1as SÉRIES
Situação de Aprendizagem 3 - GEOPOLÍTICA
O papel dos EUA e a nova “desordem” mundial
INTRODUÇÃO
A Transição da Bipolaridade para a
Multipolaridade
O que realmente mudou com o fim da Guerra Fria,
da corrida armamentista, da divisão bipolar do mundo entre Estados Unidos e
União Soviética, foi que essa integração ganhou dimensões nunca antes
experimentadas.
Quando a Guerra Fria acabou, com a dissolução da
URSS no início dos anos 90, os neoliberais, apregoando a vitória do
capitalismo, da economia de mercado sobre o socialismo real, anunciaram o início
de uma Nova Ordem. Esta Nova Ordem, contrapondo-se à Ordem até então
estabelecida, caracterizar-se-ia não mais pela bipolaridade, pela divisão
política e ideológica do globo entre duas superpotências – EUA e URSS, ou pela
manutenção dos pactos e das alianças militares que garantissem a essas
potências suas áreas de influência geopolítica-estratégica. A Nova Ordem
Internacional, que começava a se configurar nos anos 90, seria a ordem da
globalização capitalista. Ao invés de duas superpotências, e de um mundo
bipolar, um novo arranjo começava a se esboçar.
Para os neoliberais, a falência do mundo bipolar
cederia lugar a um mundo multipolar, com os Estados Unidos, Japão e a União Europeia
como seus polos principais. As alianças militares, gradativamente, dariam lugar
aos blocos econômicos, cujo objetivo seria o da otimização da integração em
escala global, e que, consequentemente, possibilitaria um maior desenvolvimento
econômico mundial com base na cooperação.
Para os realistas, no entanto, sobre a Nova Ordem
que está se configurando, paira uma série de dúvidas e incertezas. Se for um
fato que com o fim da Guerra Fria houve grandes mudanças nas relações
internacionais, e também verdade que essas relações mudaram fundamentalmente
quanto à forma, mas seus objetivos permaneceram inalterados, ou praticamente
inalterados. Por exemplo: com o fim da Guerra Fria, vários conflitos locais perderam
sua razão de ser e extinguiram-se por falta de apoio externo, contudo, outros,
em diferentes escalas, eclodiram, e isso se observa do Oriente Médio à Europa.
Outro exemplo é que no âmbito político internacional, não há praticamente mais
lugar para a oposição política e ideológica que outrora dividia os países do
globo, mas estão longe os dias do desalinhamento econômico, principalmente o
dos países pobres.
Acontecimentos Que Marcaram A Passagem Da Ordem
Bipolar Para Ordem Multipolar:
Do lado Socialista:
• A grande Crise econômica por que passava a
URSS, sendo a um dos motivos dessa crise a permanência do modelo econômico
conhecido como planificação econômica, que já não mais dava contar de
desenvolver país.
• A Extrema concentração de poder nas mãos dos
burocratas, que acabou por gera uma classe privilegiada, onde se verificava a
presença de grande concentração de poder nas suas mão, e o surgimento de uma
grande rede de corrupção.
• O bloco socialista não conseguiu repassar para
a sociedade os avanços tecnológicos surgidos com os grandes investimento na
industria bélica, além que o partido comunista pensava somente em investir em
equipamentos militares o que acabou gerando um atraso tecnológico no campo
civil, é por isso que alguns autores afirmam que a URSS conseguia mandar o
homem a lua mas, no entanto, com conseguia produzir um liquidificador.
• Dentro da UNIÃO SOVIÉTICA existiam várias
etnias, foi por isso que na metade da década de 80 quando Gorbatchev desenvolve
a glasnost e a Perestroika surge a questão relacionada a crise de
nacionalidade, onde verificou-se que as minorias passaram a reivindicar uma
maior autonomia.
Do lado Capitalista:
• Avanço do capitalismo, representado pela sua
fase atual conhecida como globalização, na qual, aparece uma maior dependência
entre os países, ou melhor, aparece uma interdependência entre os países do
mundo:
• Revolução tecno-científico-informacional, que
mudou o modo de produção do mundo capitalista, pois aliou de fato as inovações
tecnológicas com a produção industrial, além de aumentar a circulação de
pessoas e mercadorias no espaço mundial. Essa aliança gerou o surgimento de uma
nova relação tempo-espaço vivenciado a partir das inovações nos transportes e
nas telecomunicações.
• Aumento da competitividade fez com que
aparecesse uma nova forma de organização do espaço mundial no campo econômico e
político, pois a partir de então verificaremos que uma potência mundial terá
que ter grandes empresas, e grandes investimentos em ciência e tecnologia.
