador, e promove acordos na área relativa ao Direito
Internacional dos Refugiados. Afora isto, proporciona ajuda material direta (alimentos,
água, suprimentos médicos, acomodações) bem como trabalha pela reestruturação
da condição jurídica daqueles que estão em situação análoga à de refugiados,
como os apátridas e deslocados internos. Esse trabalho encontra suporte nas
resoluções discutidas e elaboradas pelo Comitê Executivo do ACNUR que,
juntamente com a Assembleia Geral das Nações Unidas e outras organizações
internacionais, governamentais ou não, não têm medido esforços para reconstruir
e salvar vidas.
O Direito de
asilo é positivado e garantido na Declaração Universal de Direitos Humanos, em
seu artigo 14. A obrigação de proteger os refugiados e conceder-lhes o Direito
de asilo, fazendo-o efetivo, advém dos princípios de Direito Internacional e de
outros documentos internacionais, a fim de garantir este que é o corolário do
Direito Internacional dos Refugiados. Além disso, é competente o ACNUR para
zelar pelo cumprimento desse direito. Contudo, há muitos entraves à sua plena
efetividade.
Os problemas
continuam. Alguns Estados, que teriam condição de receber um maior número de
refugiados, não o fazem, não concedendo o direito de asilo, ou o fazem
parcialmente, pois concedem o status de refugiado, mas não oferecem reais
condições de permanência no país, o que fora garantido pela Convenção de 1951
sobre o Estatuto dos Refugiados. Outros Estados, em zonas de conflito, tendem a
receber um número maior de refugiados do que poderiam, o que, aliado à sua
parca estrutura, acaba trazendo problemas de ordem social aos seus próprios
nacionais. Sendo assim, o comitê, invocando a cooperação internacional,
propõe-se a discutir meios de monitorar a implementação do Direito de Asilo e
de como tornar esse direito humano realmente efetivo.
Quem Perde E
Quem Ganha Com Esses Conflitos
Os
confrontos dispersos pelo mundo fazem milhões de vítimas, sem contar os
refugiados, pessoas que fogem da violência, o número de refugiados vem
crescendo progressivamente desde as últimas décadas do século XX, que em 1995
já chegava a 27 milhões de pessoas. Nas diversas regiões do globo alguns povos
se destacam, como no Oriente Médio (curdos, palestinos e afagões), na Ásia
Meridional (indianos e paquistaneses), na região dos Bálcãs (refugiados das
repúblicas da ex-Iugoslávia) e na África Negra (Ruanda, Sudão, Etiópia,
Somália, Serra Leoa, etc.). Mas há também quem sai ganhando com tantos
conflitos. As vendas de armas aumentaram 8% no ano passado (2000), chegando a
37 bilhões de dólares, confirmando a condição dos EUA como o maior fornecedor
de armas (US$ 26 bilhões) para o mundo, principalmente para os países em
desenvolvimento, na sequência os maiores fornecedores são, EUA, Rússia, França,
Alemanha, Inglaterra, China e Itália.