• Na década de 1980 aparecem no cenário mundial,
duas novas potências econômicas: Japão e Alemanha, que polarizam com os EUA o
mercado consumidor mundial.
A Nova Ordem Mundial Ou Multipolaridade apresenta
basicamente duas facetas: uma geopolítica e outra econômica.
GEOPOLITICA:
• Fim da Guerra Fria e da Bipolarização, ou seja,
fim da disputa existente entre socialismo e capitalismo.
• Desaparecimento do PACTO DE VARSÓVIA, a partir
de então some a aliança militar do bloco socialista, até porque estamos vivendo
a derrocada do socialismo.
• Mudanças de perfil da OTAN, esse organismo
passa a desenvolver novas funções, devido o fim da guerra fria e da
bipolaridade.
ECONÔMICA:
• Aprofundamento do desenvolvimento do
capitalismo, que apresenta novas característica produtiva.
• Globalização que é a fase atual o capitalismo
onde se verifica uma interdependência entre os estados nações.
• Aparecimento de organizações entre países que
ficaram conhecidas como blocos de poder, como é o caso a união européia (EU) e
do NAFTA.
Pax Americana:
A corresponde a forma como o EUA ver os outros
países do mundo, pois a partir da utilização da Pax americana verificamos que o
governo americano deixa de respeitar a soberania dos demais estados nações, por
achar que são superiores a qualquer outra civilização inclusive a européia. Um
exemplo dessa Pax americana foi a Guerra do Golfo no início da década de 1990.
O papel OTAN na nova ordem mundial
• Manter a ordem política dentro do continente
europeu, Proteger os interesses econômicos das potências ocidentais;
• Manter vivo os interesses da indústria
armamentista norte americana e européia;
• Reafirmar o poder militar dos estados unidos no
mundo multipolar
• Conter de forma incisiva os avanços do
terrorismo no continente europeu;
• Resguardar os países membros das instabilidades
políticos existente no leste europeu.
• Proteger os países do continente europeu de uma
possível ameaça russa
Obs: Esta organização comporta hoje países que no
passado eram seus
inimigos, como por exemplo: Letônia, lituânia,
Romênia, Bulgária etc.
Disputa pelo mercado:
Com o fim do comunismo, os antigos países
socialistas abriram suas fronteiras e seus mercados. No ocidente, os países
detentores de tecnologias avançadas, como Alemanha e Japão, já não precisavam
se submeter à lógica da Guerra Fria e à liderança dos Estados Unidos. O
resultado foi o início de uma feroz disputa pelo mercado mundial. Em junho de
91, os Estados Unidos lançaram uma ofensiva em seu comércio exterior com a
"Iniciativa Para as Américas", um plano que pretendia criar um
mercado unificado do Alasca à Terra do Fogo.
A REGIONALIZAÇÃO:
Surge em decorrência do avanço do sistema
capitalista. Este estágio de desenvolvimento capitalista provocou uma mudança
estrutural no comércio mundial, e para acompanhar, tais mudanças, os
estadosnações tiveram que se adequar à nova forma de interação existente no
mercado mundial.
Aparece um novo paradigma de produção, consumo e
comercialização. Isso fez com que os países passassem a se organizar em blocos
econômicos de poder, para que a partir de então conseguissem ingressar com
sucesso na nova configuração econômica mundial.
O RETORNO AO LOCALISMO (defesa sistemática dos
interesses do seu bairro ou da sua terra):
Durante a guerra fria os conflitos, mesmo de
dimensão regional, como as guerras tribais na África, tinham uma conotação
mundial, já que havia direta ou indiretamente influência das duas
superpotências em busca de ampliar ou defender suas áreas de influência.
Hoje, como os objetivos estão mais voltados a
conquista de mercados, os conflitos regionais deixam de ter uma conotação
mundial, pois as potências não mais se interessam, senão por conflitos que
coloquem em perigo seus interesses econômicos, a exemplo da reação imperialista
contra o Iraque por ocasião da anexação do Kuwait. “A mundialização tem
alimentado a retomadas dos localismos, regionalismos e nacionalismos, muitas
vezes retrógrados e especialmente segregadores. Como ocorreu na segregação da
Iugoslávia e na ex-união soviética”.
GLOBALIZAÇÃO:
O atual estágio do capitalismo originou uma nova
maneira de conceber o mundo (globalização) que nada mais é do que uma fase de
desenvolvimento do capital. Ou seja, trata-se de uma expansão que visa aumentar
os mercados e, portanto, os lucros que é o que de fato move os capitais
produtivos ou especulativos na arena do mercado. A globalização representa a
tendência da maior integração/ou interdependência entre os países, mesmos que
distantes ou diferentes uns dos outros; onde o que acontece em uma região vai
influenciar nas outras, ou seja, a cada dia os países vão deixando de ser
autônomos. Esse processo é comprovado pelo aumento do fluxo de mercadorias,
capitais, serviços e pessoas entre as nações do globo terrestre. Neste momento
da história, o mundo está marcado pela universalização da produção, do
Marketing, do capital e seu mercado, pela universalização do trabalho, das
finanças, e dos modelos de utilização dos recursos, bem como da cultura e dos
modelos da vida social, universalizando o espaço e a sociedade tornada mundial
e do homem ameaçado por uma alienação total.
A nova ordem da nova ordem mundial! 11 de
setembro de 2001
O dia 11 de setembro marcou o início de uma nova
era no pensamento estratégico norte-americano. Os ataques terroristas daquela
manhã tiveram impacto comparável ao ataque a Pearl Harbor em sete de dezembro
de 1941, que lançou os Estados Unidos para a Segunda Guerra Mundial. Antes de
11 de setembro, o governo Bush encontrava-se na fase de desenvolvimento de uma
nova estratégia de segurança nacional. Isso estava sendo feito com a Análise
Quadrienal da Defesa, bem como em outros cenários. Em um momento, entretanto,
os ataques de 11 de setembro transformaram o ambiente de segurança
internacional. Uma ameaça totalmente nova e perniciosa subitamente tornou-se
realidade e ditou uma nova e importante estratégia para os Estados Unidos. Esta
nova política, agora cognominada "Doutrina Bush", concentra-se na
ameaça do terrorismo e das armas de destruição em massa
As fases da globalização e as Transformações do
Mundo Contemporâneo
A globalização é o atual momento da expansão
capitalista. Pode-se afirmar que ela está para o capitalismo
informacional assim como o colonialismo esteve
para a sua etapa comercial ou o imperialismo para o final da fase industrial e
início da financeira. Trata-se de uma expansão que visa aumentar os mercados e,
portanto, o lucro, o que de fato ela move os capitais, tanto produtivos quanto
especulativos, no mercado mundial. Esta é a razão de, com o processo de
globalização, haver disseminado, com base no governo norteamericano (além do britânico)
e em suas instituições por ele controladas, como FMI e o Banco Mundial, o
neoliberalismo – que se contrapõe ao keynesianismo. O neoliberalismo tem
objetivo de reduzir as barreiras aos fluxos globais, o que beneficia
notadamente os países desenvolvidos e suas corporações multinacionais, embora
alguns países emergentes, como a China, os Tigres Asiáticos, o México e o
Brasil, tenham recebido investimentos produtivos e ampliando seu comércio
mundial. Por esse motivo, os países em desenvolvimento têm sido pressionados,
até para poderem obter novos empréstimos internacionais do FMI, adotar medidas
como redução no papel do Estado na produção com a privatização de empresas
estatais, abertura do mercado a produtos importados e flexibilização da
legislação trabalhista. Deve ser mencionado, no entanto, que, mesmo em países
desenvolvidos, as políticas neoliberais têm imposto perdas aos trabalhadores,
com reformas previdenciárias e cortes nos gastos sócias, por exemplo.
A guerra no Iraque, na era da globalização a
expansão capitalista é silenciosa, sutil e eficaz. Trata-se de uma “invasão” de
mercadorias, capitais, serviços, informações e pessoas. As novas “armas” são a
agilidade e a eficiência das comunicações, dos transportes e do processamento
de informações, graças aos satélites de comunicação, a informática, aos
telefones fixos e celulares, aos aparelhos de fax, aos enormes e rápidos
aviões, aos super navios petroleiros e graneleiros e aos trens de alta
velocidade.
Primeira fase – Data 1450-1850:
Expansionismo mercantilista A primeira
globalização, resultado da procura de uma rota marítima para as Índias,
assegurou o estabelecimento das primeiras feitorias comerciais européias na
Índia, China e Japão, e abriu aos conquistadores europeus as terras do Novo Mundo.
Politicamente, a primeira fase da globalização se
fez quase toda ela sob a proteção das monarquias absolutistas que concentram
enorme poder e mobilizam os recursos econômicos, militares e burocráticos, para
manterem e expandirem seus impérios coloniais. A doutrina econômica da 1ª fase
foi o mercantilismo,
adotado pela maioria das monarquias européias
para estimular o desenvolvimento da economia dos reinos.. Esta política levou
cada reino europeu a terminarem se transformando num império comercial, tendo colônias
e feitorias espalhadas pelo mundo.
Segunda fase – 1850-1950:
Industrial-imperialista.
A segunda fase da globalização se caracteriza
pelo processo de expansão da atividade industrial clássica. Nesse período,
ocorre em alguns um forte processo de industrialização baseado na primeira
Revolução Industrial que teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a
mecanização dos sistemas de produção. As
burguesias industriais, em busca de maiores
lucros, menores custos e produção acelerada, buscaram alternativas para
melhorar a produção de mercadorias. Também podemos apontar o crescimento
populacional que trouxe maior demanda de produtos e mercadorias. Avanços da Tecnologia.
O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecnológico nos transportes e
máquinas. A máquina a vapor, principalmente os gigantes teares, revolucionou o
modo de produzir. Se por um lado à máquina substituiu o homem, gerando milhares
de desempregados, por outro baixou o preço de mercadorias e acelerou o ritmo de
produção. Na área de transportes, podemos destacar a invenção das locomotivas a
vapor e os navios a vapor. Com estes meios de transportes, foi possível
transportar mais mercadorias e pessoas, num tempo mais curto e com custos mais
baixos. A Revolução tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos
passaram a ser produzido mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o
consumo. Por outro lado, aumentou as desigualdades entre os países do mundo
todo, ampliando a disputa entre os países industrializados por áreas
fornecedoras de matéria-prima e mercados consumidores (Divisão Internacional do
Trabalho). Enraíza-se a visão imperialista-colonialista que no início do século
XX levará o mundo a duas grandes guerras.
Globalização Recente – Pós 1989: Cibernética -
tecnológica.
A globalização recente é caracterizada pela
revolução tecnocientífica e a integração do mundo.
A rápida evolução e a popularização das
tecnologias da informação (computadores, telefones e televisão) têm sido
fundamentais para agilizar a produção industrial, o comércio e as transações
financeiras entre os países. Em 1960, um cabo de telefone intercontinental
conseguia transmitir 138 conversas ao mesmo tempo. Atualmente, com a invenção
dos cabos de fibra óptica, esse número sobe para l,5 milhão. As ligações
telefônicas internacionais de 3 minutos, que custavam cerca de U$ 200,00 (cada
uma) em 1930, hoje em dia não ultrapassam os US$ 2,00. O número de usuários da Internet,
rede mundial de computadores, duplicam a cada ano, o que faz dela o meio de
comunicação que mais cresce no mundo. E o maior uso dos satélites de
comunicação permite que alguns canais de televisão – como as redes de notícias
CNN, BBC e MTV – realizem transmissões instantaneamente para diversos países.
Tudo isso permite uma integração mundial sem precedentes. Vale destacar como
forte novidade na área de tecnologia, e instrumento de integração entre as
nações, a Internet. Está que já está presente nos principais países do mundo e
que representa um novo ramo de mercado, o mercado virtual. Este é caracterizado
por ser de alto risco e de certa forma abstrata, sendo valorizado por seu valor
virtual. Como fonte de divulgação de cultura e informações diversas, a Internet
é a maravilha do século XXI, pois nunca a humanidade foi tão capaz e bem
servida de informações como hoje em dia. Para nós já é simples fazer uma
pesquisa para a escola em sites dos Estados Unidos, teclar com estudantes
franceses, discutir com os ingleses e ainda pedir auxílio a um técnico do
Canadá. Isso, com certeza, foi a grande revolução tecnocientífica.
Fluxos de informações A Internet aumentou as
possibilidades de acesso aos serviços (como troca de e-mails, pesquisas em
bancos de dados e compra de produtos) e às informações, mudando até mesmo as
concepções de tempo e espaço. Um espaço virtual se abre aos internautas
(pessoas conectadas a rede) em tempo real. De um computador no México é
possível pesquisar os arquivos da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova
York, no Banco Mundial, em Washignton, do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), no Rio de Janeiro, ou a mais atualizada edição da
Enciclopédia Britânica; pode-se conhecer o acervo do Museu do Louvre, de Paris,
do Museu Britânico, de Londres, ou do Museu de Arte de São Paulo (Masp);
comprar livros na Amazon Book ou na Livraria Cultura; copiar livros virtuais ou
músicas em MP3 e se comunicar com diversas pessoas pelo MSN, FaceBook,etc.